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terça-feira, 24 de maio de 2022

Mais de 70% das mulheres com filhos têm dificuldades de se recolocar no mercado de trabalho

 Pesquisa realizada pela Condurú Consultoria aponta que mulheres que são mães ainda encontram dificuldades em retornar e se manter no mercado de trabalho

 

No mês de maio, considerado “mês das mães”, por conta da data comemorada no Brasil, sempre no segundo domingo do mês, o assunto maternidade permeia ainda mais diversos setores, inclusive o mercado de trabalho. 

Em virtude disso, a Condurú Consultoria realizou uma pesquisa sobre as mulheres e o mercado de trabalho, visando obter, entre outras respostas, o entendimento de como é o comportamento do mundo corporativo em relação às mulheres que são mães e o perfil das que trabalham. 

“Por mais absurdo que pareça, em pleno 2022, as mulheres que são mães, principalmente de filhos pequenos, ainda sofrem preconceito, tanto para conseguir emprego como para se manter no trabalho, após a licença maternidade”, conta Simone Gallo, head de diversidade e inclusão da Condurú Consultoria. 

De acordo com a pesquisa, as mães da faixa etária entre 31 e 40 anos -- em que 70,84% têm filhos - são as que possuem mais dificuldade em se colocar ou recolocar no mercado de trabalho. 58,33% procuraram uma colocação ou recolocação, nos últimos cinco anos, e apenas 21,05% não tiveram problema para serem contratadas. Ainda, entre as que conseguiram, nenhuma tinha filhos menores de cinco anos. Já 36,84% tiveram dificuldade por terem filhos com idades abaixo de cinco anos. 

Um dos problemas identificados, além da não contratação, é a falta de trabalhos de meio período ou com mais flexibilidade de horários para que as mulheres/mães dividam sua rotina profissional com as responsabilidades maternas. 

Segundo uma das entrevistadas - que ficou de 2018 a 2021 à procura por uma vaga, após ter sido demitida ao retornar da licença maternidade - as poucas oportunidades que encontrou, foram incompatíveis com os horários de rotina da escola da filha. “Com isso, precisei recusar algumas oportunidades e, por necessidade, decidi empreender,” conta. 

Para Simone, as empresas precisam olhar com cuidado para as mulheres que são mães e encontrar soluções para ambos os lados. “Não é porque tiveram filhos, que deixaram de ser profissionais. Pelo contrário, a maternidade aguça a vontade de crescer profissionalmente para oferecer melhor qualidade de vida para os filhos. Além disso, aquelas que não conseguem retornar ao mercado, partem para o empreendedorismo e deixam lacunas importantes nas empresas”, conclui. 

Para obter os resultados, a Condurú Consultoria em parceria com a Dream, entrevistou 101 mulheres, das quais, apenas 29% não têm filhos. Entre as mulheres que têm filhos, 33,80% têm filhos com mais de 10 anos e 25,35%, filhos entre cinco e 10 anos. 21,13% têm filhos adultos e 19,72%, filhos com menos de cinco anos de idade. Das respondentes que são mães, 21,05% são solteiras.

 


Condurú - consultoria que auxilia na implementação de programas de governança, apoia a construção ou atualização de códigos de ética ou de conduta e promove palestras e workshops de diversidade e inclusão.
 

Simone Gallo - Head de Diversidade e Inclusão da Condurú Consultoria, com experiência de mais de 20 anos no mercado financeiro, liderou projetos de grande escala nacional em relações institucionais, diversidade, direitos humanos, negócios inclusivos e microcrédito. Atuou como conselheira Nacional do Idoso, no Steering Committee da Plataforma PNUD Brasil. Nas áreas de Negócios Inclusivos e Diversidade sempre atuou com foco em empregabilidade corporativa e empreendedorismo com foco especial em Inclusão racial, LGBTQ+ e Maturidade. Advogada de formação, mestranda em direito, com foco em direitos humanos, e com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Ohio University.


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