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Para a psicanalista especializada em bem-estar na terceira
idade Eloah Mestieri, a aposentadoria pode impactar de forma significativa o
psicológico do profissional; por isso, é fundamental se preparar e buscar
alternativas para manter-se ativo
Uma pesquisa divulgada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019 aponta que o número
de aposentados e pensionistas superou a marca de 30 milhões no Brasil. Com uma
população envelhecendo, o número de aposentados só tende a crescer. Mas o que
fazer após a aposentadoria, e como fazer essa transição sem sobressaltos? Para Eloah Mestieri, psicanalista especialista em bem-estar na terceira idade,
deixar o mercado de trabalho pode representar um impacto psicológico
importante.
“A questão é que as pessoas trabalham
muitos anos em uma atividade, e identificam-se fortemente com o que fazem. O
trabalho, portanto, torna-se parte da sua identidade, e o afastamento dele
implica na perda de um papel muito importante que tinham. É como uma cobra que
perde uma de suas peles”, exemplifica Eloah.
Segundo a Eloah, nós assumimos diversas
personalidades durante nossa vida. “De acordo com Jung, temos várias personas,
ou seja, representamos vários papéis, ou personagens, que formam nossa
identidade. Somos pais, filhos, estudantes, artistas, comerciantes, filósofos,
sobrinhos, tios, amigos, vizinhos, etc.”
“A perda de um desses papéis tão
importantes e vivido por tantos anos, como sua identificação profissional, não
é assimilada sem transtornos. Alguns positivos, mas outros, extremamente
negativos”, completa Eloah.
Planejamento financeiro e propósito
Para a especialista, a aposentadoria
pode ser um processo mais tranquilo ou mais conturbado, dependendo da vida
financeira do aposentado. “Quando a pessoa pára de trabalhar e pode se lançar
em um novo empreendimento, colocar em prática os seus planos, fica mais fácil,
ela possui um propósito de vida.”
Agora, quando a pessoa depende do
salário para poder manter sua qualidade de vida, a situação muda. “Não ter uma
reserva financeira pode impactar negativamente nas pretensões do agora
aposentado”, aconselha a psicanalista.
Novas metas de vida
Mas o que seria possível fazer para
amenizar a “perda da personalidade profissional?”? A especialista aconselha que
o aposentado arrume atividades prazerosas e que façam sentido. “Hoje em dia, o
que percebo são algumas pessoas aposentadas que buscam aulas de coisas que, às
vezes, não fazem sentido nenhum para elas, apenas para passar o tempo.”
Atualmente, de acordo com o IBGE, a
expectativa de vida no Brasil é de 76,3 anos, um aumento gigantesco se
comparado à década de 1940, quando a expectativa não passava dos 46 anos.
“Quando a pessoa se aposenta, ainda há um longo caminho pela frente, e não é
preciso desperdiçar o tempo com passatempos, como se estas não estivessem aptas
para grandes projetos”, explica Eloah.
“Existe um manancial de força,
conhecimento e capacidade para desempenhar atividades relevantes e realmente
motivadoras”, encerra a especialista
Eloah
Mestieri: É psicanalista clínica integrativa, especializada no bem-estar
na terceira idade. Tem formação também em PNL (Programação Neurolinguística),
Nova Medicina Germânica, Bioalinhamento, Constelação Sistêmica e Análise
Transacional. Com rica experiência na área, a especialista fala com propriedade
sobre temas como envelhecimento bem-sucedido e socialização na terceira-idade.
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