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quinta-feira, 5 de março de 2020

Cão-guia: você sabe o que é preciso para ter um?



O Instituto Magnus é uma entidade de assistência social voltada para promover a inclusão, convivência familiar, comunitária e a cidadania às pessoas com deficiência visual. Para isso, desde novembro de 2015 possui, dentre outros programas, o “Programa Cão-Guia”, que tem o intuito de promover a autonomia das pessoas com deficiência visual, através da utilização do cão-guia.

A disparidade entre o número de pessoas com deficiência visual e cães-guias no Brasil é alarmante: segundo dados o IBGE, existem cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficientes visuais para apenas menos de 200 cães em serviço. E esta é uma realidade que o programa do Instituto Magnus visa mudar.

E como posso ser tutor de um cão-guia do Instituto Magnus?

A primeira etapa do processo para fazer o pedido do cão-guia é a inscrição online, com o preenchimento do formulário com informações pessoais, interesses e informações sobre a rotina do interessado, disponível no site do Instituto Magnus (https://www.institutomagnus.org/programas/cao-guia/como-ter-um-cao-guia). Esse cadastro é avaliado em diversas etapas para que, quando aprovado, o Instituto Magnus encontre um cão compatível com o perfil do interessado.

O cão-guia é um elemento essencial na vida da pessoa com deficiência visual, é uma extensão do corpo, através de seus olhos. Para conseguir fazer parte do processo, o interessado precisa ser diagnosticado com cegueira ou deficiência visual severa de acordo com o Art. 2o , inciso I, do Decreto Federal nº 5.904, de 21 de setembro de 2006; ser residente e domiciliado, preferencialmente, em uma cidade de até 150 km de distância do Instituto Magnus; ser maior de 18 anos de idade e ter OM (orientação e mobilidade), sendo capaz de se integrar socialmente com facilidade.


Do nascimento a cães-guias treinados: como é o processo no Instituto Magnus

O treinamento dos cães começa bem cedo, após os dois meses de vida. Depois de desmamar, eles passam por um período de dessensibilização, no qual são estimulados a algumas situações, de maneira lúdica, que vivenciarão no futuro. Também já começam a aprender sobre comportamento até irem para a casa de uma família socializadora, que tem um papel essencial no primeiro ano de vida dos filhotes. A família, durante esse ano, será responsável por apresentar o filhote à sociedade. Isto é, ambientá-lo nos mais diversos espaços, inclusive, conviver socialmente com outras pessoas e animais. O papel da família é essencial para o sucesso do animal como cão-guia, e quem quer fazer parte desse trabalho deve se inscrever no link: https://www.institutomagnus.org/programas/cao-guia/familia-voluntaria. Após o período de socialização, os cães retornam ao Instituto Magnus para receber o treinamento específico para ser cão-guia. O processo todo dura cerca de 18 meses, até que o animal possa ser destinado a pessoa com deficiência visual, que participa da última etapa de treinamento para se adaptar ao novo companheiro. Nesta etapa, os usuários ficam hospedados 15 dias em um hotel no Instituto Magnus, construído exclusivamente para receber as pessoas com seus cães. Após esse período, a equipe técnica passa mais 15 dias com a pessoa com deficiência visual e o cão-guia, realizando a adaptação da rotina real do usuário(a), concluindo o treinamento.

Murilo, 25 anos, usuário de cão-guia, conheceu o Instituto Magnus por meio de um amigo e desde agosto de 2018 trabalha na área de relacionamento da instituição, afirma que o cão mudou completamente sua vida:

“Ajuda demais, tanto em relação à mobilidade e segurança para andar na rua e a confiança, como em relação à autoestima também, a gente se sente confiante. As pessoas passam a nos ver de outro jeito, quebra alguns preconceitos e paradigmas que às vezes acontecem. Além da mobilidade, a gente se sente seguro sabendo que o cão vai desviar de qualquer obstáculo, e toda essa questão social gera muito mais interação, as pessoas vem muito mais conversar comigo hoje, querem saber do cão, e aí gera toda uma conversa, né. Nasce ali uma amizade só por causa do cão-guia.”

Os cães-guias exercem sua função por, em média,8 anos  e, após esse tempo, o animal se aposenta, podendo se tornar um cão de companhia do próprio usuário, caso a pessoa não o queira ou possa, o cão é doado para uma outra família. Os interessados em adotar podem se inscrever no site do Instituto para adotar um cão que foi desligado do programa ou foi aposentado. O cadastro pode ser realizado a partir deste link: https://www.institutomagnus.org/programas/cao-guia/familia-voluntaria, caso a família de adoção resida na região metropolitana de Sorocaba, ou para quem reside fora desta região e tem interesse, pode enviar um e-mail para: contato@institutomagnus.org.

Mais informações sobre o Instituto Magnus disponíveis no site: https://www.institutomagnus.org/
Endereço: Estrada vicinal Antônio Militão, 122 – Parque Pirapora, Salto de Pirapora (SP)
Acesso pela Rodovia João Leme dos Santos, km 116, sentido Sorocaba a Salto de Pirapora. 900 metros de estrada de terra à direita após a passarela de pedestres.



Sobre o Instituto Magnus
Localizado em Salto de Pirapora, interior de São Paulo, o Instituto Magnus é uma iniciativa sem fins lucrativos, gerido pela empresa Adimax Pet. O trabalho do Instituto é contribuir para a inclusão social através do cão-guia em diversas esferas da sociedade, por isso, além do treinamento e entrega dos cães, possui atividades como palestras informativas e educativas, vivências, dinâmicas de grupos e ações de divulgação para conscientização e engajamento de pessoas para a causa.

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