Rugas,
ressecamento, manchas, flacidez, angiomas, eczemas, erupções, vesículas,
úlceras, pústulas, calosidades, urticária, coceiras, dermatites, nódulos e
tumores benignos ou malignos são alguns dos principais problemas de pele que
podem ser encontrados na população idosa. Atualmente, as doenças cutâneas
acometem de 1/3 a mais de 50% das pessoas, e na fase idosa a incidência é ainda
maior, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Com
este contexto, os cuidados com o maior órgão do nosso corpo na terceira idade
se mostram ainda mais necessários. Sendo assim, a dermatologista e membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da SBD, Ana Rosa
Magaldi, aponta a seguir, as principais causas e características de distúrbios e
disfunções que são comuns à pele de pessoas nesta faixa etária, e ainda indica
os tratamentos e cuidados que podem ajudar na cura ou amenização destas
condições.
De
acordo com a dermatologista, o processo de envelhecimento humano provoca um
grande número de mudanças fisiológicas, e um dos órgãos que mais sofre com o
avanço dos anos é a pele. “Existem mais de 3 mil tipos de
enfermidades da pele que ocasionam uma infinidade de alterações na saúde ou até
mesmo podem levar ao óbito. Estes problemas podem surgir em qualquer fase da
vida, mas a idade avançada age como um grande fator de risco para a eclosão de
patologias”, ressalta.
Segundo Ana Rosa, na terceira idade, é natural que o nosso organismo
sofra com a queda na capacidade de formação de colágeno, elastina e ácido
hialurônico. Ainda há a diminuição das glândulas sudoríparas, o declínio na
produção de secreções por parte das glândulas sebáceas, e o surgimento de
doenças como a diabetes. “A combinação destes fatores junto de condições
externas, como a exposição solar exacerbada e contínua ao longo da vida, a
realização de uma hidratação ineficaz, o contato com a poluição, desordens
emocionais, o tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação, contribuem para que
a pele fique mais seca, fina,
frágil na fase idosa. Ela ainda perde grande parte de sua capacidade de
adaptação às oscilações de temperatura e se torna suscetível ao aparecimento de lesões e infecções”,
adverte.
A
dermatologista explica que várias destas ocorrências na fase idosa afetam não
só a saúde como também a aparência e autoestima das pessoas. “A maioria das
características que ficam aparentes na pele na terceira idade revela muito dos
hábitos e experiências pelas quais passamos e praticamos durante as nossas
trajetórias de vida. No Brasil, dentre as doenças de pele com maior incidência
entre os idosos estão os tumores (benignos e malignos), as micoses
e rachaduras. Ainda existe um grande número de queixas pautadas pela
manifestação de manchas, alergias e psoríase”,
afirma.
Para
cuidar da pele após os 60 anos, Ana Rosa indica cuidados diários como o aumento
da ingestão de água; a adoção de uma dieta saudável e composta por alimentos
antioxidantes para o combate de radicais livres (frutas cítricas, aveia,
açafrão linhaça, peixes e dentre outros); a prática regular de exercícios
físicos que ajudem no aprimoramento da circulação sanguínea; o abandono de
banhos muito longos e quentes; e o uso de hidratantes corporais com
propriedades umectantes, oclusivas e emolientes.
Ana
Rosa lembra que quanto à exposição solar, que é uma das principais responsáveis
pelo câncer de pele dos tipos melanoma e não melanoma em nosso país, é preciso
ficar atento a algumas recomendações. “Os idosos, assim como todas as pessoas,
devem fazer o uso de protetores solares com FPS superiores a 30,
evitando se expor aos raios solares de forma desprotegida entre os horários de
10h e 15h. No entanto, é preciso dizer que o sol é importante para a síntese de
vitamina D, então para que essa substância não fique em baixa, invista em
alimentos como o salmão, atum e sardinha ou mesmo na suplementação, caso seja
necessário”, aconselha.
Por fim, Ana Rosa destaca
que o autoexame e o acompanhamento anual junto a um dermatologista são
determinantes para o diagnóstico e tratamento de doenças graves como o câncer
de pele. Ela ainda esclarece que a ajuda médica é essencial para identificação
dos tipos de pele de cada pessoa e a indicação de produtos e terapêuticas
adequadas. “Somente um profissional qualificado será capaz de proporcionar o
diagnóstico precoce de um câncer e isso aumenta muito as possibilidades de cura
de um paciente. Além da pele, os idosos também devem manter a atenção constante
quanto a sua saúde como um todo, por isso existe a necessidade de que também sejam
realizadas consultas regulares com outros profissionais da área médica”,
conclui.
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