A boa notícia é que em 17 de janeiro o Brasil iniciou o processo de vacinação contra a covid-19 e, desde então, temos em torno de 3,2% da população vacinada. Dentre as opções de vacinas, apenas a CoronaVac/Butantã e a AstraZeneca/Oxford foram aprovadas para uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as demais já têm mais de 75% da documentação (Fiocruz, Pfizer) necessária ou estão chegando a essa etapa (Janssen). A pergunta que não quer calar, então, é: depois de quanto tempo de fato vamos estar imunizados?
As vacinas são aliadas na produção de imunidade
contra vírus e bactérias,
estimulando o organismo a produzir anticorpos
contra as doenças causadas por esses patógenos. A
presença de anticorpos neutralizantes, por sua vez,
informará se o paciente tem a capacidade de neutralizar a entrada do vírus
na célula. Esse nome significa que ele “neutraliza” a
entrada do vírus no corpo. Por isso a importância do exame que os
detectam para quem foi vacinado, já que ele
irá revelar se a pessoa produziu anticorpos efetivamente
neutralizantes ou não.
A CoronaVac tem a eficácia geral de 50,38%, o que significa
que durante o estudo clínico, o grupo que recebeu a vacina, em comparação
ao que recebeu placebo, evitou mais da metade dos possíveis casos;
daqueles que ainda assim desenvolveram a doença, 78% tiveram sintomas
leves e nenhum caso de internação foi registrado (100% de eficácia contra casos
graves). A vacina de Oxford (AstraZeneca), por sua
vez, apresentou dois resultados diferentes em relação a sua eficácia: 62%
quando aplicada em duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra
completa. Os cientistas calcularam uma média entre os dados obtidos e
chegaram em 70% de média de eficácia. A principal característica dessas
vacinas é reduzir a probabilidade de casos graves que necessitem de internação
e óbitos, acima da característica de evitar a doença.
A notícia não tão boa é que ainda não temos dados
sobre o
real resultado de anticorpos neutralizantes produzidos pela população já
vacinada, pois o processo ainda é recente. Em torno de 6,7 milhões de
brasileiros receberam ao menos uma dose da vacina até agora; apenas 0,95%
da população recebeu as duas doses recomendadas.
Uma coisa é certa: o teste de anticorpos neutralizantes será cada vez
mais relevante para detectar e/ou monitorar a capacidade
neutralizante conferida pelas vacinas, afinal, nenhuma vacina tem
ainda 100% de eficácia contra infecção ou reinfecção, esse é o
caminho árduo que ainda enfrentaremos este ano.
Fabio Moruzzi - diretor Comercial na NL
Diagnóstica – nldiagnostica@nbpress.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário