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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Dia Mundial de Combate ao Câncer (4/2) - Segunda principal causa de morte em pacientes com câncer, trombose merece atenção durante tratamento oncológico

• Pessoas com câncer têm um risco quatro vezes maior de desenvolver o problema

• Apesar disso, muitos ainda desconhecem a relação entre as doenças ou a informação se perde em meio ao diagnóstico de câncer


• O uso de anticoagulante oral pode reduzir os eventos trombóticos e proporcionar melhor qualidade de vida a esses pacientes



Uma pesquisa qualitativa conduzida pela Bayer, realizada em cinco países, entre eles Brasil, Alemanha, França, Japão e China, identificou que o estado emocional dos pacientes tem forte influência no tratamento do câncer e de suas complicações. Um exemplo disso é o achado que revelou que os pacientes não prestam atenção quando o médico explica sobre a possibilidade de complicações vasculares e eventos trombóticos, devido ao impacto da notícia do diagnóstico com câncer. No entanto, como segunda principal causa de morte em pacientes com a condição1, o tromboembolismo venoso, que inclui tanto a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP), requer cuidado e atenção constante.

Um estudo de 2014 que avaliou a associação entre trombose e câncer mostrou que o indivíduo com câncer tem quatro vezes mais chance de desenvolver trombose em comparação com pessoas sem a condição1. Além disso, cerca de 20% dos novos casos de trombose venosa profunda ocorrem em pacientes com diagnóstico de câncer2. E não apenas a doença, mas o próprio tratamento oncológico pode ter interferência nisso. O problema é que muitas pessoas não têm conhecimento sobre a relação entre essas doenças e a falta de informação pode provocar impactos em sua evolução clínica.

"O corpo humano é uma engrenagem, e quando há um desequilíbrio em qualquer parte, ele reage. No caso dos pacientes com câncer, a presença do tumor faz com que o organismo produza substâncias que ativam a coagulação, favorecendo a formação de coágulos que podem se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Numa trombose venosa, o coágulo que se desprende normalmente vai parar nas artérias dos pulmões, num evento conhecido como embolia pulmonar. As consequências de uma embolia pulmonar variam dependendo do tamanho do coágulo que se desprendeu e/ou da quantidade de coágulos. Em casos mais graves, o problema pode provocar morte súbita", explica o Prof. Dr. Antonio Eduardo Zerati, Cirurgião Vascular e Endovascular e Professor Livre-Docente da Faculdade de Medicina da USP.

"Principalmente os pacientes que fazem quimioterapia apresentam maior chance de desenvolver trombose, pois o tratamento aplicado diretamente nas veias afeta a parede dos vasos sanguíneos. Cerca de 11% dos pacientes em quimioterapia desenvolvem trombose venosa a cada ano1", aponta o especialista. Além disso, outros fatores de risco que tornam o paciente mais suscetível ao problema são a idade, obesidade, tabagismo, histórico familiar, o tipo de câncer e sua localização, tempo de diagnóstico, tipo de tratamento e menor mobilidade (seja por indisposição ou sequela do câncer, seja por necessidade de internações hospitalares).

Uma das afirmações de pacientes que participaram da pesquisa da Bayer foi que "a trombose representou um grande obstáculo para a recuperação do câncer, e por isso é tão importante que os pacientes estejam mais informados sobre os riscos de desenvolvimento da doença". Para isso, Dr. Zerati recomenda que eles fiquem atentos aos sinais do corpo durante esse período, especialmente inchaço em uma das pernas (onde a trombose é mais frequente), dor ou mudança de cor da pele, devendo o médico ser comunicado imediatamente caso um ou mais desses sinais apareçam. "Também é importante que o paciente ou o familiar/cuidador fique atento a todas as explicações médicas no início do tratamento", completa o especialista.

Pacientes oncológicos que já apresentaram algum evento trombótico têm risco de recorrência entre duas e nove vezes maior do que a população geral3. O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, sangue e imagem.

Segundo Rodolfo Ferreira, Diretor de Oncologia da Bayer no Brasil, há um grande investimento da companhia em fornecer opções de tratamento para o câncer cada vez mais inovadoras e seguras, que contribuam com a qualidade de vida do paciente e evitem, consequentemente, que ele seja acometido por complicações como essa. Um exemplo são as quimioterapias ou medicamentos orais, que não precisam ser aplicadas nas veias e não exigem que o paciente permaneça no hospital "Nosso foco é melhorar a qualidade de vida do paciente. Por esta razão, estamos sempre desenvolvendo novas soluções que ofereçam a possibilidade de viver e tratar-se com o mínimo possível de efeitos colaterais", afirma.



Terapia para complicações vasculares é importante aliada na prevenção de trombose em pacientes com câncer

A profilaxia medicamentosa, baseada no uso de anticoagulantes, pode prevenir os quadros de trombose em alguns pacientes em tratamento oncológico. O especialista deve fazer uma avaliação individual dos riscos e benefícios do tratamento para cada paciente e analisar o perfil de segurança. A diretriz de 2019 da International Society on Trombosis and Haemostais (ISTH)4 recomenda o uso da terapia oral com rivaroxabana (10mg/ ao dia) por seis meses a partir do início do tratamento quimioterápico, em pacientes com baixo risco de sangramento e sem interação medicamentosa4,5.

"A profilaxia, além de reduzir o risco de trombose venosa em pacientes de mais alto risco, não apresenta nenhum tipo de interferência no tratamento do câncer, seja quimioterapia ou outra modalidade terapêutica. Além disso, quando a opção recai sobre uma medicação administrada por via oral, há impacto positivo em relação à qualidade de vida desse paciente, evitando que ele precise aplicar injeções diárias por tempo prolongado", finaliza Dr. Zerati.




Bayer

www.bayer.com.br

 



Referências

1 Elyamany G, et al. Clin Med Insights Oncol. 2014;8:129-37
2 Bergqvist D, et al. Curr Probl Surg. 2007;44:157-216
3 Prandoni P, et al. Blood. 2002;100:3484-88
4 The use of direct oral anticoagulants for primary thromboprophylaxis in ambulatory cancer patients: Guidance from the SSC of the ISTH. Wang et al. J Thromb Haemost;2019; 17 (10): 17772-1778
5 Pebmed. Câncer e trombose: benefícios e riscos da tromboprofilaxia primária. Disponível em: https://pebmed.com.br/cancer-e-trombose-beneficios-e-riscos-da-tromboprofilaxia-primaria/. Acessado em março de 2020.

 

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