A digitalização das empresas tem sido uma grande aliada dos processos de recrutamento e seleção, permitindo mais otimização e produtividade. A possibilidade de conduzir a jornada via plataformas digitais reverteu as longas conversas e agendas apertadas de entrevistas, para uma maior qualidade na busca pelo profissional ideal. Por outro lado, desencadeou um contraponto perigoso na relação entre as partes, evidenciando a importância de manter um vínculo próximo, apesar da distância imposta pelas telas.
Enfrentar longas horas no trânsito, conciliar
inúmeras entrevistas e aguardar por feedbacks que nem sempre aconteciam,
eram situações costumeiras que foram significativamente dribladas com a
virtualização dos processos seletivos. Desgastante para o candidato, e também
para o recrutador.
No ambiente online, se torna muito mais fácil
analisar um grande volume de profissionais qualificados – até mesmo, de regiões
distantes da sede organizacional, ampliando o escopo corporativo com mais
chances de contratar talentos promissores para o crescimento da companhia.
De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto
Locomotiva, cerca de 95% dos departamentos de RH defendem, fielmente, que os
processos seletivos online vieram para ficar. Embora os benefícios sejam
inegáveis, vieram também acompanhados de grandes desafios para as empresas.
Dificilmente, um candidato participa de um único
recrutamento por vez. Em sua grande maioria, eles conciliam simultâneos
processos de seu interesse, analisando itens como os cargos ofertados, salários,
pacotes de benefícios, missão seguida pelo negócio, e muitos outros pontos em
busca daquela vaga que se encaixe perfeitamente aos seus anseios.
Atrair a atenção de profissionais qualificados
frente à inúmeros concorrentes se tornou um dos maiores empecilhos enfrentados
nesta digitalização do mercado – e, ao mesmo tempo, um dos pontos mais
importantes a serem seguidos nesta nova era do recrutamento e seleção.
Reforçar a marca empregadora nunca foi tão
importante. É preciso criar um vínculo especial entre o negócio e os
candidatos, trazendo significado e importância para todos que integram o
processo seletivo. Uma boa experiência de contato deve ser fundamental,
principalmente para aqueles que não forem selecionados – caso contrário, a
falta de retorno sobre seu desempenho, pode danificar sua imagem perante outros
candidatos e até atuais colaboradores.
A sensibilidade e empatia devem estar presentes a
todo momento, inclusive na avaliação individual das qualificações. As
competências técnicas englobadas nas denominadas hard skills
(competências técnicas) deixaram, há tempo, de serem os únicos requisitos de
seleção. Diversas soft skills (habilidades comportamentais), como uma boa
comunicação, colaboração e planejamento, se mostram essenciais no dia a dia organizacional,
rumo a um bom convívio entre todos que trabalham na companhia.
Estamos presenciando uma nova dinâmica de negócios,
com a urgência em trazer processos de recrutamento e seleção mais empáticos e,
menos focados meramente em questões técnicas ou interesses exclusivos da
empresa contratante. Ao trazer este novo olhar, atrair e reter os melhores
talentos do mercado fica muito mais fácil, reduzindo os índices de turnover
e, elevando a satisfação, assim como o desempenho de todos os times.
O foco dos recrutadores deve estar,
indiscutivelmente, na jornada de experiência de todos os candidatos. As
empresas que se atentarem e incorporarem essa mentalidade, certamente irão se
destacar frente a seus concorrentes – construindo um legado forte de sua marca,
que atraia cada vez mais profissionais excepcionais para alavancar seu negócio
rumo ao sucesso.
Ricardo Haag - sócio da Wide, consultoria
boutique de recrutamento e seleção.
Wide
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