De última geração, esses medicamentos substituem altas doses da terapia tradicional, reduzem crises e trazem qualidade de vida aos pacientes1,2
O mês de conscientização da Asma
acontece em maio, e os brasileiros diagnosticados com Asma Grave têm motivos
para comemorar a ampliação do acesso a terapias inovadoras de controle desta
doença crônica.
A partir de 1 de abril de 2021, os
tratamentos imunobiológicos para Asma Grave passaram a ter cobertura
obrigatória dos planos de saúde, o que significa que para os pacientes que
cumprirem os critérios de utilização do tratamento, estes medicamentos serão
gratuitos.
Além disso, um novo tratamento
imunobiológico avaliado pela CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias do SUS) teve recomendação favorável à incorporação no SUS, ou seja,
em breve, mais opções estarão disponíveis de forma gratuita também na rede pública
de saúde a todos os brasileiros .3,4
Outra conquista recente é a priorização
dos pacientes com Asma Grave na vacinação contra a Covid-19 - iniciativa que
serve também como alerta para quem subestima ou desconhece essa doença que, se
não tratada adequadamente, não compromete apenas a saúde e a qualidade de vida
do paciente, como pode levar a óbito.1,2,5 Também é importante lembrar que a
vacinação anual contra influenza nos pacientes com asma moderada a grave de
qualquer faixa etária, é medida importante para redução de crises da doença,
especialmente em um cenário de saturação dos serviços de saúde em razão do
aumento no número de casos de Covid-19.6,7
"A dificuldade de acesso ao
tratamento era um dos entraves no controle da Asma Grave e limitava as nossas
opções de indicação terapêutica. A ampliação da disponibilidade a medicamentos
biológicos de última geração nas redes particular e pública representa um passo
importante, que muda paradigmas no controle da doença, bem como significa
mudanças essenciais na rotina dos pacientes", destaca a pneumologista Irma Godoy,
presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
A executiva Sandra Humer, 51 anos,
agora aposentada, convive com a Asma Grave há 8 anos. Hoje, a doença está
controlada, mas Sandra sentiu na pele os afastamentos recorrentes do trabalho
por conta da Asma Grave, além de internações hospitalares, chegando a ir para
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) algumas vezes. "Não conseguia tomar
banho, andar com os colegas para almoçar ou arrumar a cama", conta.
Atualmente, ela usa medicação imunobiológica e tem uma vida normal, viaja,
caminha diariamente até 5 km, nada e dança sempre que pode. "Antes
usava uma quantidade alta de corticoides e tinha quadros de pneumonia. Cheguei
a engordar, ficar inchada. Felizmente meu marido sempre esteve ao meu lado
durante essa jornada", lembra.
Para a presidente da ASBAG (Associação
Brasileira de Asma Grave), Raissa Cipriano, "a falta de informação e o
direcionamento tardio para um especialista são obstáculos na jornada do
paciente com Asma Grave". Enquanto os adultos levam, em média, quatro
anos entre os primeiros sintomas e o diagnóstico, as crianças demoram um ano.8
G., 8 anos, filha de Raissa, sofre dos
sintomas desde os primeiros meses de vida, mas só teve o diagnóstico de Asma Grave
aos 2 anos. "Passamos por vários médicos, inúmeras crises, 32
internações e a necessidade de uso constante de oxigênio. Foi
apenas com 4 anos que ela recebeu o tratamento adequado. Hoje, tem uma vida
normal, corre, brinca, vai à escola, mas antes se cansava para falar, ir do
sofá da sala ao banheiro e não conseguia alcançar a irmã mais nova nas
brincadeiras", conta Raissa. "Estamos sempre em busca de
tratamentos mais eficazes e a liberação dos imunobiológicos representam uma
revolução no controle da doença, permitindo ao paciente ter melhor qualidade de
vida e saúde, maior liberdade para realizar as atividades que desejam e traz
maior conforto aos pais, afinal só quem têm crianças com Asma Grave sabe como
os cuidados começam do raiar do dia e seguem muitas vezes pela madrugada",
acrescentou a mãe.
Sobre a Asma Grave
Segundo a Organização Mundial da Saúde,
em 2019, 262 milhões de pessoas no mundo viviam com Asma, sendo que de 5% a 10%
desses pacientes têm Asma do tipo Grave.8,9 No total, ocorreram mais de 46 mil
mortes relacionadas à doença globalmente.9,10 No Brasil, cerca de 20 milhões de
pessoas convivem com diferentes formas desta doença respiratória, inflamatória
e de origem alérgica.9 A Asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações
pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média
• internações anualmente.10 Uma das
principais medidas para o controle da Asma é o tratamento adequado de acordo
com a gravidade da doença e a adesão do paciente ao tratamento.11
Existem diferentes tipos de Asma e tratamentos.12,13 Segundo
Dra. Irma, o diagnóstico de Asma Grave leva em
consideração a quantidade de medicação que deve ser administrada diariamente
(corticoides) e outras terapias de apoio, em dosagens elevadas, o que pode ter
como consequência o agravamento ou desenvolvimento de comorbidades, como
diabetes e obesidade".10,11,12
A médica ainda complementa: "os pacientes com a Asma Grave têm
maior número de exarcebações, crises que os fazem procurar a emergência frequentemente,
e envolve ainda internações hospitalares com regularidade, chegando a precisar
de cuidados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva)".11,12,13
Os imunobiológicos mudaram o manejo de
várias doenças autoimunes, caso da Asma Grave.1,2 De última geração, esses
medicamentos biológicos são indicados para tratar os casos da doença que não
respondem ao tratamento convencional.11 "Com esse tipo de terapia mais
acessível, o tratamento torna-se mais preciso e personalizado, levando em conta
as necessidades de cada paciente", enumera a presidente da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Indicado, em geral, como tratamento
complementar de manutenção da Asma Grave, em pacientes adultos, adolescentes e
crianças a partir dos 6 anos de idade, os imunobiológicos reduzem as
internações hospitalares e as visitas aos prontos-socorros, causadas pelos
episódios de crises.2,12,13.14,15
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