Não,
não se trata de uma plataforma ultra tecnológica para transmissão de dados ou
uma moeda exclusiva das franqueadoras. Estou falando de um conceito nascido
recentemente nos Estados Unidos que, se der certo, pode mudar o Franchising
mundial...
Li
um artigo, na semana passada, que dizia que algumas franqueadoras
estadunidenses estão transformando o valor da taxa de franquia obtido em cada
venda em uma criptomoeda. O crédito desse valor fica em nome do franqueado e,
conforme a rede cresce e faz reinvestimentos na própria marca – com a
colaboração de todas as unidades franqueadas e a participação ativa dos seus
membros, para que o negócio prospere coletivamente –, aquelas criptomoedas vão
se valorizando. Quando o franqueado não estiver mais na rede – por uma aposentadoria,
sucessão ou mesmo se ele desistir do negócio por ter outros interesses, sem
brigas ou litígio –, ele as resgata. É um investimento baseado na taxa de
franquia, que exige comprometimento total de cada franqueado.
Como
eu já sei que, lendo este texto, muitos franqueadores brasileiros questionarão
a legitimidade do uso da taxa de franquia para esse fim, antecipo-me em dizer
que a taxa de franquia foi originalmente criada para adesão do franqueado à
rede de franquia, incluindo a licença de uso de marca, transferência de
tecnologia e know-how e acesso às ferramentas, procedimentos e processos
criados para o respectivo sistema de franquia. Na verdade, não deveria ser um
valor para ser usado para alavancar a franqueadora, e nem subsidiar
as contas pessoais dos sócios da franqueadora – o que, ainda e
infelizmente, ocorre em muitos casos.
Pode
parecer difícil, no modelo atual de muitas franqueadoras, ‘abrir mão’ da taxa
de franquia, mas o conceito vai além disso: a ideia é dar ao franqueado um
motivo a mais para investir seu tempo; pensar o negócio com o verdadeiro
‘espírito de dono’; colaborar com seus pares, atuando em rede, entre outras
atitudes desejadas, mas nem sempre alcançadas, porque na realidade não existe
um sólido objetivo a ser conquistado em conjunto. O trabalho em rede, tão
fundamental para o sucesso da marca, deve ser sempre incentivado pela
Franqueadora, fazendo com que seus franqueados sejam unidos e não se coloquem
como rivais ou concorrentes. Dentro do modelo do Cripto Franchising, todos
franqueados tem interesse em fazer o seu melhor, com o objetivo de aumentar o
valor da sua moeda e assim trabalhar em rede vira uma condição natural e
essencial, não havendo tanta necessidade de interferência da
franqueadora.
Cripto
Franchising: com certeza a tecnologia de blockchain alcançará o Franchising
muito antes do que imaginamos. E, por isso, já que assistimos diariamente
tantos desencontros no Franchising, na maioria das vezes por problemas de
relacionamento advindos de comportamentos inadequados e impróprios,
devemos refletir como esta ideia poderá transformar o sistema de
franquias em um negócio ainda mais saudável e lucrativo. O futuro já
começou... E você, o que acha da novidade?
Novoa
Prado Consultoria Jurídica
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