O dia 07 de abril tem como objetivo alertar as escolas sobre a importância do combate de casos de violência; o cuidado ainda deve ser redobrado no meio virtual com o contexto de ensino remoto
A escola é um dos ambientes mais importantes para
a vida de crianças e jovens que, desde muito cedo, iniciam o contato com outras
pessoas além de suas famílias, dando continuidade ao aprendizado, à preparação
para o futuro e à vida em sociedade. No entanto, para alguns, esse período pode
ser caracterizado pelo enfrentamento de situações de violência, como o
bullying. Segundo o relatório mais recente sobre o tema do UNICEF, estima-se
que cerca de 150 milhões de jovens, entre 13 e 15 anos em todo o mundo, já
foram vítimas de bullying. No Brasil, o dia 07 de abril é marcado pela data de
conscientização sobre o Combate ao Bullying e à Violência na Escola.
Com a pandemia da Covid-19, a prática de
violência verbal ou física que antes acontecia presencialmente migrou para o
meio virtual, o que chamamos de cyberbullying. A partir do ensino a distância,
a preocupação, o monitoramento e o combate dessas práticas ultrapassam ainda
mais os muros das escolas e enfrentaram as barreiras das telas no mundo
digital.
Um estudo recente realizado pela Microsoft aponta
que cerca de 43% dos adolescentes e adultos entrevistados no Brasil estiveram
envolvidos em incidentes de bullying na internet. A pesquisa traz dados sobre a
civilidade na internet, principalmente após o início da pandemia em que a
conexão se tornou ainda maior no meio virtual. Os dados mostram que 21% foram
vítimas de bullying e 41% afirmam que a civilidade digital caiu depois do
início da pandemia, sendo os jovens com idades entre 11 e 25 anos os mais
afetados.
Ainda assim, o Brasil não está entre os piores no
ranking de bullying, entretanto, apresenta uma piora. Tendo a conscientização
sobre o problema e buscando alternativas responsáveis de impacto entre a
comunidade escolar acerca desse tipo de violência, algumas instituições de
ensino realizam projetos e atividades no intuito de promover maior respeito e
diversidade.
Red House International School - Escola
internacionais como a Red House International School trabalham com questões
ligadas a princípios e valores éticos multiculturais desde os primeiros anos da
Educação Infantil, prevenindo dessa forma situações de bullying ou violência
entre os alunos. Trata-se de um trabalho educativo de conscientização da
importância de respeitar as diferenças realizado desde a primeira infância.
Cooperação, inclusão e tolerância são algumas das competências fortemente
trabalhadas nessas instituições. A escola internacional está preocupada com a
formação do ser humano, independentemente de suas atribuições culturais e
geográficas, o que contribui com a formação de valores éticos mais consistentes
e noções de respeito acerca da vida em sociedade.
Colégio Anglo Chácara Santo Antônio – O
Colégio Anglo Chácara busca trabalhar a temática por meio das orientações
educacionais e projetos realizados com os alunos. A professora do 5º ano,
Camila de Lucca, afirma que com o ensino remoto é preciso estar atento aos
grupos dos alunos e às brincadeiras que eles começam entre si. Pensando em
ações preventivas como forma fundamental para diminuir as ações interventivas,
este ano, a educadora elaborou um projeto que vai além de uma atividade
pontual. A ideia é promover uma educação digital por meio de discussões e
reflexões sobre diferentes aspectos que envolvem o uso da internet e das redes
sociais como: segurança, comportamento, uso excessivo e cyberbullying. “Visamos
também desenvolver um olhar crítico sobre tudo o que está sendo divulgado,
incluindo informações, memes e fake News”, explica.
Camino School - A Camino School estruturou um comitê de diversidade
formado por professores, famílias e estudantes que reflete sobre todos os tipos
de diferenças, que podem ser físicas, de etnia/raça, gênero, orientação sexual,
entre outras. “Somos únicos, cada um com sua identidade e características
particulares”, adianta Letícia Lyle, cofundadora da Camino Education, da Cloe e
diretora da Camino School. A instituição trabalha na elaboração de um Manual
da Diversidade, construído pelos docentes em conjunto com os estudantes, a
ser compartilhado com educandos e educadores. “Esse projeto amplia nossa visão
e conhecimento de temas sensíveis e importantes para que sejamos capazes de
construir um mundo mais equânime que reconheça e valorize as diferenças”,
complementa Lyle.
LAR da Benção Divina - O LAR
está sempre atento às várias nuanças relacionadas à diversidade. No dia a dia,
seja nas aulas presenciais pré-pandemia ou no modelo online atual, a ONG dá o
devido suporte a alunos individualmente, mantendo-se atenta a quaisquer sinais
de introspecção inesperada ou alteração de comportamento. A entidade orienta
seu time de professores sobre a nocividade da prática do bullying. Em sala de
aula, todas as atividades são pensadas para integrar pessoas e promover o
respeito às diferenças. Essa premissa está alinhada com a missão da organização
sem fins lucrativos, que preza justamente pela transformação social por meio da
educação. “Toda intolerância deve ser erradicada da sala de aula para que o
mesmo ocorra na sociedade”, opina Fernanda Lancellotti, presidente do
LAR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário