Fabiano de Abreu
cria teoria da arquitetura da mente humana que se divide em 5 aspectos
A mente segue sendo um enigma para a humanidade.
Desde a Antiguidade Clássica e até mesmo muito antes dos grandes pensadores e
filósofos gregos, estudos diversos têm sido empreendidos afim de decodificar a
consciência humana e o funcionamento da mente.
Hoje a psicanalise, a filosofia, a antropologia e a
neurologia são alguns dos ramos científicos que na atualidade buscam respostas
para algumas das perguntas mais intrigantes de todos os tempos.
O psicanalista, filósofo e escritor Fabiano
de Abreu é um dos estudiosos que tem proposto novas teorias para
compreender a mente humana. Sua mais nova teoria, denominada Arquitetura
da Mente Humana (AMH), parte do princípio da distinção
entre o cérebro e a mente: “Antes mesmo de chegarmos à teoria que
proponho, temos que entender que a mente não é algo físico,
consequentemente não existe como mensurar o seu tamanho ou subdividi-la em
áreas como fazemos com o cérebro. Este último é o órgão onde a mente se
encontra. Nós podemos ver o cérebro mas não podemos observar a mente. Problemas
no cérebro, que é físico, afetam a mente. Por outro lado problemas na mente
afetam a nossa vida, mas nem sempre afetam a parte física do cérebro. Porém
provocam no somático sintomas e sinais.”
A Mente na Nuvem
De forma análoga ao funcionamento dos mais modernos
dispositivos eletrônicos, Abreu aponta as semelhanças: “Eu entendo a mente
projetando-a abstratamente num espaço virtual, uma nuvem iCloud, de dimensão
ilimitada que guarda todas as informações fornecidas graças ao nosso cérebro e
todos os outros órgãos que auxiliam desde o princípio.”
Informações ancestrais
Segundo o estudioso, o aparelho perceptual dos
cinco sentidos onde englobamos a visão, tato, olfato, paladar e a audição é
essencial neste processo; aliando muitas vezes a intuição: “A mente é um
conjunto de informações que existem desde a nossa formação, trazidas no nosso
DNA mas também aquelas que adquirimos em cada momento da nossa gestação,
nascimento e etapas do ciclo vital. Tudo fica armazenado em nosso cérebro como
uma base de dados e, uns são de fácil acesso, outros de difícil conexão. Esses
dados podem estabelecer conexões entre eles e encontram-se muitas vezes ligados
à forma como são fornecidos. Há pontos chaves que ajudam a estabelecer essas
ligações, as lembranças armazenadas ligam-se através de um evento importante,
um acontecimento marcado pela emoção, positiva ou negativa.
Para entender a mente, projetei uma ideia de
‘arquitetura da mente humana’ baseado na ideia da topografia utilizada na
psicanálise.”
Conceito de Arquitetura da
Mente Humana
Segundo Abreu, a Arquitetura da Mente Humana é um conceito de construção da mente em 5
aspectos :
1 – memória primitiva – Estudos já revelaram que o primeiro osso a se formar no corpo
humano, é o esfenoide; e através dele são formados todos os ossos. Ele é um
osso situado na base do crânio anteriormente aos processos jugular e basilar do
osso occipital. Sua deformação no desenvolvimento afeta diretamente a vida do
indivíduo. Estudos revelam também a possibilidade de ser no esfenoide onde está
impressa a nossa memória primitiva, que seriam os instintos e também sensações
que temos mediante a experiências de vidas passadas.
Não referentes à nossa vida, mas à vida de nossos
antepassados, desde a origem humana e suas nuances no desenvolvimento. O centro
do esfenoide é esponjoso assim como o cérebro, fortalecendo ainda mais esta
possibilidade. De forma resumida, a memória primitiva seria uma memória
impressa no nosso DNA; e instalada passando informações aos outros tipos de
conscientes e uma ligação com o inconsciente.
2 – inconsciente – Não é racional, está guardado em uma pasta de arquivos que não são
utilizados e esquecemos que existe. Mas está ali, agindo. Quando pratica uma
ação acertada e nem sabe como conseguiu fazer bem feito como se tivesse
consciência do que estava fazendo mas estava ali, estava dentro de si, no
inconsciente. Acredito que o inconsciente pode ser o primeiro caminho de
comunicação da memória primitiva, em ordem crescente como pontuado aqui no
texto. O inconsciente não forma uma história mas armazena fatos. Atitudes
impensadas de defesas e qualquer ação que esteja guardada em uma caixa de
pandora, que nem mesmo sabemos que existe por não ter consciência dela.
3 – sobre-inconsciente – É a falta da plena consciência. Para mim, é aquilo que está
armazenado e precisamos de ganchos para buscá-lo. São um conjunto de
informações salvas em nossa mente mas que precisamos de situações para que
possamos buscá-la. As funções involuntárias estão no subconsciente como a
respiração por exemplo assim como todas as ações que fazemos “sem pensar.” O
sobre inconsciente é aonde fica armazenado tudo o que projetamos através do
nosso consciente.
4 – pré-consciente – Chega próximo a consciência. Podemos pensar de forma que, a
determinar nossas ações impensadas do cotidiano, como se ela estivesse ali, em
guarda, preparada para ser acionada e agir. É como fazer o caminho de volta pra
casa e depois pensar que fez todo o caminho sem pensar nele, no automático,
pois estava em pré consciência mas distraído com outros pensamentos.
5 – consciente – É o que estamos fazendo agora ao ler este texto. É a consciência de tudo
o que fazemos no presente, o que lembramos agora do passado e o que projetamos
agora para o futuro. Nela julgamos, criticamos, planejamos, fazemos análises,
tomada de decisões e enfim, toda memória em curto prazo.
Fabiano de Abreu - Psicanalista Clínico n'0.0543
pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Clínica e CBPC (Conselho Brasileiro de
Psicanálise Clínica)
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