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Médica alergista do
Hospital Anchieta de Brasília cita as alergias mais comuns e alerta sobre os
cuidados a serem tomados para evitar crises e também sobre os tratamentos
disponíveis a curto e longo prazo. Data é lembrada no dia 07 de maio
Apesar das alergias serem mais comuns
de se manifestar no período da infância, vários tipos podem começar a surgir na
idade adulta. Por exemplo, rinite alérgica, asma, urticária, alergias a
medicamentos e até mesmo alimentares, especialmente a de crustáceos/frutos do
mar que podem se desenvolver após vários contatos com o alimento e iniciar
somente na vida adulta. De um modo geral, qualquer doença alérgica pode começar
na vida adulta, só não é o mais comum.
O que explica esse
problema surgir tão tardiamente?
“As alergias envolvem uma complexa
atuação do sistema imunológico e para o paciente apresentar qualquer tipo de
alergia ele precisa ter uma predisposição genética e estar associado a algum
fator ambiental externo para desencadear as crises. O que pode explicar alguns
pacientes desencadearem esses sintomas tão tardiamente é que nos primeiros
momentos, quando ocorre o contato com o alérgeno (alimentar, respiratório ou
outro), ele vai se sensibilizando e produzindo células contra esse alérgeno
específico, e por algum motivo, ainda não bem estabelecido, o sistema
imunológico reconhece esse alérgeno como “agressor” e entra em atividade para o
combater, manifestando assim os sintomas de alergia”, explica a alergista do
Hospital Anchieta de Brasília.
A diferença entre as manifestações
alergia da infância e da vida adulta está totalmente ligada ao conceito de
evolução das doenças alérgicas, como explica a alergista Dra. Mariana Bonfim
Teixeira. O conceito é chamado de marcha atópica, que mostra a progressão das
doenças alérgicas que são vistas desde a infância até a vida adulta. Sabe-se
que na maioria das vezes as primeiras manifestações de doenças alérgicas são
dermatite atópica e alergias alimentares, se e com o passar dos anos, aumenta a
prevalência de outras doenças alérgicas, como as alergias respiratórias (rinite
alérgica e asma), conclui.
Como se prevenir e
tratar
Apesar de muitas manifestações
alérgicas que iniciam na infância melhorarem a intensidade e frequência com o
passar tempo, algumas vezes os sintomas podem ser presentes por toda a vida. A
Dra. Mariana explica ainda o que pode ser feito para se prevenir: “De um modo
geral, ter hábitos saudáveis. Já para recém nascidos, o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de idade é uma das formas de ajudar a prevenir a
alergia alimentar. Além disso, para todos os alérgicos, o importante é manter
hábitos saudáveis de vida com alimentação saudável e a prática de atividades
físicas que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, além de reduzir as
chances de ter alergias respiratórias”, explica.
Outro ponto importante a se considerar
é ter contato desde cedo com a natureza, pois ajuda na regulação e no
fortalecimento do sistema imunológico, diminuindo a chance do desenvolvimento
de alergia no indivíduo. “Aqueles pacientes que já têm alguma alergia, por
exemplo alergia alimentar, é necessário evitar completamente o contato com este
alimento. Nas alergias respiratórias, a forma de ajudar a evitar as crises é
manter um ambiente limpo, evitar objetos que acumulem poeira, e fazer higiene
nasal com frequência”, esclarece Mariana.
Segundo a doutora, o tratamento a curto
prazo, em meio a crise, é o uso de anti-histamínicos orais, sendo que às vezes
é preciso lançar mão de corticoides orais ou tópicos para tirar o paciente da crise,
dependendo do tipo de manifestação. “Todas essas medicações devem ser
prescritas por um médico”, alerta. Ela explica ainda que a imunoterapia,
popularmente conhecida como vacinas para alergias, quando bem indicada, pode
ajudar a modular o sistema imunológico e mudar o curso da doença, melhorando a
qualidade de vida e reduzindo a frequência e intensidade das crises.
Cuidado para não
confundir com outras doenças mais graves
É muito comum confundir alergia com
outras doenças, pois os sintomas podem ser os mesmos, como coriza, obstrução
das vias nasais, espirros, e às vezes tosse, que são sintomas muito semelhantes
a resfriados desencadeados por vírus. “Em outros casos, a urticária (lesões
vermelhas com coceira na pele) pode ser desencadeada por alguma alergia, mas
também pode ser desencadeada por processos infecciosos, podendo se confundir. É
importante lembrar que quando há febre associada, é muito provável que se trate
de alguma doença infecciosa e não alérgica”, alerta.
“Outro exemplo é a diarreia com sangue
nas fezes. Nem sempre essa causa é alérgica, pois pode ser de causa infecciosa
também. Por isso, na suspeita, é muito importante a avaliação, investigação,
diagnóstico correto e o tratamento adequado com o seu médico alergista”,
conclui a Dra. Mariana.
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