Com a retomada gradativa da produção, houve aumento nas vendas de automóveis e comerciais leves em fevereiro, sobre janeiro deste ano, apesar da queda, no acumulado do bimestre. A redução do IPI deverá ajudar o mercado, principalmente, para as marcas que mantiveram suas tabelas de preços inalteradas
A FENABRAVE – Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores divulgou, hoje, os dados de
emplacamentos de veículos em fevereiro e no 1º. Bimestre de 2022.
Com apenas 19 dias úteis, o
mês de fevereiro foi positivo para os segmentos de automóveis e comerciais
leves. Com mais de 120 mil unidades comercializadas, ante as 116 mil de
janeiro, o mercado vem, segundo o Presidente da FENABRAVE, se acomodando,
apesar das dificuldades ainda existentes, como a alta dos juros e a maior
seletividade no crédito. “Acreditamos
que, com a diminuição do IPI, promovida pelo Governo, o mercado de veículos
poderá ser favorecido, principalmente, para as marcas cujas montadoras
mantiverem os preços dos produtos inalterados, conforme tabela do início de
fevereiro, e também aplicarem a redução da alíquota do IPI”, razão
pela qual, para José Maurício Andreta Jr., o momento ideal para comprar um
veículo é agora, em função do preço reduzido.
O Decreto Federal nº 10.979,
anunciado pelo Ministério da Economia, na última sexta-feira, 25 de fevereiro,
promoveu uma redução de 18,5% na alíquota do IPI – Imposto sobre Produtos
Industrializados incidente em veículos. A redução varia conforme a eficiência
energética e incide sobre as alíquotas constantes na TIPI – Tabela de
incidência do Imposto sobre produtos industrializados, que diferencia os
veículos por cilindrada e peso, entre outras características.
A FENABRAVE está pleiteando,
junto à Receita Federal, que a redução do IPI seja válida para os veículos em
estoque das Concessionárias, atualmente, estimado em 19 dias de vendas, para
autoveículos (cerca de 83 mil unidades).
Balanço Geral do
Setor
O saldo do primeiro bimestre
de 2022, para todos os segmentos automotivos em geral, foi de queda de 13%
sobre igual período de 2021. O setor, como um todo, ainda sofre com a falta de
peças e componentes para alguns modelos, além da queda da renda da população,
do aumento dos juros e da maior seletividade no crédito continuarem impactando
a recuperação do mercado, no Brasil.
De acordo com dados da
FENABRAVE, os emplacamentos retraíram 5,6%, em relação a janeiro, e 10%, na
comparação com fevereiro de 2021. “Vemos
segmentos, como o de automóveis, que mostraram recuperação, mas, vivemos,
ainda, um momento complexo para o setor, no qual muitos têm enfrentado
dificuldades para conseguir crédito, além de persistir a escassez de produtos
em muitas categorias de veículos, em função da falta de insumos e componentes.
Isso freia o avanço das vendas”, disse o Presidente da FENABRAVE,
Andreta Jr.
Crise entre Rússia
e Ucrânia
Até o momento, não é possível
mensurar os impactos da crise entre Rússia e Ucrânia, como a piora no
abastecimento de peças, aumento no preço dos combustíveis e insumos agrícolas,
entre outros fatores que podem comprometer as projeções da FENABRAVE para 2022.
A
entidade fará revisão nas projeções, para o ano de 2022, ao final do mês de
março, devendo divulgar os possíveis ajustes no início de abril.
TABELA DE EMPLACAMENTOS
Acompanhe
o desempenho, por segmento:
Automóveis e Comerciais leves
Caminhões
Ônibus
O segmento segue bastante dependente de programas de transporte público, já que as empresas do setor ainda não voltaram a direcionar investimentos à renovação de frota. “A expectativa é que os resultados melhorem no decorrer do ano, tanto por conta das aquisições governamentais como por parte da iniciativa privada” , diz Andreta Jr.
Implementos Rodoviários
Geralmente, apresenta comportamento similar ao segmento de caminhões e tem boas perspectivas para 2022. “Nossa expectativa é de que cresça 9,4% este ano, a depender de como seguirão as taxas de juros, o aumento dos custos de produção e do desempenho dos setores aos quais o segmento atende, especialmente, o agronegócio”, avalia o Presidente da FENABRAVE.
Motocicletas
De acordo com o Presidente da FENABRAVE, a demanda segue em bom ritmo, mas a aprovação de crédito impede melhores números. “O índice de aprovação de crédito se manteve em 37% em fevereiro. A alta na comercialização de motos, na comparação com 2021, se deve ao aumento dos serviços de delivery e no preço dos combustíveis, que fez os consumidores buscarem, no segmento de duas rodas, alternativas ao automóvel ”, diz Andreta Jr..
Tratores e Máquinas Agrícolas
Obs.:
Por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um
mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.
Segundo
Andreta Jr., a renda vem justificando a manutenção da demanda para estes
equipamentos. As perspectivas, para o agronegócio, em 2022, devem manter o
segmento aquecido. “O ano
passado foi ótimo para a venda de Tratores e Máquinas Agrícolas. Foram mais de
58 mil unidades comercializadas e o cenário, para este ano, também é positivo”,
diz o Presidente da FENABRAVE.
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