Segundo
especialistas, hábito pode prejudicar qualidade do sono; quase metade dos
entrevistados revelou, também, dormir menos do que o recomendado
O dado é impressionante: 70% dos
paulistas têm o hábito de usar o celular antes de dormir, prática que pode
interferir na qualidade do descanso. É o que revelou o levantamento
"Hábitos e percepções do sono: um estudo contemporâneo do repouso",
realizado pelo Instituto Nacional de Estudos do Repouso (INER), com o objetivo
de avaliar a relação da população com o sono, sua preparação e cuidados com os
itens indispensáveis ao ato de dormir.
Além do uso de aparelhos eletrônicos,
foi constatado que, apesar de 76% dos entrevistados de São Paulo considerarem
muito importante ter uma boa noite de sono, quase metade (45%) não
consegue dormir a quantidade de horas recomendadas (de seis a oito horas) -
algo que pode ter impacto na saúde. De acordo com um estudo publicado na
revista científica NCBI, não dormir adequadamente pode impactar a concentração
e a motivação, além de aumentar as chances de ansiedade e depressão.¹
Os resultados do levantamento mostram
que os hábitos de sono interferem diretamente na rotina do indivíduo e
vice-versa. Enquanto o estresse foi apontado por 43% dos entrevistados
paulistas como o principal fator para noites de insônia, estudos como o
publicado pela NCBI mostram que indivíduos que dormem mal tem mais
predisposição à irritação, por exemplo.¹
"Uma boa noite de sono tem mais
impacto em nossa rotina do que se imagina. Por isso, é importante ter atenção a
todos os aspectos relacionados ao ato de dormir, desde os momentos que precedem
o sono até a escolha adequada do colchão", afirma Fabiana Manzano,
diretora-executiva do INER.
Colchão: um novo espaço de
entretenimento
Outro achado interessante está
relacionado à mudança de status do colchão: de um item unicamente voltado para
o ato de dormir para um espaço de entretenimento, função antes que era apenas
do sofá. O levantamento apontou que quase 60% dos entrevistados assistem TV ou
séries e 50% jogam videogame deitados em seu colchão. Ler, meditar e até fazer
refeições foram outras atividades mencionadas pelos entrevistados.
Se, por um lado, isso pode indicar como
o colchão vem ganhando espaço dentro dos lares brasileiros, por outro chama a
atenção para a necessidade de maior cuidado com a escolha e manutenção do
colchão. Apesar de 61% dos entrevistados paulistas saberem que o colchão tem
validade, 32% não realizam a troca no prazo de cinco anos, considerado adequado
pelos especialistas. "É importante reforçar que cinco anos não
representam, necessariamente, um prazo máximo para troca do colchão, mas sim um
período em que devem ser redobrados os cuidados com esse que é o principal
produto relacionado com a qualidade do nosso sono", ressalta Fabiana
Manzano.
Referência: Chattu, V.; Manzar, D.; Kumary, S.;
Burman, D.; Spence, D.; Pandi-Perumal, S. The Global Problem of Insufficient
Sleep and Its Serious Public Health Implications. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6473877/.
Último acesso: 07/12/2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário