A luta pela participação das mulheres na política
começou pela Revolução Francesa (XVIII) e prosseguiu com o movimento sufragista
no final do século XIX e início do XX, nos países democráticos.
O primeiro país onde as mulheres conseguiram
garantir o direito de voto foi a Nova Zelândia, em 1893. Em 1906 foi a vez da
Finlândia. Em 1918, a Inglaterra. Em 1920, nos Estados Unidos. Porém, no caso
dos estadunidenses, em alguns estados, as mulheres e os homens negros
conseguiram o direito de voto somente na década de 1960.
No Brasil, as mulheres conseguiram o direito de
votar em 1932. Curiosamente, antes mesmo de as mulheres poderem votar, em 1928,
a potiguara Luzia Alzira Teixeira Soriano elegeu-se prefeita da cidade com mais
de 60% dos votos, apesar de uma campanha misógina contra ela.
Porém, a primeira mulher a conseguir o direito de
votar foi Celina Guimarães Viana, após uma ação judicial, na qual, ela
comprovou que reunia as condições legais necessárias para ser eleitora.
Outra personagem que se destaca na luta pelo voto
das mulheres no Brasil é Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira, mais
conhecida como Miêtta Santiago: primeira mulher a conseguir o direito de votar
e ser votada.
Somente após quase 70 anos, em 1995, por meio da
Lei 9.100/1995, as mulheres brasileiras tiveram um novo avanço em termos de
ampliar sua participação na política já que, historicamente, os mandatos
legislativos e executivos estiveram “reservados” aos homens.
Por meio dessa lei, que regulamentou as eleições
municipais de 1996, 20% das vagas para os cargos de vereadores deveriam ser
ocupadas por mulheres. Por essa lei, em 1998 o percentual deveria ser de 25% e,
em 2002, deveria ser de 30%.
No entanto, o impacto no aumento do número de
mulheres eleitas de 1994 a 2006 foi muito pequeno: de 6,2% para 8,8%
respectivamente. Somente em 2018 houve um aumento significativo. De 9,95% em
2014, as mulheres passaram a ocupar 16,2% das cadeiras na Câmara Federal em
2018.
A título de comparação, a Câmara Federal Americana
conta com 22% de mulheres entre as parlamentares; já na Espanha as mulheres são
42%; na Argentina, 40%; na França, 39%; na Alemanha, 31% e no Canadá, 26%.
Assim, podemos concluir que ainda estamos por
demasiado atrasados em processos de igualdade entre homens e mulheres no
Brasil, apesar dos avanços adquiridos nos últimos 30 anos.
De acordo com a ONU, entre os 11 países da América
Latina, ocupamos a 9ª posição no ranking da paridade política entre homens e
mulheres. Para se ter uma ideia mais próxima, nas últimas eleições bolivianas
ocorridas em outubro de 2020, das 36 cadeiras para o Senado, 20 serão ocupadas
por mulheres.
Segundo o filósofo grego Aristóteles, é preciso
tratar de maneira desigual os desiguais, para que possamos encontrar o ponto de
equilíbrio, o justo meio numa sociedade.
Porém, percebemos no Brasil um movimento inverso.
Se no caso das candidatas às vagas para as câmaras municipais o percentual é de
34% de mulheres, para o cargo executivo, apenas 10% são mulheres nas eleições
municipais de 2020.
Mas, a situação fica mais triste ao percebermos
que, enquanto alguns países latino-americanos estão discutindo a paridade de
gênero nas eleições, por aqui, as mulheres ainda têm que brigar para que os
recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha cheguem até elas.
Tudo isso por conta de que, a partir critério
estabelecidos pelos partidos, esse recurso estar sendo destinado às
candidaturas majoritárias que, à moda do patriarcalismo e coronelismo da
política brasileira, dividem os mesmos apenas com determinadas candidaturas,
consideradas pelos mesmos viáveis.
Já foi conquistado muito, não há como negar. Mas,
ainda não chega nem perto de tudo que desejamos e temos o direito enquanto
mulheres e cidadãs.
A mulher precisa conhecer, confiar e acreditar em
mulheres.
INTREPEDS
– Instituto de Treinamento, Pesquisa e Desenvolvimento do Ser
Sirley
Machado Maciel - Analista comportamental, terapeuta e escritora
Site: www.intrepeds.com
Facebook:
Intrepeds.Desenvolvimento
Cel:
(41) 99996-7063
Facebook:
Sirley Machado Maciel Intrepeds
Nenhum comentário:
Postar um comentário