O Brasil e o Iraque são países que possuem suas próprias fontes de petróleo nas quais fazem suas respectivas extrações. Ambos exportam para todo o mundo cobrando o mesmo preço.
No caso do Iraque, antes as usinas que refinavam o
petróleo eram estrangeiras, vindas da Inglaterra, França e Alemanha, mas agora
são todas indústrias nacionais. Por conta disso, hoje um litro de gasolina
neste país custa mais ou menos 10 centavos de dólar, que convertidos para a
moeda brasileira são aproximadamente 50 centavos.
Porém, aqui no Brasil pagamos R$5,00 o litro, ou
seja, 10 vezes mais que no Iraque. E é importante ressaltar que o petróleo e a
refinaria são nossos. A Petrobras é a única empresa que pode explorar, refinar
e vender o combustível fóssil no País.
Uma das maiores questões que fica é: se o Iraque
pode vender petróleo a 10 centavos de dólar, porque também não podemos fazer o
mesmo?
Uma solução para que isto ocorresse seria se o
governo privatizasse todo o esquema da Petrobras. Dessa forma, a privatização
traria uma diminuição nos preços para o consumidor final. Se qualquer indústria
pudesse importar e refinar o combustível fóssil, desde que repassasse os
impostos, acredito que pelo menos os preços seriam em média R$ 1,00 por litro.
Agora, outro lado é que a Petrobras também domina a
fabricação de etanol, mesmo não tendo uma fazenda de cana-de-açúcar ou de
outras matérias-primas. O esquema é todo particular, onde o produtor é quem
planta a matéria-prima e refina o álcool, mas que não pode comercializar como
combustível, apenas como álcool etílico, porque apenas a estatal pode.
Além disso, temos 350 indústrias de álcool em nosso
País. Se pensarmos que cada uma tenha 500 funcionários, então é possível dizer
que o número de empregados total deste setor gira em torno de 175 mil
trabalhadores.
Agora, e se fosse proibido o uso da gasolina e do
diesel no Brasil? Todos motores de combustão interna teria que ser a álcool.
Quantas indústrias de etanol não surgiriam?
Estimo que seriam umas 300 mil usinas produzindo
álcool para o Brasil, isso resultaria em mais de 150 milhões de empregos
gerados. Sem contar que nós poderíamos estar invadindo o mercado de grandes
países consumidores deste combustível.
Então, com essa proibição, todo mundo deveria
passar a usar etanol. E seria possível, visto que íamos ter mais ou menos 300
mil usinas para dar conta da demanda. O melhor de tudo estaria na capacidade do
álcool ser renovável, ou seja, não acabaria nunca.
Para que isso tudo ocorra, o governo deveria baixar
uma lei que só permitisse etanol em motores brasileiros, além de privatizar
todo esquema da Petrobras, com foco em usar o petróleo para exportação. Então,
se levarmos em conta que 3 milhões de barris por dia que são extraídos no
Brasil, isso criaria uma renda enorme para governo federal, porque seria
vendido sob a luz do dólar. É uma sugestão que traria muitas divisas ao
País, criaria emprego e renda. Basta vontade política.
J. A.
Puppio - empresário e autor do livro Impossível é o que
não se tentou
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