Augusta Ada King, Mary Kenneth Keller e Katherine
Johnson. Reconhece alguns desses nomes? Augusta foi a primeira programadora da
história. Mary, a primeira mulher a receber um diploma de pós-graduação em
computação. Já Katherine Johnson foi uma das funcionárias da Nasa que
contribuiu para o projeto de lançamento do astronauta John Glenn para o espaço,
em 1962 – a história é contada no filme “Estrelas Além do Tempo” (2016). Essas
três mulheres fizeram história no segmento de tecnologia, mas não recebem o
mesmo nível de reconhecimento que outros profissionais com feitos tão
importantes quanto os delas, mas com uma diferença: são homens.
Dados mais recentes mostram a disparidade entre
homens e mulheres no setor de TI. Nas empresas do Vale do Silício (EUA), por
exemplo, símbolos dos maiores avanços tecnológicos dos últimos anos, apenas 11%
dos cargos executivos são ocupados por mulheres. Em companhias como Google,
Facebook, Twitter e Apple, as mulheres compõem apenas 30% do quadro de
colaboradores. Nossa realidade no Brasil também não é nada animadora: aqui,
essas profissionais ocupam apenas 25% dos empregos em TI.
A conta não fecha desde a faculdade. Nas salas de
aula, era comum conviver com grupos formados em sua maioria por homens. Mas, no
ambiente profissional, sente-se ainda mais a falta de mulheres. Os obstáculos
são diversos. Durante reuniões e apresentações, as mulheres têm muito mais
dificuldade de serem ouvidas que os homens. Nossas ideias são menos levadas em
consideração que as deles. Isso sem falar nos assédios, em sermos reduzidas a
nossa aparência ou à maneira como nos portamos. Em cargos de liderança, uma
mulher assertiva é considerada mandona. Ainda mais quando se é jovem, o esforço
para se provar competente - ou tão competente quanto outro homem da equipe - é
ainda maior.
É uma questão histórica. Desde cedo, os homens são
mais estimulados a pensar racionalmente, a tomar as decisões, a serem
pragmáticos. Quando crescem, eles tendem a optar por áreas mais técnicas, ao
contrário das mulheres, que ouvem desde os primeiros anos o quanto são
naturalmente acolhedoras, sentimentais e idealistas. Não à toa, ocupamos a
maior parte das profissões da área de humanas.
A gente tenta se impor de alguma forma, seja
retomando falas, tentando embasar nossos argumentos de um jeito melhor ou até,
eventualmente, adotando uma postura mais rígida. Uma hora ou outra, ignoramos.
Entendemos que em nem todos os momentos cabe uma discussão. Respiramos fundo e
seguimos acreditando e desempenhando nosso trabalho, pois foi para isso que
dedicamos tantas horas de estudo.
Além de ser uma questão justa de igualdade de
gêneros, uma equipe diversificada, como encontramos na Neotix, traz novos
olhares aos projetos que desenvolvemos. Cada um contribui com suas experiências
profissionais, mas, muitas vezes, a vivência é importante para observarmos um
tema de forma mais ampla. Essa troca de ideias é fundamental em empresas que
querem crescer.
Quanto mais conseguirmos inspirar outras mulheres,
mostrar que elas podem ocupar os cargos que quiserem, na área que desejarem,
mais cedo teremos um ambiente igualitário nas empresas. Podemos criar programas
de incentivo e capacitação, promover palestras de conscientização, aceitar mais
mulheres em cargos de liderança e, principalmente, valorizá-las com salários
justos. Trabalhar com tecnologia é criar algo do zero pensando em melhorar a
vida das pessoas. Para isso, é preciso ser apaixonado por mudanças, gostar de
aprender constantemente e estar disposto a tirar ideias do papel. E, acima de
tudo, nenhuma dessas características tem a ver com gênero. É hora de deixarmos
de ser vistas como um peixe fora d’água!
Karen
Cristina Pereira Lara - desenvolvedora de sistemas
na Neotix Transformação Digital. Graduada em sistemas para internet, também
possui pós-graduação em análise de dados com BI e BIG DATA.
Sara
Cavalcante Bernardino - Product Designer na Neotix
Transformação Digital. Graduada em Design Gráfico, está se especializando em
Design Digital e Novas Mídias.
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