Entenda o que é compulsão alimentar e descubra características para detectar o distúrbio, com informações da nutricionista do São Cristóvão Saúde
De acordo com
levantamento da OMS - Organização Mundial da Saúde, os transtornos alimentares
afetam cerca de 4,7% dos brasileiros, sendo que entre os adolescentes esse
índice pode chegar até a 10% da população. São cerca de 10 milhões de
brasileiros com algum distúrbio alimentar, o equivalente a 5% da população. Com
o isolamento social vivenciado nos últimos tempos, somados a causas psíquicas,
fatores socioculturais, hormonais ou ainda, genéticos, a compulsão alimentar
precisa ser compreendida e detectada o quanto antes.
Principais características da compulsão alimentar:
- Necessidade de comer sem que haja fome
física;
- Não deixar de se alimentar, mesmo após
satisfeito;
- Comer mais rápido do que o normal e
sozinho, por vergonha da quantidade ingerida;
- Comer em grandes quantidades e em
pouco tempo;
- Comer até sentir desconforto;
- Se sentir deprimido, com vergonha e
culpa após comer demais. Os episódios podem ocorrer ao menos uma vez por
semana, durante três meses.
Caso perceba alguns
dos comportamentos citados acima, é importante consultar-se com um especialista
para entender qual o seu quadro e se pode ser caracterizado como uma compulsão
alimentar. Afinal, muitas vezes o exagero na alimentação pode estar pautado em
sentimentos como ansiedade, estresse e tristeza e devem ser investigados. Desse
modo, uma equipe multidisciplinar é essencial, pois entenderão a causa do
problema e trabalharão em conjunto na situação.
Além de profissionais de saúde mental, para entender sensações, sentimentos e conseguir identificar se há um distúrbio alimentar, é indicado acompanhamento especializado, onde uma nutricionista realiza uma anamnese detalhada para conhecer os hábitos alimentares e histórico de doenças do paciente, além de analisar crenças e medos que envolvam a comida e planejar as metas terapêuticas do paciente, que podem ser divididas em fases. De acordo com a Supervisora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde, Cintya Bassi, “primeiro vem a etapa educacional, quando o paciente vai aprender sobre a doença e suas consequências, tirar dúvidas e conhecer o que é alimentação saudável. A segunda fase é a experimental, quando o foco será a mudança de comportamento”, explica a especialista.
Ainda segundo a nutricionista, a dieta para quem sofre com a compulsão
alimentar não necessariamente será baseada em alimentos que saciam a fome. “O
trabalho é pautado em uma alimentação saudável e diversificada, porque o
exagero na compulsão não está relacionado à fome física, mas na necessidade de
suprir uma demanda emocional”.
O acompanhamento não é baseado na perda ou ganho
de peso do paciente, mas tem como objetivo criar uma relação saudável com a
comida, com a saúde e imagem corporal do paciente. De modo geral, os resultados
começam a aparecer após os primeiros meses de acompanhamento multiprofissional.
Caso o paciente ainda encontre dificuldade no tratamento, então é sugerido um
trabalho com um psiquiatra para que ele avalie a necessidade de entrar com
medicação para ajudar no processo.
Grupo São
Cristóvão Saúde
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