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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Como bate o seu coração?



Em 9 de julho, comemora-se o Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca (IC) e a data traz a oportunidade de colocar em discussão uma doença pouco conhecida e extremamente impactante. A IC afeta cerca de três milhões de pessoas no Brasil1 e é responsável por duas a três vezes mais mortes que cânceres avançados, como o de intestino e de mama1

Além do mais, a enfermidade tem um peso significativo na cadeia da saúde, gerando um gasto de R$ 22 bilhões na economia do país, considerando custos como internações no sistema de saúde e na redução de produtividade1. A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma das principais doenças que atinge o coração e é condição consequente de outras enfermidades como hipertensão e infarto do miocárdio, ou seja, é uma doença em decorrência de outras, mas que exige cuidados especiais, como uma nova condição.

A síndrome ocorre quando o coração se torna incapaz de bombear o sangue de maneira adequada para o corpo. A IC pode ser classificada a partir do ecocardiograma (exame de ultrassom responsável pela avaliação do funcionamento do coração), que avalia a fração de ejeção, ou seja, a porcentagem de sangue do ventrículo esquerdo que é ejetada a cada batimento cardíaco.

Quando o coração apresenta uma diminuição da fração de ejeção, essa condição é denominada Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção reduzida – ou ICFEr – e quando há uma fração de ejeção considerada normal, mas que mesmo assim impede o bombeamento adequado de sangue para o organismo, a doença é chamada de  Insuficiência Cardíaca com fração de ejeção preservada – ou ICFEp2.

A primeira delas (IC reduzida) prevê que as cavidades do coração ficam finas e esticadas e o órgão dilata. O sangue até entra no órgão, mas não tem força para bombeá-lo, o que causa acúmulo de sangue. Já na IC preservada, as cavidades do coração ficam espessas e rígidas e o órgão perde a capacidade de relaxamento2. “Como o coração não consegue se encher de sangue, ele bombeia um volume pequeno para o corpo”, explica Dr. Dirceu Rodrigues Almeida, especialista em Insuficiência Cardíaca e Professor de cardiologia da Unifesp.

“De modo mais simplificado, o coração do paciente com Insuficiência Cardíaca vai se tornando incapaz de bombear o sangue para o corpo, o que pode acontecer de duas maneiras, ou porque o coração não tem mais força para contrair ou porque ele fica tão rígido que não consegue relaxar”, afirma o especialista.

Os principais sinais e sintomas da insuficiência cardíaca são: falta de ar, inchaço dos pés e pernas, falta de energia e cansaço, dificuldade de dormir à noite devido à dificuldade de respirar, abdômen inchado, perda de apetite, que pode ser acompanhada de náuseas,

ganho de peso, tosse, aumento da frequência e necessidade de urinar à noite, confusão mental e tontura2.


Prevenção

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das mortes por doenças cardíacas no mundo são evitáveis. Fatores de risco como tabagismo, obesidade e alcoolismo devem ser evitados3 em pacientes com IC.

O tratamento é um capítulo à parte. “Tivemos uma evolução muito grande nos últimos anos com a chegada ao mercado de uma medicação de uma nova classe que está dando outro tom ao tratamento de ICFEr”, acrescentou Dr. Dirceu. Somado ao portfólio já disponível de beta bloqueadores e espironolactona utilizados no tratamento dessa doença, o Entresto® (sacubitril/valsartana) é um inibidor do receptor da angiotensina e neprilisina (INRA) que reduz ainda mais o risco de morte, o número de hospitalizações e melhora a qualidade de vida dos pacientes4,5,6.

“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e é preciso discuti-las. O Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca (IC) é uma possibilidade de sensibilizar a população. Observando os sintomas, procure um cardiologista. Hoje há novas terapias para o tratamento da enfermidade que abrem novas perspectivas aos pacientes”, finaliza Dr. Dirceu Rodrigues Almeida.




Novartis



Referências:

1. Stevens B, Pezzullo L, Verdian L et al. The Economic Burden of Heart Conditions in Brazil. Arq Bras Cardiol. 2018 Jul;111(1):29-36 .2.       Albuquerque DC, Souza-Neto JD, Bacal F, et al. I Brazilian Registry of Heart Failure – Clinical Aspects, Care Quaility and Hospitalizations Outcomes. Arq Bras Cardiol 2015 Jun 104(6):433-442. Acesso em Junho de 2019.



4. McMurray JJV, Packer M, Desai AS, Angiotensin–neprilysin inhibition versus enalapril in heart failure. N Engl J Med. 2014 Sep 11;371(11):993-1004.

5. Packer M, McMurray JJ, Desai AS, et al. Angiotensin receptor neprilysin inhibition compared with enalapril on the risk of clinical progression in surviving patients with heart failure. Circulation 2015 Jan 6;131(1):54-61.

6. Lewis EF, Claggett BL, McMurray JJV, et al. Health-Related Quality of Life Outcomes in PARADIGM-HF. Circ Heart Fail. 2017 Aug;10(8). pii: e003430.

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