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sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Dia do Idoso: profissionais dão dicas de como adaptar a casa para a melhor idade

Segurança e acessibilidade são palavras-chave para os projetos, que devem prezar pela autonomia do idoso

Térrea e com amplos vãos, residência assinada por Isabella Nalon evidencia um projeto com cuidados para o bem-estar de toda família, inclusive na fase que requer precauções redobradas para mobilidade | Foto: Julia Herman

 

Sabia que dia 01 de outubro é comemorado o Dia Internacional do Idoso? A data, mais do que de celebração, é um momento perfeito para refletir como nossos lares devem ser adaptados para garantir uma vida segura e com autonomia para pessoas de todas as idades. Pensando nisso, um time de arquitetos especialistas se reuniu para trazer dicas de como garantir uma casa confortável, bela e, acima de tudo, segura para os idosos.

 

Segundo Isabella Nalon, a arquitetura tem um papel fundamental para a saúde e bem-estar dos idosos, garantindo um dia a dia saudável e sem acidentes - até porque, é comum que, ao envelhecer, o corpo apresente algumas questões relacionadas à saúde, como a diminuição da visão ou problemas de mobilidade. "Cabe então ao profissional de arquitetura trabalhar com elementos que eliminem riscos de futuros acidentes, se atentando às necessidades específicas do morador e prezando por um layout que valoriza o conforto e segurança", afirma. O arquiteto e paisagista Cezar Scarpato complementa: "o layout deve favorecer a circulação, com móveis, objetos e prateleiras longe das rotas principais, mantendo se possível a largura necessária para passagem de cadeira de rodas".

 

Via de regra, uma casa com pessoas da terceira idade deve ser preferencialmente térrea e sem desníveis, seja em sua área interna ou externa. "Quando necessário tê-los, os meios de acesso como rampas e escadas devem contar com revestimentos antiderrapantes e cores que facilitem a diferenciação entre degraus, além de corrimão firme", afirma Scarpato, que indica que a inclinação de rampa e altura do degrau de escadas sejam mais baixos do que a norma. "Um degrau com espelho de 17 cm, ao invés do padrão de 18 cm, torna a locomoção muito mais simplificada", explica. Também é importante considerar a proximidade dos ambientes, facilitando a movimentação pela casa. “A arquitetura bem concebida para esse público estimula a circulação, memória, raciocínio, autoestima e resulta em qualidade de vida”, complementa Isabella Nalon.

 

Nesse projeto do escritório Corradi Mello, o apartamento de um idoso foi todo pensado para sua autonomia e mobilidade. Os espaços integrados priorizam boa circulação e foram pensados para reunir toda a familia | Foto: Evelyn Muller

 

No quesito circulação, a dupla Priscila Tressino e Bernardo Tressino, da PB Arquitetura, relembra a importância dos corredores largos, com no mínimo 1,20 m. "Geralmente idosos têm cuidadores e passagens generosas ajudam no acompanhamento. As portas podem ter entre 0,90 m e 1,00 m, para que seja possível passar uma cadeira de rodas, caso necessário", explicam. Vale também deixar as circulações o mais livres possíveis. "Tire os tapetes do caminho ou qualquer outro obstáculo. Geralmente, com o avanço da idade, a visão periférica tende a se perder, por isso é muito importante tirar qualquer obstáculo que possa ocasionar uma queda", afirmam Priscila Tressino e Bernardo Tressino. 

Apesar das adaptações, a arquiteta Karina Korn relembra a importância de pensar, também, no aconchego. "A casa de uma pessoa idosa precisa ser um lar prazeroso, afinal, são inúmeras lembranças e memórias afetivas. É importante considerar, no briefing, as coisas que o morador gosta e viveu, seu estilo de vida. Deixar aparente quadros, livros objetos que trazem à tona as melhores memórias", opina a profissional, que relembra que tudo deve ser pensado de acordo com o perfil do morador.


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