Por meio de consulta pública, sociedade
terá a chance de contribuir com a incorporação de medicamento que aumenta o tempo de vida dos pacientes
A Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC) abriu
consulta pública para avaliar
a incorporação da terapia-alvo
ruxolitinibe para o tratamento
de adultos com mielofibrose, nos
seguintes subtipos da doença: primária, pós-policitemia vera ou
pós-trombocitemia essencial, no Sistema Único de Saúde (SUS),
após petição realizada pela ABHH.
Atualmente, contando apenas
com opções pouco eficazes,
a população atendida
pela rede pública de saúde poderá ter
o acesso a medicamento que contribui para
o controle dos sintomas e aumenta o tempo de vida.
Com maior prevalência
entre pessoas acima
de 50 anos, estima-se
que uma a cada 133 mil pessoas seja afetada
pela mielofibrose[1-2], tipo raro
de câncer no
sangue, desencadeado pelo mal funcionamento
das células-tronco. A
disfunção surge quando estas células sofrem uma mutação e
formam uma fibrose (cicatriz) na medula óssea, prejudicando a
produção das células sanguíneas.
Entre os principais sintomas estão
cansaço sem causa específica, fraqueza, anemia, palidez, suor noturno
em excesso,
palpitações, falta de ar,
emagrecimento, perda de apetite,
dor ou desconforto no abdômen
e aumento
do baço.[3-4] Esses aspectos prejudicam bastante os pacientes
que, raramente são elegíveis
ao transplante de medula óssea, único tratamento curativo. Por conta disso, outras
possibilidades terapêuticas, como o
ruxolitinibe (inibidor do gene JAK2, presente em
aproximadamente 50% dos casos da doença[5-6]), medicamento que melhor atende a
esse perfil de paciente, são
necessárias para
melhorar a condição desses indivíduos.
"O medicamento é a
opção terapêutica mais moderna, que está
disponível no sistema privado de
saúde desde 2018. Porém, infelizmente, quem
depende do SUS ainda
não tem acesso a
essa terapia-alvo,
a única capaz de contornar sintomas graves,
como o aumento do baço, além de garantir melhora clinicamente
significativa na qualidade de vida e sobrevida
global dos pacientes. Precisamos muito da atenção
de todos para mudar a
realidade de tratamento dessa população
hoje desassistida", afirma
o diretor médico da Novartis,
Dr. André
Abrahão.
Por ser
uma condição progressiva, os pacientes podem sofrer com condições
debilitantes com o passar dos anos, tornando-se
incapazes de seguir suas rotinas de forma funcional - especialmente
se não estiverem
sob cuidados e
recebendo o tratamento adequado. A
doença pode apresentar
complicações graves, como
hemorragias, tromboses, infecções e falência
de órgãos, bem como evoluir
para condições
como a leucemia mieloide aguda,
potencialmente fatal, e óbito.[7-8-9-10]
A maioria dos pacientes com mielofibrose
são tratados com medicamentos citorredutores
(responsáveis por diminuir a
contagem das células do sangue),
que são apenas
paliativos, portanto, é necessário avaliar
o papel do ruxolitinibe como recurso terapêutico
padrão no
Brasil. Ainda que a
decisão preliminar da CONITEC seja pela ‘não incorporação’ do medicamento no SUS,
as contribuições
de toda sociedade civil (médicos,
profissionais de saúde e pacientes, entre outros) podem influenciar a recomendação final do órgão
e garantir o acesso das pessoas com mielofibrose a uma terapia comprovadamente eficaz.
Todos podem expressar
sua opinião sobre a
incorporação de ruxolitinibe para tratamento de pacientes com mielofibrose no SUS.
Na consulta pública, a opção DISCORDO da
recomendação da CONITEC é a favor da
incorporação da nova terapia no sistema público. Já
a opção CONCORDO é favorável
a não
inclusão desse medicamento.
As consultas públicas têm
como objetivo promover a
participação da sociedade nos processos
de tomada de decisões do governo sobre
políticas públicas de saúde. Esta consulta
está
aberta até 17 de março de 2020. Para o envio
de contribuições, o interessado deve acessar o site https://conitec.gov.br/consultas-publicas, buscar a consulta sob o nome
"Ruxolitinibe para tratamento de
pacientes com mielofibrose primária,
mielofibrose pós policitemia vera ou mielofibrose pós trombocitemia essencial, de risco intermediário-2 ou alto",
número 04 - e seguir as instruções.
Novartis
Referências:
[1] McNally RJQ, Rowland D, Roman E, Cartwright RA. Age and sex distributions of hematological malignancies in the U.K. Hematol Oncol. 1997; 15:173–189.
[2] Girodon F, Bonicelli G, Schaeffer C, et al. Significant increase in the apparent incidence of essential thrombocythemia related to new WHO diagnostic criteria: a population-based study. Hematologica. 2009; 94(6):865-869.
[3] Mayo Clinic. Myelofibrosis. Disponível em: www.mayoclinic.org/diseases-conditions/myelofibrosis/basics/symptoms/con-20027210. Acesso em julho de 2016.
[4] Site MedlinePlus. Disponível em: www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000531.htm. Último acesso 4/1/2015.
[5] Leukemia & Lymphoma Foundation. Diagnosis. Disponível em: https://www.lls.org/myeloproliferative-neoplasms/myelofibrosis/diagnosis Acesso em julho de 2019.
[6] MPN Research Foundation. How is MF diagnosed? Disponível em: http://www.mpnresearchfoundation.org/Primary-Myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[7] Mayo Clinic. Myelofibrosis – overview. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/myelofibrosis/home/ovc-20261141 Acesso em julho de 2019.
[8] Oncolink. All about myelofibrosis. Disponível em: https://www.oncolink.org/cancers/leukemia/myelofibrosis/all-about-myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[9] Leukemia & Lymphoma Society. Myelofibrosis. Disponível em: https://www.lls.org/myeloproliferative-neoplasms/myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[10] International Journal of General Medicine. Myelofibrosis-associated complications: pathogenesis, clinical manifestations, and effects on outcomes. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3912063/ Acesso em julho de 2019.
[1] McNally RJQ, Rowland D, Roman E, Cartwright RA. Age and sex distributions of hematological malignancies in the U.K. Hematol Oncol. 1997; 15:173–189.
[2] Girodon F, Bonicelli G, Schaeffer C, et al. Significant increase in the apparent incidence of essential thrombocythemia related to new WHO diagnostic criteria: a population-based study. Hematologica. 2009; 94(6):865-869.
[3] Mayo Clinic. Myelofibrosis. Disponível em: www.mayoclinic.org/diseases-conditions/myelofibrosis/basics/symptoms/con-20027210. Acesso em julho de 2016.
[4] Site MedlinePlus. Disponível em: www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/000531.htm. Último acesso 4/1/2015.
[5] Leukemia & Lymphoma Foundation. Diagnosis. Disponível em: https://www.lls.org/myeloproliferative-neoplasms/myelofibrosis/diagnosis Acesso em julho de 2019.
[6] MPN Research Foundation. How is MF diagnosed? Disponível em: http://www.mpnresearchfoundation.org/Primary-Myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[7] Mayo Clinic. Myelofibrosis – overview. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/myelofibrosis/home/ovc-20261141 Acesso em julho de 2019.
[8] Oncolink. All about myelofibrosis. Disponível em: https://www.oncolink.org/cancers/leukemia/myelofibrosis/all-about-myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[9] Leukemia & Lymphoma Society. Myelofibrosis. Disponível em: https://www.lls.org/myeloproliferative-neoplasms/myelofibrosis Acesso em julho de 2019.
[10] International Journal of General Medicine. Myelofibrosis-associated complications: pathogenesis, clinical manifestations, and effects on outcomes. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3912063/ Acesso em julho de 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário