No mês de conscientização e prevenção deste
tipo de câncer, oncologista responde dúvidas a respeito da doença que ocupa a
segunda posição no ranking dos tumores malignos mais frequentes no Brasil
O
câncer colorretal compreende todos os tumores que acometem o intestino grosso e
o reto. Atualmente, ocupa a segunda posição entre os tumores mais frequentes
nos homens e também nas mulheres no Brasil. É também, a terceira causa de morte
no país! São aproximadamente 40 mil casos por ano, com uma estimativa de
aumento significativo até 2030, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(Inca). Diante da sua importância, no mês de conscientização sobre a doença, o
oncologista David Pinheiro Cunha, sócio do Grupo SOnHe – Oncologia e
Hematologia, responde seis perguntas importantes sobre esse tipo de câncer que
todos devem saber. Confira:
1)
É possível reduzir o risco de desenvolver o câncer colorretal?
A
predisposição genética individual para se desenvolver um câncer ainda não pode
ser modificada, porém a minoria dos cânceres tem origem hereditária. Sabemos
que evitar a exposição aos fatores risco pode reduzir de forma significativa as
chances de ter um câncer de intestino. Por isso, é importante um estilo de vida
saudável, com atividade física regulares, manter o peso adequado, realizar
dieta rica em fibras, evitar o tabagismo, etilismo, o excesso de carne vermelha
e embutidos.
2)
A idade avançada é o principal fator de risco para o câncer colorretal?
A
maioria dos tumores de intestino ocorre após os 50 anos. Outros fatores de
risco importantes são a história familiar de câncer colorretal, obesidade,
sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de carne vermelha (acima de 500
gramas por semana) ou alimentos processados, dieta pobre em frutas ou fibras.
Outras condições como a pólipos e adenomatosa familiar, câncer hereditário sem
pólipos e, doença de Crohn e retocolite ulcerativa, também aumentam de forma
expressiva o risco.
3)
Na fase inicial, o câncer colorretal é uma doença silenciosa, não causa
sintomas. Como diagnosticar cedo?
Na
fase inicial o câncer de intestino pode ser assintomático. Com o aumento do
tamanho da lesão os sintomas podem se desenvolver. As principais queixas são:
alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor ou
desconforto abdominal, fraqueza ou anemia, perda de peso sem causa aparente,
alteração na forma das fezes, massa abdominal ou sangue nas fezes. É importante
salientar que muitas vezes esses sintomas também estão relacionados a doenças
benignas, por isso a importância de sempre passar por uma avaliação médica.
4)
A colonoscopia pode prevenir o câncer colorretal?
O
câncer de cólon na maioria das vezes tem origem a partir de um pólipo no
intestino. Essas lesões são inicialmente benignas, mas podem sofrer atipias
durantes os anos e desenvolver o câncer. Durante o exame de colonoscopia pode
ser realizada a retirada dos pólipos ainda nos estágios iniciais, evitando a
formação do câncer. No Brasil,esse exame é recomendado para homens e mulheres
entre 50 a 74 anos. Em casos de história familiar para câncer de intestino, o
exame deve ser realizado 10 anos antes da idade que o familiar apresentou o
diagnóstico.
5)
A maioria dos casos é curada com o tratamento?
Quando
o diagnóstico é realizado em fases iniciais a chance de cura é acima de 80%.
Por isso a importância de realizar o exame de rastreamento como a colonoscopia
e sempre investigar precocemente os sintomas relacionados à alteração do hábito
intestinal ou sangramento. O tratamento depende de diversos fatores como
localização tumor, tamanho e se ocorreu a disseminação para outros órgãos
(metástase). Na doença localizada, a cirurgia é o tratamento, podendo ser
associada a quimioterapia no pós-operatório. Já na presença de metástase, o
tratamento geralmente se inicia com quimioterapia associada a anticorpos.
6)
O fígado é o local mais frequente de metástase?
Metástase
é quando o câncer dissemina do local de origem para outros órgãos. Quando isso
ocorre as chances de cura reduzem de forma significativa. O principal local de
metástase do câncer de intestino é o fígado, seguido pelo pulmão. Nestes casos,
os tratamentos mais empregados são as quimioterapias, associadas ou não aos
anticorpos monoclonais. Recentemente foi aprovado no Brasil o uso da
imunoterapia para pacientes com metástase com deficiência em genes relacionados
ao reparo do DNA, com excelentes resultados!
David
Pinheiro Cunha -
graduado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC
Campinas). Fez residência em Clínica Médica pela PUC Campinas. Possui
residência em Oncologia Clínica pela Unicamp, e título de especialista em
Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira – AMB/SBOC. É membro
titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da Sociedade
Americana de Oncologia Clínica (ASCO). David é sócio do Grupo SOnHe –Oncologia
e Hematologia, e atua na oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Santa
Teresa, do Hospital Madre Theodora e na Santa Casa de Valinhos.
Grupo
SOnHe - Oncologia e Hematologia
@gruposonhe
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