O futebol é a modalidade esportiva mais popular no mundo e estima-se que cerca de 240 milhões de atletas amadores pratiquem esse esporte, abrangendo todas as faixas etárias de ambos os gêneros. É considerado também um esporte que apresenta um alto índice de lesões, pois envolve grande contato físico, movimentos curtos, rápidos e com muitas trocas de direção. “Em virtude dessas características, apresenta em termos absolutos alto número de lesões”, cita André Pedrinelli no seu Estudo Epidemiológico das lesões no futebol profissional durante a Copa América de 2011, Argentina.
Segundo o especialista, as lesões mais frequentes ocorrem nos membros inferiores (coxas e joelhos), predominando as contusões, seguida pelas lesões musculares. Geralmente estas afecções apresentam, em sua maioria, grau leve de gravidade e acontecem de acordo com as etapas da partida, havendo discreto predomínio nos 15 minutos finais.
Dentre as contusões, a maior parte é causada por trauma, mas também podem ser ocasionadas por sobrecarga. As lesões por sobrecarga acontecem quando sobrecarregamos demais os músculos, podendo lesionar as fibras musculares, gerando rigidez e dor no local.
Ainda segundo o estudo, André Pedrinelli cita que as contusões, os estiramentos e as entorses são as lesões mais frequentes encontradas na literatura. É ressaltado ainda que “Como a maior parte das lesões ocorre nos músculos da coxa e da perna, houve concordância com os resultados obtidos em outros estudos, já que apontaram também os músculos da coxa (principalmente os posteriores) como o principal local da lesão”.
A
gravidade das lesões pode ser classificada como: Grau I/Insignificante: não
necessita afastamento; Grau II/Mínima: 1 a 3 dias de afastamento; Grau
III/Leve: 4 a 7 dias; Grau IV/Moderada: entre 8 a 28 dias; Grau V/Grave: mais
do que 28 dias de afastamento e Grau VI/Muito grave, com potencial de encerrar
a carreira. Essa classificação é baseada no Consenso da FIFA de 2005.
Entenda cada tipo de lesão:
Contusões
As contusões são lesões causadas por trauma direto no corpo, sem que isso cause
uma ferida na pele. É a lesão traumática mais frequente nas atividades
esportivas. Geralmente não afeta ossos e ligamentos. Um tombo ou uma pancada
podem desencadear uma contusão.
Contraturas
musculares
A contratura muscular acontece quando um grupo de
fibras musculares se contrai excessivamente e de forma não voluntária e não
retorna ao seu estado normal de relaxamento.
Estiramentos
Os estiramentos acontecem quando o músculo é alongado além do seu limite. As
fibras presentes nos músculos sofrem lesões causando dor e uma espécie de
estalido. O estiramento é comum quando há falta de aquecimento e alongamento,
mas o cansaço também pode contribuir.
Entorses
As entorses são lesões que afetam os ligamentos de
uma articulação. As mais comuns no futebol afetam os joelhos e tornozelos. Eles
podem ser definidos conforme o grau da lesão. As entorses geralmente estão
relacionadas a um movimento brusco, normalmente de torção, que lesiona os
ligamentos.
Prof.
Dr. André Pedrinelli - formou-se em Medicina em 1984 pela Faculdade de Medicina
da USP (FMUSP). Foi neste mesmo ano, durante um estágio realizado na cidade de
Colônia, na Alemanha no Institutfür Kreislaufforschungund Sportmedizin
(Institute for Circulation Researchand Sports Medicine), que o interesse pela
Ortopedia e Traumatologia em geral e pela Medicina do Esporte, surgiu e ele
começou a dedicar-se integralmente a estas especialidades. Desde então, em
1985, como residente em Ortopedia e Traumatologia do Instituto de Ortopedia e
Traumatologia, do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (IOT-HC-FMUSP), Prof. Dr. André Pedrinelli teve a
oportunidade de entrar em contato com as mais variadas afecções ortopédicas,
desenvolver pesquisas clínicas e participar de atividades relacionadas às
especialidades médicas. Logo no último ano de residência, em 1988, obteve o
Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O interesse pelo Esporte sempre esteve
presente em sua vida, mas foi em 1989, quando foi contratado como médico da
equipe de futebol profissional da Sociedade Esportiva Palmeiras, que iniciou na
Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo o curso de Especialidade
em Medicina do Esporte. Depois disso, sua participação nas quadras ou nos
campos sempre fez parte da sua vida profissional.
Referência:
Estudo
epidemiológico das lesões no futebol profissional durante a Copa América de
2011, Argentina; André Pedrinelli, Gilberto Amado Rodrigues da Cunha Filho,
Edilson Schwansee Thiele e Osvaldo Pangrazio Kullak.
Confira
o artigo na íntegra: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-36162013000200131&script=sci_arttext&tlng=pt
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