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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Se você não desafia seus liderados, seu concorrente o fará

“Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. A famosa frase retrata exatamente o que pode ser observado, cada vez mais, no ambiente corporativo. Nos tempos atuais, isso quer dizer que o profissional, independentemente do nível hierárquico, precisa estar apto a desenvolver diferentes tarefas, mesmo que algumas delas não digam respeito à sua área específica de atuação. É o que chamamos de polivalentes ou multifunções. Já as empresas precisam ter, entre outros aspectos, uma área estratégica de Recursos Humanos, a fim de ofertar oportunidades crescentes de desenvolvimento aos colaboradores.

Nesse sentido, é importante entender que um indivíduo que está na “zona de conforto” realiza apenas atividades que proporcionam desempenhos satisfatórios, limitando-se a uma falsa sensação de segurança. Essa situação impede a superação e a evolução de todos: tanto do profissional, quanto, consequentemente, da corporação. Afinal, ter as mesmas atitudes e esperar resultados diferentes é equivocado e não agrega valor nenhum ao trabalho nem à personalidade.

Por outro lado, encarar desafios faz parte do aprimoramento de qualquer pessoa. O ser humano é movido por provocações e estímulos constantes e pela novidade. É isso que motiva e gera o prazeroso “brilho nos olhos”, tanto na vida pessoal quanto profissional. Se o trabalho não oferece essas emoções, o desinteresse começa a aparecer. E, nesse momento, as empresas perdem os talentos para os seus concorrentes.

Assim, uma iniciativa fundamental é rever, permanentemente, as políticas de gestão de pessoas, com o intuito de apoiar o pleno conhecimento das principais competências e habilidades (soft skills) dos colaboradores, via assessment (ferramentas avaliativas). Além disso, o RH estratégico precisa atuar no desenvolvimento individual dos funcionários, criando incentivos, oportunidades e plano de carreira transparente.

Trabalhar com quem nos desafia é um dos principais ingredientes para nos tornarmos diferenciados e não acomodados. Mas, evidentemente, a organização e as lideranças não são as únicas que devem apresentar os desafios. Também o próprio profissional necessita traçar seus caminhos, uma vez que o protagonismo é essencial para quem quer ter êxito na carreira.

Aqueles que preferem ficar paralisados, usualmente não vão atrás de seus sonhos. Seguem a mesma rotina e deixam a vida passar, sem buscar o que realmente querem. Sabe aquela pessoa que está, há anos, insatisfeita no mesmo emprego? Ela é um exemplo clássico disso. E pior: muitas vezes, só reclama, tem baixa performance e nada faz para mudar o cenário, afetando, inclusive, o clima organizacional.

Portanto, quando os profissionais conseguem superar medos e encarar desafios, geralmente desenvolvem habilidades e competências até então pouco exploradas. É aí que descobrem potencialidades e se surpreendem com tudo que são capazes de fazer e de ser. Ainda vale lembrar que, com as constantes crises no Brasil, as empresas reduziram suas estruturas, atuando com um número menor de funcionários, em busca de mais resultados. Nesse cenário, têm optado por colaboradores mais sêniores e talentosos. Isso é um movimento crescente, até por conta da alta aplicação da tecnologia nas organizações.

 


David Braga é CEO - board advisor e headhunter da Prime Talent, além de professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você”. Ele atua, ainda, como embaixador da ONG ChildFund e conselheiro de RH da ACMinas.


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