Segundo endocrinologista da Novo Nordisk,
alimentação não é único fator que causa a obesidade; diagnóstico inclui fatores
psicológicos e até genéticos
O comunicador Luciano Beregeno, 51 anos, morador de
Brasília, é um dos milhões de brasileiros que já sofreram com a obesidade,
doença que afeta quase um quinto da população, segundo o Ministério da Saúde.
Há 10 anos, quando ele pesava 125 quilos, foi diagnosticado com um linfoma,
tipo de câncer que ataca órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis
pela imunidade do organismo.
“Quando eu terminei a quimioterapia, o médico me
alertou que eu precisava tratar a obesidade porque ela é um fator de risco que
pode levar à reincidência do câncer”, conta.
“Alguns tipos de câncer são relacionados à
obesidade. Ela diminui a expectativa de vida da pessoa e aumenta a mortalidade.
É um problema de saúde pública que acomete grande parte da população
brasileira. Então, é importante a gente identificar e tratar a obesidade”,
alerta a endocrinologista e Diretora Médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar.
Além do câncer enfrentado por Luciano, a Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e Saúde Metabólica (ABESO) alerta que
pessoas com obesidade têm mais chances de desenvolver pressão alta, problemas
respiratórios, diabetes tipo 2 e complicações cardiovasculares, como
insuficiência cardíaca, infartos e AVC.
No caso de Luciano Beregeno, após se consultar com
especialistas, a indicação médica foi a cirurgia bariátrica. Hoje, ele pesa 70
quilos, mas alerta que a redução de estômago não é o que garante uma vida
saudável nem a manutenção do peso. “O que eu pude perceber foi que eu mudei
meus hábitos. Não só os hábitos alimentares, como também a prática de
exercícios físicos. Eu sei que a bariátrica não é uma solução definitiva. Não
existe fórmula mágica para você emagrecer. Agora, eu tenho que lutar para
manter meu peso”, afirma.
Perigos
Em busca do corpo perfeito, os brasileiros têm
colocado em risco a própria saúde ao seguirem tratamentos e dietas “milagrosas”
para emagrecer, comumente encontrados na internet e nas redes sociais. Essa
prática, segundo especialistas, é perigosa porque a alimentação não é o único
fator causador da obesidade.
“O que é importante é fazer o diagnóstico. A gente
recomenda a busca por um profissional especializado, que consegue dar suporte
ao paciente. Não é um tratamento simples. A obesidade pode ser causada por
várias coisas diferentes. Tem alguns distúrbios psicológicos e até fatores
genéticos que podem causar o diagnóstico. O estilo de vida moderno também
propicia a obesidade”, esclarece a endocrinologista Priscilla Mattar.
A especialista reforça ainda que a orientação de médicos
e psicólogos durante o tratamento da obesidade evita que a condição física
interfira, por exemplo, na autoestima e no processo de acompanhamento do
paciente. “Isso é importante até para tirar o peso das costas da pessoa com
obesidade. Ela costuma sentir culpa pelo estado em que está, mas a gente sabe
que não é algo para se culpar. Na verdade, é uma doença crônica, assim como um
diabetes ou uma hipertensão”, completa Priscilla.
Como forma de prevenir a obesidade, principalmente
entre crianças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere o consumo de
alimentos como arroz, trigo e batatas, combinados com legumes, vegetais
frescos, frutas e alimentos de fonte animal. A dica é dar preferência para
alimentos integrais, que contêm grande fonte de fibras e aumentam a saciedade.
É recomendado reduzir a ingestão de alimentos com
alto teor de açúcar, sal e gorduras, substituindo por vegetais crus, nozes sem
sal e frutas secas, por exemplo. A OMS orienta ainda que a dieta diária deve
incluir carnes brancas e alimentos naturais cozidos ou assados, em vez de
fritos.
Além de uma alimentação balanceada, a
endocrinologista Priscilla Mattar aponta que a prática de exercícios físicos,
ao menos, três vezes na semana contribui para diminuir os riscos da obesidade.
Exame gratuito
Para alertar e reforçar a conscientização da
população sobre essa doença crônica que é um dos maiores desafios da saúde
pública global, o Dia Mundial da Obesidade será lembrado, pela primeira vez no
mundo todo, em 4 de março.
Em São Paulo, a campanha “Saúde Não Se Pesa”, uma
parceria entre a ABESO e a Novo Nordisk, vai oferecer gratuitamente o exame de
bioimpedância, que analisa a composição corporal e indica a quantidade
aproximada de gordura no corpo.
Quem comparecer entre os dias 4 e 7 de março, das
onze da manhã às oito da noite, no Shopping Eldorado, na Zona Oeste da capital
paulista, também poderá tirar dúvidas e receber dicas de nutricionistas. As
pessoas que forem diagnosticadas com obesidade serão orientadas a buscar um
médico especialista.
A ação vai contar com a presença do ator e
humorista Leandro Hassum. Mais informações podem ser consultadas pelo site
saudenaosepesa.com.br ou pelas redes sociais da campanha no Facebook e no
Instagram.
Fonte: https://www.agenciadoradio.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário