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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Cartas ajudam idosos em situação de vulnerabilidade a lidar com isolamento

 Com a suspensão das visitas, Associação Keralty criou o projeto "Corrente do Bem: Escreva para um Idoso", que incentiva voluntários a conversar com essas pessoas que não têm os familiares próximos


Em meio à incerteza vivida em função da pandemia de Covid-19, a solidariedade se tornou um dos principais recursos contra as consequências deste período. Foi assim que surgiu o projeto “Corrente do Bem: Escreva Para Um Idoso”, criado pela Associação Keralty Brasil neste cenário, como forma de ajudar as pessoas a combater a solidão. A iniciativa inspira voluntários a conversar com aqueles idosos que não têm familiares próximos por meio de cartas. Em quase 10 meses, o projeto já enviou cerca de 14,5 mil cartinhas.

Para manter o contato de maneira segura, a associação encaminha as cartas digitalizadas para as instituições. “Inicialmente, esse contato seria feito por WhatsApp, mas nós ponderamos que a maioria dos idosos não acessam esse tipo de ferramenta. Lembramos, então, que a comunicação antigamente era feita por meio de carta”, declara Erika Nunes, coordenadora da Associação Keralty. O projeto conta hoje com 3.719 voluntários inscritos e recebe mais de 50 cartas por dia.

O projeto, criado inicialmente para prestar apoio principalmente aos pacientes em situação de cuidados paliativos assistidos pelo Contigo, programa do grupo Keralty, se expandiu e hoje atende instituições de apoio a idosos em situação de vulnerabilidade social em todo o Brasil. “Os voluntários e os idosos estão criando um forte vínculo de amizade; é muito comum que eles também incluam fotos da sua vida e enviem o contato para que eles possam continuar se comunicando. Nós temos relatos de voluntários que nunca tinham escrito uma carta. É uma troca mútua”, explica Erika. 

A coordenadora aponta, ainda, que esse vínculo vai além das fronteiras do projeto. “Neste período, os próprios voluntários se mobilizaram em uma ação para arrecadar doações para uma instituição. Não foi nada demandado, eles mesmos se organizaram para ajudar por meio do grupo de WhatsApp”, conta. “Com o tempo, porém, nós percebemos que muitos dos idosos precisavam de ajuda para lerem as cartas e que muitas instituições estavam tendo dificuldades nesse processo; então, decidimos também gravar as cartas em áudio e vídeo”, complementa.  

Para fazer parte do grupo de voluntários é necessário se inscrever por meio de uma plataforma parceira, a Atados, e todas as cartas passam por uma revisão antes de serem enviadas para as instituições. Para Daniele Fredo, voluntária do Rio de Janeiro, esse momento de interação tem sido uma experiência transformadora, especialmente neste período tão delicado. “Escrever cartas é muito mais do que solidariedade, é um exercício de empatia. Neste momento tão difícil que estamos passando, eu diria que fui ajudada muito mais do que eu ajudei”, revela. Ela conta que já procurava, muito antes da pandemia, algum projeto com o qual pudesse contribuir, mas com a correria do dia a dia não conseguia tempo para se dedicar ao voluntariado. “Tem sido uma experiência de reconexão com o meu propósito de ajudar e fazer a diferença. A empatia tem poder de mover o mundo”, complementa. Para participar do projeto, basta fazer a inscrição por meio do site: www.atados.com.br/vaga/corrente-do-bem-escreva-cartas-para-um-idoso-1

 

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