Intraempreendedorismo: quando o colaborador decide empreender

Empreender tem se tornado cada vez mais comum em nosso país. Seja pela promessa de uma maior qualidade de vida, ser seu próprio patrão, trabalhar nos horários em que escolher e por aí vai.

Bom, pra começar nossa conversa, tenho uma notícia não muito animadora: não é bem por aí. A liberdade de empreender é tentadora, porém, as responsabilidades e cobranças que vêm em contrapartida são bem desafiadoras.

Os profissionais que hoje são “empregados” ficam observando este cenário e acabam enxergando apenas cases de sucesso, transições de carreiras bem-sucedidas, a liberdade, os lucros e toda qualidade de vida que uma parte dos empreendedores tem. Porém, os mais observadores também enxergam os fracassos. Segundo os números alarmantes do Sebrae, 80% das empresas abertas no Brasil quebram em até dois anos! Ou seja, a probabilidade de dar certo é muito pequena.

E o que eu, estando em posição interessante no mundo corporativo, porém, cansado das cobranças, da falta de liberdade e remuneração limitada posso fazer?

Primeiro, acredito que todo ser humano deva buscar seu propósito de vida, descobrir qual sua missão, o que faz de melhor, com prazer e afinco. Ao descobrir, que tal colocá-la em prática e empreender dentro da própria organização em que você trabalha? Ouse criar um novo negócio, um novo projeto, uma nova forma de aumentar o lucro da empresa. Pense como dono! Uma vez que conhece os processos da empresa, onde você poderia gastar mais energia para atrair mais clientes, diminuir custos e gerar valor para o negócio?

Ao mudar seu mindset para atuar como se a empresa fosse sua, tenho certeza de que, automaticamente, você irá gerar mais resultados, aumentar suas habilidades, usar melhor suas competências e lidar melhor com outros níveis estratégicos. E tudo isso lhe conduzirá a desafios que o tornarão uma referência neste projeto, aumentando sua visibilidade e lhe conduzindo ao próximo nível de sua carreira, ou seja, uma promoção!

Uma vez ouvi uma história bem interessante durante minha pós-graduação. Um aluno trabalhava em uma grande empresa há mais de 10 anos e estava no cargo de gerência sem perspectiva de ser promovido, pois a mesma já tinha quatro diretores, sendo um para cada negócio da companhia. O aluno estava desmotivado e querendo mudar de emprego em busca de novos desafios. Foi aí que o professor entrou em ação e disse: “Você conhece bem os processos da sua empresa e os negócios da concorrência? ”. A resposta foi sim para ambas as perguntas. E aí veio o direcionamento através da pergunta: “Então, por que você não cria um novo negócio para a empresa? ”.

Passados alguns anos, aluno e professor se encontraram casualmente e falaram sobre a conversa acima. Então, o ex-aluno disse que a sugestão do ex-professor ficou “martelando” em sua cabeça durante meses, até ter um insight: criou um projeto, tocou com maestria e, ao final do processo, foi promovido para diretor deste novo negócio/departamento dentro da empresa.

Assim como a conversa dentro da sala de aula, quero concluir a nossa com uma pergunta: “Qual negócio você pode criar dentro da organização em que está trabalhando hoje? ”. A resposta, acredite, pode ser capaz de mudar a sua vida!

Leandro Miranda - Empreendedor, Mentor e Palestrante

@leandromirandapalestrante