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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Comunicação entre escola e pais é essencial para o retorno seguro dos estudantes

Coordenadora de Pedagogia da Anhembi Morumbi explica a importância da escola para o desenvolvimento da criança e diz que é imprescindível o revezamento para que todos se beneficiem dela

Desde que teve início a pandemia da COVID-19 no mundo, os cuidados para se proteger do coronavirus foram amplamente divulgados e hoje eles já estão incorporados no cotidiano da maioria das famílias. O distanciamento é ainda a forma mais eficaz de evitar o contágio, o que torna o retorno das aulas presenciais, principalmente na educação básica, um desafio.

No entanto, um dos objetivos da escola é o acolhimento, dentro das competências socioemocionais, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ou seja, não é apenas um local para aprender conteúdos teóricos. "Não é possível afirmar que o ambiente online substituiu a escola plenamente, pois ela vai além das lições aprendidas, que são muito importantes para a vida, mas não são tudo. Por outro lado, não se pode negar que as aulas totalmente virtuais foram e serão necessárias ainda por um bom período para preservar a vida de todos - alunos e professores", explica Ana Damiani, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate. Nesse sentido, explica a pedagoga, as aulas online vieram para ficar e é muito saudável que seja assim, quebrando o certo preconceito que teimava em existir. Porém, da mesma forma é fundamental entender que a escola é um local para socializar, para aprender a lidar com pessoas diferentes do convívio familiar, com conflitos, aprender a respeitar regras diferentes, entre outras habilidades sociais.

Para a docente, o revezamento de alunos é uma maneira de possibilitar o retorno neste momento. "É importante que a escola reabra com um número mínimo de alunos presencialmente, fazendo um rodízio para que todos possam ir à escola, encontrar os amigos e retomar aos poucos à rotina. Além disso, dividir as turmas em subgrupos, com horários diferentes para a hora do lanche, a entrada e a saída, evitando aglomerações, também são estratégias que devem ser aplicadas pela escola para ampliar a margem de segurança e prevenir uma possível contaminação", enfatiza.

Algumas crianças podem apresentar dificuldade para este retorno após um longo período confinadas apenas ao convívio familiar. Além do apoio dos pais e cuidadores, o professor tem um papel muito importante no acolhimento dos alunos em sua volta presencial. Por isso é preciso que eles se mostrem abertos e à disposição para ouvir e auxiliá-los diante de qualquer desconforto ou dificuldade de adaptação. "Por isso, os profissionais e os pais devem estar atentos aos diferentes comportamentos, atitudes e desempenho escolar. Muitas vezes a roda de conversa é um momento muito importante para diminuir qualquer ruído negativo", explica.

Em relação ao conteúdo programático para os alunos que já frequentavam as escolas, a especialista enfatiza que os professores devem ter tolerância neste momento, revendo suas expectativas em relação ao programa e objetivos almejados. Antes de retomar o conteúdo, o ideal é checar o que foi realmente interiorizado pelo aluno e, se necessário, recapitular o que for essencial.

O retorno das aulas presenciais é, acima de tudo, um voto de confiança dos pais na instituição de ensino e para mantê-lo é preciso deixar todos informados do que está ocorrendo, tendo protocolos de segurança claros e um canal aberto de comunicação entre coordenadores, diretores, professores, pais e alunos. "Todos estão descobrindo novas formas de aprendizagem, se adaptando e realizando ajustes para o convívio social seguro", finaliza.

 


Ana Damiani - coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Anhembi Morumbi.

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