Impactos e
consequências socioeconômicas da pandemia devem trazer mais atenção ao
bem-estar feminino e as agressões são o estopim para uma série de doenças,
alerta especialista
Os dados de 2020 são alarmantes para as mulheres
brasileiras, os casos de violência doméstica subiram 27%, segundo pesquisas do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o que caracteriza uma pandemia
silenciada por outra, a da COVID-19. Entre os meses de junho e julho do ano
passado, 80% das mulheres entrevistadas pelo IBOPE, relataram sentir alguma dor
com frequência.
Essas informações somadas ao que explica a doutora
Camille Figueiredo, pesquisadora e médica reumatologista na Cobra Reumatologia,
têm impacto direto na saúde das mulheres.
Os sintomas mais comuns são ansiedade, medo e
estresse – fatores que se transformam em uma verdadeira bomba-relógio para o
bem-estar feminino especialmente durante a pandemia de COVID-19. A doutora
Camille abre o debate chamando a atenção para problemas que podem ser
associados às doenças reumatológicas.
Os dados resumem o cenário alarmante em que
vivemos: à medida que a pandemia se intensifica, relatos de violência doméstica
contra as mulheres estão se espalhando rapidamente em todo o mundo e seus
parceiros estão aproveitando as medidas de distanciamento físico para isolar
vítimas dos recursos de assistência adequados. - Camille
Figueiredo (pesquisadora e médica reumatologista na Cobra Reumatologia)
A violência pode ir muito além do ato da agressão
física, ela também gera gatilhos para os problemas na ordem da saúde mental.
Esses são impactos que podem funcionar como o estopim no sistema imune, levando
ao desenvolvimento e agravamento de doenças reumatológicas, como artrite,
fibromialgia, lúpus, entre outras.
A Dra. Camille Figueiredo, que atualmente se dedica
a estudar o impacto da pandemia na vida das mulheres, publicou um artigo, COVID-19:
one pandemic shading another, no conceituado periódico Arch Depress
Anxiety. Na publicação, assinada em parceria com o Dr. Felipe Mendonça de
Santana, Camille traz dados relevantes que deixam um importante alerta, pelo
bem-estar físico, emocional e pela prevenção de futuras complicações
imunológicas, e mais que isso, pela vida das mulheres brasileiras:
Abordagens para acabar com a violência doméstica
devem idealmente ser consistentes em uma colaboração mútua entre governos e
organizações não governamentais, visando primeiro aquelas mulheres mais
vulneráveis. Estes devem ser integrados em ordem para prevenir o problema,
enquanto fornece abrigo, psicológico apoio e educação para mulheres,
particularmente nos casos em que crianças estão envolvidas. Além disso, combate
à violência doméstica consiste em resolver continuamente os problemas
domésticos, não apenas durante a pandemia, mas depois disso. Este não é um
problema novo, só está cada vez mais agravante. - Camille
Figueiredo (pesquisadora e médica reumatologista na Cobra Reumatologia)
Camille Figueiredo - Formada pela Universidade do
Estado do Pará (1998), Camille Pinto Figueiredo é responsável pelo braço
acadêmico da Cobra Reumatologia. Com residência e doutorado realizados no
Hospital das Clínicas (FMUSP) e pós-doutorado pela
Friedrich-Alexander-University Erlangen-Nuremberg (Alemanha), Camille é médica
e pesquisadora, dedicando-se, sobretudo, aos estudos sobre metabolismo ósseo e
HR-pQCT. Em virtude de suas pesquisas, Camille foi congratulada com quatro
prêmios, dentre eles, atribuídos pela Sociedade Brasileira de Densitometria
Óssea, juntamente com outros pesquisadores: “Prêmio Antônio Carlos Araújo de
Souza em Densitometria Clínica” (2008) e “III Prêmio de Incentivo à Pesquisa em
Osteoporose e Osteometabolismo” (2011).
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