Com a suspensão das visitas, Associação Keralty criou o projeto "Corrente do Bem: Escreva para um Idoso", que incentiva voluntários a conversar com essas pessoas que não têm os familiares próximos
Em meio à incerteza vivida em função da pandemia de
Covid-19, a solidariedade se tornou um dos principais recursos contra as
consequências deste período. Foi assim que surgiu o projeto “Corrente do Bem:
Escreva Para Um Idoso”, criado pela Associação Keralty Brasil neste cenário,
como forma de ajudar as pessoas a combater a solidão. A iniciativa inspira
voluntários a conversar com aqueles idosos que não têm familiares próximos por
meio de cartas. Em quase 10 meses, o projeto já enviou cerca de 14,5
mil cartinhas.
Para manter o contato de maneira segura, a
associação encaminha as cartas digitalizadas para as instituições.
“Inicialmente, esse contato seria feito por WhatsApp, mas nós ponderamos que a
maioria dos idosos não acessam esse tipo de ferramenta. Lembramos, então, que a
comunicação antigamente era feita por meio de carta”, declara Erika Nunes,
coordenadora da Associação Keralty. O projeto conta hoje
com 3.719 voluntários inscritos e recebe mais de 50 cartas
por dia.
O projeto, criado inicialmente para prestar apoio
principalmente aos pacientes em situação de cuidados paliativos assistidos pelo
Contigo, programa do grupo Keralty, se expandiu e hoje atende instituições de
apoio a idosos em situação de vulnerabilidade social em todo o Brasil. “Os
voluntários e os idosos estão criando um forte vínculo de amizade; é muito
comum que eles também incluam fotos da sua vida e enviem o contato para que
eles possam continuar se comunicando. Nós temos relatos de voluntários que nunca
tinham escrito uma carta. É uma troca mútua”, explica Erika.
A coordenadora aponta, ainda, que esse vínculo vai
além das fronteiras do projeto. “Neste período, os próprios voluntários se
mobilizaram em uma ação para arrecadar doações para uma instituição. Não foi
nada demandado, eles mesmos se organizaram para ajudar por meio do grupo de
WhatsApp”, conta. “Com o tempo, porém, nós percebemos que muitos dos idosos
precisavam de ajuda para lerem as cartas e que muitas instituições estavam
tendo dificuldades nesse processo; então, decidimos também gravar as cartas em
áudio e vídeo”, complementa.
Para fazer parte do grupo de voluntários é
necessário se inscrever por meio de uma plataforma parceira,
a Atados, e todas as cartas passam por uma revisão antes de serem enviadas
para as instituições. Para Daniele Fredo, voluntária do Rio de Janeiro, esse
momento de interação tem sido uma experiência transformadora, especialmente
neste período tão delicado. “Escrever cartas é muito mais do que solidariedade,
é um exercício de empatia. Neste momento tão difícil que estamos passando, eu
diria que fui ajudada muito mais do que eu ajudei”, revela. Ela conta que já
procurava, muito antes da pandemia, algum projeto com o qual pudesse
contribuir, mas com a correria do dia a dia não conseguia tempo para se dedicar
ao voluntariado. “Tem sido uma experiência de reconexão com o meu propósito de
ajudar e fazer a diferença. A empatia tem poder de mover o mundo”, complementa.
Para participar do projeto, basta fazer a inscrição por meio do site: www.atados.com.br/vaga/corrente-do-bem-escreva-cartas-para-um-idoso-1
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