Segurança e acessibilidade são palavras-chave para os projetos, que devem prezar pela autonomia do idoso
Térrea
e com amplos vãos, residência assinada por Isabella Nalon evidencia um projeto
com cuidados para o bem-estar de toda família, inclusive na fase que requer
precauções redobradas para mobilidade | Foto: Julia Herman
Sabia
que dia 01 de outubro é comemorado o Dia Internacional do Idoso? A data, mais
do que de celebração, é um momento perfeito para refletir como nossos lares
devem ser adaptados para garantir uma vida segura e com autonomia para pessoas
de todas as idades. Pensando nisso, um time de arquitetos especialistas se
reuniu para trazer dicas de como garantir uma casa confortável, bela e, acima
de tudo, segura para os idosos.
Segundo
Isabella Nalon, a arquitetura tem um papel fundamental para a saúde e bem-estar
dos idosos, garantindo um dia a dia saudável e sem acidentes - até porque, é
comum que, ao envelhecer, o corpo apresente algumas questões relacionadas à
saúde, como a diminuição da visão ou problemas de mobilidade. "Cabe
então ao profissional de arquitetura trabalhar com elementos que eliminem
riscos de futuros acidentes, se atentando às necessidades específicas do
morador e prezando por um layout que valoriza o conforto e segurança",
afirma. O arquiteto e paisagista Cezar Scarpato complementa: "o layout
deve favorecer a circulação, com móveis, objetos e prateleiras longe das rotas
principais, mantendo se possível a largura necessária para passagem de cadeira
de rodas".
Via de regra, uma
casa com pessoas da terceira idade deve ser preferencialmente térrea e sem
desníveis, seja em sua área interna ou externa. "Quando necessário
tê-los, os meios de acesso como rampas e escadas devem contar com revestimentos
antiderrapantes e cores que facilitem a diferenciação entre degraus, além de
corrimão firme", afirma Scarpato, que indica que a inclinação
de rampa e altura do degrau de escadas sejam mais baixos do que a norma. "Um
degrau com espelho de 17 cm, ao invés do padrão de 18 cm, torna a locomoção
muito mais simplificada", explica. Também é importante
considerar a proximidade dos ambientes, facilitando a movimentação pela casa. “A
arquitetura bem concebida para esse público estimula a circulação, memória,
raciocínio, autoestima e resulta em qualidade de vida”, complementa
Isabella Nalon.
Nesse
projeto do escritório Corradi Mello, o apartamento de um idoso foi todo pensado
para sua autonomia e mobilidade. Os espaços integrados priorizam boa circulação
e foram pensados para reunir toda a familia | Foto: Evelyn Muller
No quesito circulação, a dupla Priscila Tressino e Bernardo Tressino, da PB Arquitetura, relembra a importância dos corredores largos, com no mínimo 1,20 m. "Geralmente idosos têm cuidadores e passagens generosas ajudam no acompanhamento. As portas podem ter entre 0,90 m e 1,00 m, para que seja possível passar uma cadeira de rodas, caso necessário", explicam. Vale também deixar as circulações o mais livres possíveis. "Tire os tapetes do caminho ou qualquer outro obstáculo. Geralmente, com o avanço da idade, a visão periférica tende a se perder, por isso é muito importante tirar qualquer obstáculo que possa ocasionar uma queda", afirmam Priscila Tressino e Bernardo Tressino.
Apesar das
adaptações, a arquiteta Karina Korn relembra a importância de pensar, também,
no aconchego. "A casa de uma pessoa idosa precisa ser um lar prazeroso, afinal,
são inúmeras lembranças e memórias afetivas. É importante considerar, no
briefing, as coisas que o morador gosta e viveu, seu estilo de vida. Deixar
aparente quadros, livros objetos que trazem à tona as melhores memórias",
opina a profissional, que relembra que tudo deve ser pensado de acordo com o
perfil do morador.
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