“Mar calmo nunca fez bom marinheiro”. A famosa frase retrata exatamente o que pode ser observado, cada vez mais, no ambiente corporativo. Nos tempos atuais, isso quer dizer que o profissional, independentemente do nível hierárquico, precisa estar apto a desenvolver diferentes tarefas, mesmo que algumas delas não digam respeito à sua área específica de atuação. É o que chamamos de polivalentes ou multifunções. Já as empresas precisam ter, entre outros aspectos, uma área estratégica de Recursos Humanos, a fim de ofertar oportunidades crescentes de desenvolvimento aos colaboradores.
Nesse sentido, é importante entender que um
indivíduo que está na “zona de conforto” realiza apenas atividades que
proporcionam desempenhos satisfatórios, limitando-se a uma falsa sensação de
segurança. Essa situação impede a superação e a evolução de todos: tanto do
profissional, quanto, consequentemente, da corporação. Afinal, ter as mesmas
atitudes e esperar resultados diferentes é equivocado e não agrega valor nenhum
ao trabalho nem à personalidade.
Por outro lado, encarar desafios faz parte do
aprimoramento de qualquer pessoa. O ser humano é movido por provocações e
estímulos constantes e pela novidade. É isso que motiva e gera o prazeroso
“brilho nos olhos”, tanto na vida pessoal quanto profissional. Se o trabalho
não oferece essas emoções, o desinteresse começa a aparecer. E, nesse momento,
as empresas perdem os talentos para os seus concorrentes.
Assim, uma iniciativa fundamental é rever,
permanentemente, as políticas de gestão de pessoas, com o intuito de apoiar o
pleno conhecimento das principais competências e habilidades (soft skills)
dos colaboradores, via assessment (ferramentas avaliativas).
Além disso, o RH estratégico precisa atuar no desenvolvimento individual dos
funcionários, criando incentivos, oportunidades e plano de carreira
transparente.
Trabalhar com quem nos desafia é um dos principais
ingredientes para nos tornarmos diferenciados e não acomodados. Mas,
evidentemente, a organização e as lideranças não são as únicas que devem
apresentar os desafios. Também o próprio profissional necessita traçar seus
caminhos, uma vez que o protagonismo é essencial para quem quer ter êxito na
carreira.
Aqueles que preferem ficar paralisados,
usualmente não vão atrás de seus sonhos. Seguem a mesma rotina e deixam a
vida passar, sem buscar o que realmente querem. Sabe aquela pessoa que está, há
anos, insatisfeita no mesmo emprego? Ela é um exemplo clássico disso. E pior:
muitas vezes, só reclama, tem baixa performance e nada faz para mudar o
cenário, afetando, inclusive, o clima organizacional.
Portanto, quando os profissionais conseguem superar
medos e encarar desafios, geralmente desenvolvem habilidades e competências até
então pouco exploradas. É aí que descobrem potencialidades e se surpreendem com
tudo que são capazes de fazer e de ser. Ainda vale lembrar que, com as
constantes crises no Brasil, as empresas reduziram suas estruturas, atuando com
um número menor de funcionários, em busca de mais resultados. Nesse cenário,
têm optado por colaboradores mais sêniores e talentosos. Isso é um movimento
crescente, até por conta da alta aplicação da tecnologia nas organizações.
David Braga é CEO - board advisor e headhunter da
Prime Talent, além de professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor
do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você”. Ele atua, ainda, como
embaixador da ONG ChildFund e conselheiro de RH da ACMinas.
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