Todos os dias, tomamos decisões – algumas corriqueiras, como escolher almoçar um prato balanceado ou um fast food, outras mais complexas, como definir qual será a próxima campanha de marketing da empresa, por exemplo. Ambas possuem consequências, mas a última certamente tem maior impacto. Pensando nessas decisões em que o peso é maior, cheguei aos três pilares mais importantes que trazem mais assertividade nas escolhas: informação, emoções e valores.
Recolher informações e dados que nos ajudem a
entender o contexto no qual uma decisão será tomada, sua origem, seus riscos e
suas oportunidades, é uma forma de se preparar para agir. O segundo ponto é o
emocional: faz parte do processo de gestão lidar com frustrações, medos,
sonhos, ambições… a questão principal é equilibrar a balança – não dá para
decidir algo importante quando estamos estressados ou emocionalmente tomados.
Por último, e ao meu ver, mais importante, é que as decisões precisam ser
baseadas em seus princípios e valores. Costumo brincar que se eu não puder
comentar sobre uma decisão durante o jantar com minha família, é porque a
escolha que fiz não está de acordo com os meus valores ou questões éticas, –
que nos garantem o princípio da boa convivência.
Foi a partir dessas observações que criei uma
metodologia de tomada de decisão e trago na semana que vem, pela editora
AltaBooks, a obra “Decisões de Alto Impacto – como decidir com mais
consciência e segurança na carreira e nos negócios”. Neste novo
livro, proponho uma reflexão para que tenhamos as rédeas de nossa vida – o
primeiro passo é o autoconhecimento: ao identificar seu perfil, seu propósito e
seus valores, decisões profissionais e pessoais ficam mais fáceis. É possível
aprender estratégias e técnicas que podem aumentar a margem de sucesso de
nossas decisões. Ainda que erremos, o fato de estarmos conscientes e bem
posicionados com relação aos nossos valores na tomada de decisão que fizermos,
diante das alternativas que se apresentam, enfrentaremos eventuais falhas e
consequências com mais tranquilidade. Também, aprenderemos com eventuais erros,
sendo possível identificar de maneira clara em que momentos nos equivocamos no
processo, corrigindo-os e não incorrendo mais no mesmo erro.
Se no dia a dia não conseguimos evitar tomar
decisões, assim como também é impossível deixar de respirar ou piscar os olhos,
podemos aprender a manejá-las. Decidir sobre as coisas de uma maneira mais
racional e consciente, nos permite encarar o processo com mais leveza e
segurança. O ambiente dos negócios, com suas pressões e prazos desafiadores,
acaba por nos incentivar a tomar decisões importantes de maneira automática, o
que nos tira o tempo para organizar as ideias e refletir com relação às
escolhas que temos à nossa frente. A consequência desse hábito é que
frequentemente nossas decisões são de uma qualidade inferior àquela que
tomaríamos caso agíssemos de uma maneira mais refletida, racional e
lógica.
Além de proporcionar ao leitor que trilhe seu
próprio caminho, um grande diferencial do livro, além de trazer uma
metodologia, é exatamente o público a que se destina: enquanto a maioria dos
livros do gênero foca só em negócios, “Decisões de Alto Impacto” também
fala sobre carreira, dando exemplos práticos de tomada de decisões – como um
adulto de 40 anos que está pensando em mudar de profissão. Quais perguntas ele
deve se fazer antes de abandonar uma carreira sólida na área de marketing para
abrir um restaurante? No hall das alternativas a uma decisão, devemos procurar
isolar as emoções e usar a razão e a reflexão sobre as escolhas possíveis.
Quais as consequências dessa escolha? Quantas pessoas serão beneficiadas? São
questões fundamentais a se fazer, lembrando que quanto maior o número de
beneficiados, maior a chance de ser uma decisão assertiva, pelo engajamento que
ela pode proporcionar.
Não há nada melhor do que aprender qual a melhor decisão a tomar na prática, ou seja, vivendo as consequências de cada escolha e, dessa forma, tendo a decisão sido tomada de forma consciente, nos tornamos cada vez melhores em tomar decisões que se apresentarão pela frente. Por isso, tomar uma decisão é um processo de aprendizagem. Quando fazemos escolhas consistentes e alinhadas com os nossos valores, ganhamos confiança e ficamos mais confortáveis e rápidos ao fazer as próximas. Saber como decidir de maneira inteligente e eficaz é uma das habilidades mais importantes para o sucesso profissional. A necessidade de estarmos à altura de um mercado de trabalho que está sempre se transformando e sendo modificado por novas tecnologias e modelos de gestão, faz com que tenhamos que tomar decisões de alto impacto, com o risco de, se não escolhermos um bom caminho, sofrermos consequências desconfortáveis ou nocivas para nós e terceiros. O que temos que aprender é por onde queremos caminhar, de que forma, e fazer com que as coisas sejam feitas com respeito à ética e aos nossos valores.
Uranio Bonoldi - palestrante e especialista em
negócios e tomada de decisão, é professor do Executive MBA da Fundação Dom
Cabral, onde leciona sobre "Poder e Tomada de Decisão". Foi educado
no método Waldorf, e graduou-se e pós-graduou-se em administração de empresas
pela FGV-SP. Mora em São Paulo com a esposa e é pai de dois filhos. Em seu Livro
1, a série "A Contrapartida" cativou rapidamente milhares de
leitores, tornando-se um best-seller principalmente pela qualidade da trama e
pela valorização da diversidade cultural brasileira.
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