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sexta-feira, 18 de março de 2022

Engravidar após os 40 anos, mesmo com óvulos congelados, aumenta risco do bebê ter Síndrome de Down? Especialista responde

No Dia Mundial da Síndrome de Down, médica ginecologista e obstetra comenta os riscos de uma gravidez tardia, mesmo nos casos de congelamento de óvulos;


O dia 21 de março marca o Dia Mundial da Síndrome de Down, uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome. O dia escolhido representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome. Em referência à data, a ginecologista e obstetra Camila Ramos fala sobre os riscos de acometimento pela síndrome para filhos de mães de gravidez tardia: Mas, afinal, engravidar após os 40 anos, mesmo com óvulos congelados, aumenta o risco do bebê ter Síndrome de Down?

É bem verdade que a gravidez de mulheres acima dos 40 anos não causa mais espanto. Muitas pessoas que já passaram dessa idade sonham com a possibilidade de serem mães. Um exemplo recente é a atriz Viviane Araújo que, aos 46 anos de idade e após passar por uma fertilização in vitro, anunciou que está grávida de três meses. O método usado pela rainha de bateria é uma alternativa que ainda suscita dúvidas, especialmente sobre a saúde da criança. No entanto, a ginecologista e obstetra Camila Ramos (@dracamilaramos) logo trata de desmistificar a questão e explica que o acometimento da síndrome pode estar ligado à idade da mãe, mas nunca ao processo de congelamento dos óvulos.

 - O risco de síndromes genéticas, como a síndrome de down, aumenta conforme a idade. Então, o risco de ter um bebê com alguma síndrome genética vai ser o risco da idade da mulher de quando ela congelou os óvulos, não importando a idade de quando ela for usá-los. Vale lembrar que apesar de aumentar o risco conforme a idade, o aparecimento da síndrome pode acontecer em qualquer gestação, incluindo a de mulheres na casa dos 20 anos - comenta Camila. 

Existe um conjunto de alterações associadas à SD que exigem especial atenção e necessitam de exames específicos para sua identificação, são elas: cardiopatia congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, hematológicas e ortodônticas. Estudos nacionais revelam também, alta prevalência de doença celíaca (5,6%) em crianças com SD, que em caso de suspeita devem ser acompanhadas por especialistas. 

Não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual – o desenvolvimento dos indivíduos está intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, sobretudo nos primeiros anos de vida, e a carga genética herdada de seus pais, como qualquer pessoa. 

Já para quem deseja engravidar após os 40 anos, é preciso saber que as chances são menores, uma vez que a reserva de óvulos diminui significativamente com a idade, e os óvulos mais velhos são mais propensos a desenvolver problemas, aumentando o risco de aborto e anomalias ao nascimento. Diante disso, a Dra. Camila Ramos aconselha o congelamento dos óvulos bem antes dos 40. 

- O ideal é que se congele antes dos 35 anos devido a quantidade e qualidade dos óvulos - pontua a ginecologista e obstetra. 

Apesar disso, também existem benefícios em gestar após os 40. Estudos demonstram que as mães mais velhas são, em geral, mais instruídas, têm carreiras profissionais mais consolidadas e são mais propensas a amamentar. A partir de suas experiências de vida, são mais aptas a tomar decisões familiares mais saudáveis e inteligentes. O mais importante é conhecer os riscos e se preparar antes de engravidar neste período da vida.

 

FONTE:

Dra. Camila Ramos é ginecologista e obstetra, referência em reprodução humana e climatério.


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