Cirurgiã
dentista Talita Dantas alerta que as visitas ao dentista devem ser semestrais
para realizar exames completos e prevenir doenças cardiovasculares, cânceres e
outros problemas bucais
Maio vermelho é o mês de prevenção ao câncer de boca e especialistas alertam que o acompanhamento regular a cada seis meses para cuidar da saúde da boca não é necessário apenas para manter as bactérias longe da cavidade bucal, mas também tem grande importância para diagnóstico de outras doenças além, é claro, do câncer de boca.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o triênio 2020-2022 é de mais de 15 mil novos casos da doença, sendo mais de 70% deles em homens e com maior frequência entre 40 e 79 anos, faixa etária que respondeu por mais de 80% dos casos registrados em 2018 e 2019.
“A saúde bucal tem íntima relação com a saúde do nosso corpo. A boca interage com todo o nosso organismo e, além de tudo, é uma região extremamente contaminada. Por mais que a gente cuide, sempre terá presença de bactérias. A falta de cuidados pode levar a doenças bucais que podem evoluir para doenças no aspecto geral, especialmente cardiovasculares.
Já temos relatos na
literatura e diagnóstico de vários casos de endocardite bacteriana, doença cuja principal causa são
as alterações bucais por falta de higiene, que levam bactérias
para o sistema cardiovascular, gerando uma doença grave no coração”, explica a cirurgiã dentista, doutora em
Reabilitação Oral e diretora do Instituto Dantas de Odontologia, Talita Dantas.
Fatores de risco para o câncer de boca
Na última semana, foi sancionada lei que institui julho como o mês nacional de combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, que abrange muitas estruturas como língua e boca, laringe, faringe, seios paranasais, cavidade nasal, glândulas salivares, ossos da face, tireoide e pele. Nos homens, o câncer de boca é mais incidente enquanto nas mulheres o de tireoide é mais frequente.
De acordo com Talita, os principais fatores de risco para o câncer de boca são a exposição solar, a ingestão de bebida alcoólica e o tabagismo. Os últimos dois, associados, potencializam o risco para o câncer de boca assim para outros cânceres. Segundo informações do site do Senado Federal, fumo e álcool combinados aumentam em 30 vezes a chance de ter câncer na cavidade oral.
“É preciso muito cuidado,
especialmente no momento que temos a
moda dos cigarros eletrônicos, que inclusive já registram doenças causadas por
eles. Precisamos entender que esses três comportamentos
estimulam mutações celulares que serão as responsáveis pelo surgimento de
lesões cancerígenas na região da boca”, pontua Talita.
Sinais de que algo não vai bem na saúde da boca
- Sangramento gengival nunca é
normal;
- Dor e sensibilidade nas
gengivas ou nos dentes não são normais;
- Feridas bucais que não se curam
não são normais;
- Mau hálito em geral não é
normal e pode sinalizar alterações sistêmicas de saúde;
- Alterações de volume da
cavidade bucal em geral também não são normais.
O acompanhamento frequente com o dentista ajuda a identificar qualquer sinal de alerta na boca do paciente. Alterações de coloração ou volume, nódulos, manchas, bolhas, dor ou ausência de dor, lesões que descamam ou não etc. Tudo isso são sinais que precisam ser avaliados, tanto na ida ao dentista como na observação cotidiana da cavidade bucal em casa, quando se faz a higienização. Nenhum sinal estranho deve ser negligenciado.
“É bom frisar que em
uma consulta odontológica é dever e obrigação do odontólogo avaliar a boca como
um todo, ver os tecidos bucais moles ou duros, mucosas,
bochechas, assoalho, língua etc, e não apenas olhar a estética dos dentes. Tudo
precisa ser observado para que seja possível fazer o diagnóstico precoce e
encaminhamento para o profissional correto, já que essa rapidez melhora as
chances de tratamento”, afirma Talita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário