Não é novidade que o mercado de trabalho tem se
adaptado aos novos tempos, tornando mais comuns realidades que eram, até então,
muito distantes para as mulheres. A liderança feminina dentro das empresas é
uma delas. Ainda assim, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 26% a
mais dos cargos de chefia são dos homens.
Mas, uma pesquisa realizada pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, em 10 anos, a participação
feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina
nos mais diversos segmentos, inclusive em ramos de alta complexidade, como a
medicina, a ciência e a tecnologia.
De acordo com Daniela Tavernaro, gerente de
Customer Success Manager da Followize, empresa de software de gestão de leads e
vendas, a liderança feminina contempla benefícios que favorecem a performance,
a motivação e o engajamento das equipes. “Isso acontece porque oferecemos
elementos, como relacionamentos interpessoais, trabalho em equipe, empatia,
olhar humano, visão sistêmica, persistência diante das dificuldades e atenção
aos detalhes que podem fazer a diferença”, explica a gerente da Followize, que
é mestre em Comunicação e Gestão de TI e Gestão de Projetos pela Universidade
Anhanguera.
Quando avaliadas apenas por suas qualidades e
habilidades, as possibilidades para as mulheres são infinitas. É o caso da Lorelay
Lopes, head de Negócios do UP Consórcios, consórcio digital ligado à Embracon.
“Ao longo de 17 anos no ramo, colaborei para a formação de milhares de
profissionais, a grande maioria sem experiência anterior na área de consórcios.
Profissionais esses que fazem a diferença no mercado, sendo referência de
resultados tanto na Embracon como em outras empresas do segmento”, conta.
O resultado veio com premiações nacionais. “Fui
destaque como supervisora em 2011, gerente de filial (primeiro lugar do Brasil
em 2012) e gerente regional (primeiro lugar do Brasil em 2016). Quero
desmistificar o consórcio e levar a educação financeira ao máximo de pessoas
possível”, destaca Lorelay, com formação em Marketing pela Universidade Estácio
de Sá e pós-graduação em Educação Financeira pela DSOP.
Mas o preconceito ainda é muito presente no
cotidiano das mulheres que estão em cargos de liderança. “Uma vez, estava dando
um workshop sobre data science e algumas pessoas entravam na sala e davam meia
volta, achando que estavam no lugar errado. No imaginário delas, elas estariam
indo para um evento e se deparariam com homens. Tratei com bom humor e entendo
que é uma construção cultural”, afirma Caroline Capitani, head de Inovação da
ilegra, empresa global de inovação, design e software.
Ela conta que, apesar de ser majoritariamente
masculino, o setor de tecnologia deve ser composto, cada vez mais, por
mulheres. “O gênero de uma pessoa não define sua capacidade. Isso é tão
verdadeiro que, na área que faço gestão, há mais três mulheres líderes,
empoderadas e competentes. Temos um espaço relevante, uma capacidade de análise
diferente, mas que se soma ao olhar masculino”, finaliza Caroline.
Nenhum comentário:
Postar um comentário