Diversidade
e inclusão são temas que devem estar na ordem do dia das empresas e são
vitais para o sucesso de qualquer organização, pois permite que os
colaboradores compartilhem abertamente a ampla gama de perspectivas que
representam, criando um ambiente onde as diferenças são verdadeiramente
valorizadas, no qual a autenticidade torna-se um estado de espírito em que
todos sentem que pertencem e podem fazer seu melhor trabalho.
Diante de
protestos e da luta de grupos minoritários e daqueles que cobram a valorização
de sua representatividade em diversos setores da sociedade, como (LGBT’s,
mulheres, negros e outros), nada é mais precioso do que o olhar e a adesão das
companhias a este tema ao mesmo tempo, tão importante e sensível. Neste
sentido, investimos e participamos de ações, iniciativas e grupos como a coalizão de 48 multinacionais, que têm um
compromisso contra o racismo e por mais equidade racial entre os funcionários.
A iniciativa - “Partnering for Racial Justice in Business” - União pela Justiça
Racial nos Negócios, foi revelada recentemente, no Fórum Econômico Mundial, em
Davos, e representa um marco importante no que tange esta importante e atual
questão.
Fica claro,
a partir da observação e da pesquisa interna de empresas de diversos segmentos,
que em um grupo diversificado e que acolhe as diferenças, os colaboradores se
sentem mais seguros e acolhidos. Isso contribui para a cooperatividade e o
senso de pertencimento. Assim, o turnover é bem menor na companhia.
Diminuição da rotatividade. aliás, é um dos benefícios mais evidentes. Quando
há muita exclusão na equipe devido às dificuldades de convivência com
diferenças, é comum acontecerem desligamentos na
empresa. Às vezes, por não suportarem a dinâmica de segregação entre os
colegas, alguns membros do time preferem sair do emprego. Esse processo é muito
problemático. Equipes intolerantes tendem a ter um alto índice de rotatividade
porque os profissionais não dão conta da exclusão.
Além disso,
ter pessoas com diferentes origens, faixas etárias, crenças, etnias, classes
sociais, entre outros, significa ter um time que exprime uma representatividade
compatível com a diversidade da população. Neste contexto, quando uma equipe
diversa parte para um mesmo propósito, torna-se possível
compartilhar ideias e visões tão diferentes e ricas, e encontrar soluções
que não seriam imagináveis se todos tivessem vivências parecidas. Logo,
organizações que possuem uma cultura de respeito à diversidade têm inúmeros
outros benefícios.
Em
organizações nas quais há uma cultura de respeito à diversidade, os conflitos
são reduzidos e bem menos recorrentes. Como há uma política de boa convivência
entre as diferenças, os colegas de trabalho podem ter mais facilidade para
lidar com divergências entre eles. A política de respeito e tolerância estimula
a capacidade de escuta e de buscar acordos entre os profissionais. Dessa forma,
diferenças de opinião não desencadeiam desentendimentos, rompimentos ou
atritos. Elas são estímulos para a formação de uma construção cooperativa e
para a busca de um consenso.
Outro grande benefício da diversidade
nas empresas é a criação de um ambiente no qual os
colaboradores são incentivados a
dar o seu melhor. Estamos falando, nesse caso, da implantação (indireta, mas
parcialmente voluntária) de uma cultura meritocrática. A visão da meritocracia
leva os profissionais para o caminho da alta performance, em que algumas
questões, como idade, sexo, nacionalidade, etnia e deficiência são secundárias.
O que realmente importa é a capacidade
de cada um, somada à qualidade e à eficiência dos trabalhos. Assim, um espaço
profissional que adota o verdadeiro mérito como ponto de crescimento e chance
de novas oportunidades é aquele, idealmente, em que as melhores ideias são
implementadas, e as melhores pessoas, promovidas. A abertura a essa pluralidade
pode gerar excelentes resultados e, quando existe de maneira pura e natural, há
um ótimo sinal de que o princípio da meritocracia é aplicado.
O aumento da criatividade no ambiente é
sempre possível. Um local que valoriza a diferença e que coloca a
diversidade como um elemento que acrescenta qualidade ao negócio, faz com que
os colaboradores sintam que têm mais liberdade para ter autenticidade e
genuinidade no trabalho. Nossas experiências nos induzem sobre a maneira como
enxergamos os problemas e como os solucionamos. Quanto mais variado for
o time, maior será o número de ideias apresentadas e maiores as chances que a
organização terá para obter os resultados que tanto deseja. Outro ponto
importante é que o ambiente diverso propicia condições para que novas ideias
circulem entre os membros do time. Os profissionais ficam mais engajados e
criativos, prontos para liberarem os seus potenciais.
Uma corporação que valoriza a diversidade também está
cumprindo com seu papel social. Isso contribui para que a organização seja bem
vista. Afinal, é uma postura de responsabilidade para com a sociedade. Além
disso, o aprendizado sobre a multiplicidade que os colaboradores têm na
companhia é difundido no meio social pelos próprios profissionais. Quando vão
para outros espaços, eles reproduzem os comportamentos de tolerância aprendidos
no trabalho e se tornam exemplos para as outras pessoas.
Por fim, e não menos importante, a diversidade nas organizações
contribui para que a equipe alcance resultados mais positivos. Isso acontece
porque o ambiente de trabalho é cooperativo, estimulante e acolhedor, fazendo
com que os colaboradores se sintam mais motivados e engajados para
realizarem suas atividades. Com a melhor qualidade de vida da equipe,
todos trabalham com mais efetividade. Esses fatores contribuem para que os
resultados sejam mais positivos em toda a organização. Com essas consequências
benéficas, a equipe fica mais estimulada, gerando um ótimo ciclo no negócio.
Não podemos também nos esquecer de
dizer que a criação da diversidade nas empresas exige um esforço consciente. Em
outras palavras, o negócio deve se tornar um gerador de oportunidades iguais
para transmitir aos candidatos minoritários que eles são muito bem-vindos. É
preciso estabelecer o apreço às distinções como parte dos seus valores
centrais, assim, todos saberão que elas não estão presentes somente em
iniciativas isoladas.
Carina Latvenas - líder
de RH da Thermo Fisher Scientific Brasil
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