Em
9 de julho, comemora-se o Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca (IC)
e a data traz a oportunidade de colocar em discussão uma doença pouco conhecida
e extremamente impactante. A IC afeta cerca de três milhões de pessoas no
Brasil1 e é responsável por
duas a três vezes mais mortes que cânceres avançados, como o de intestino e de
mama1.
Além do mais, a enfermidade tem um peso
significativo na cadeia da saúde, gerando um gasto de R$ 22 bilhões na economia
do país, considerando custos como internações no sistema de saúde e na redução
de produtividade1. A Insuficiência
Cardíaca (IC) é uma das principais doenças que atinge o coração e é condição
consequente de outras enfermidades como hipertensão e infarto do miocárdio, ou
seja, é uma doença em decorrência de outras, mas que exige cuidados especiais,
como uma nova condição.
A síndrome ocorre quando o coração se torna
incapaz de bombear o sangue de maneira adequada para o corpo. A IC pode ser
classificada a partir do ecocardiograma (exame de ultrassom responsável pela
avaliação do funcionamento do coração), que avalia a fração de ejeção, ou seja,
a porcentagem de sangue do ventrículo esquerdo que é ejetada a cada batimento
cardíaco.
Quando o coração apresenta uma diminuição da
fração de ejeção, essa condição é denominada Insuficiência Cardíaca com fração
de ejeção reduzida – ou ICFEr – e quando há uma fração de ejeção considerada
normal, mas que mesmo assim impede o bombeamento adequado de sangue para o
organismo, a doença é chamada de Insuficiência Cardíaca com fração de
ejeção preservada – ou ICFEp2.
A primeira delas (IC reduzida) prevê que as
cavidades do coração ficam finas e esticadas e o órgão dilata. O sangue até
entra no órgão, mas não tem força para bombeá-lo, o que causa acúmulo de
sangue. Já na IC preservada, as cavidades do coração ficam espessas e rígidas e
o órgão perde a capacidade de relaxamento2. “Como o coração não consegue se encher de sangue, ele
bombeia um volume pequeno para o corpo”, explica Dr. Dirceu Rodrigues Almeida,
especialista em Insuficiência Cardíaca e Professor de cardiologia da Unifesp.
“De modo mais simplificado, o coração do paciente
com Insuficiência Cardíaca vai se tornando incapaz de bombear o sangue para o
corpo, o que pode acontecer de duas maneiras, ou porque o coração não tem mais
força para contrair ou porque ele fica tão rígido que não consegue relaxar”,
afirma o especialista.
Os principais sinais e sintomas da insuficiência
cardíaca são: falta de ar, inchaço
dos pés e pernas, falta de energia e cansaço, dificuldade de dormir à noite
devido à dificuldade de respirar, abdômen inchado, perda de apetite, que pode
ser acompanhada de náuseas,
ganho de peso, tosse, aumento da frequência e
necessidade de urinar à noite, confusão mental e tontura2.
Prevenção
Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), 80% das mortes por doenças cardíacas no mundo são
evitáveis. Fatores de risco como tabagismo, obesidade e alcoolismo devem ser
evitados3 em pacientes com IC.
O
tratamento é um capítulo à parte. “Tivemos uma evolução muito grande nos
últimos anos com a chegada ao mercado de uma medicação de uma nova classe que
está dando outro tom ao tratamento de ICFEr”, acrescentou Dr. Dirceu. Somado ao portfólio já disponível de beta
bloqueadores e espironolactona utilizados no tratamento dessa doença, o
Entresto® (sacubitril/valsartana) é um inibidor do receptor da angiotensina e
neprilisina (INRA) que reduz ainda mais o risco de morte, o número de
hospitalizações e melhora a qualidade de vida dos pacientes4,5,6.
“As doenças cardiovasculares são a principal
causa de morte no mundo e é preciso discuti-las. O Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca
(IC) é uma possibilidade de sensibilizar a população. Observando os sintomas,
procure um cardiologista. Hoje há novas
terapias para o tratamento da enfermidade que abrem novas perspectivas aos
pacientes”, finaliza Dr. Dirceu Rodrigues Almeida.
Novartis
Referências:
1.
Stevens B, Pezzullo L, Verdian L et al. The Economic Burden of Heart Conditions
in Brazil. Arq
Bras Cardiol. 2018 Jul;111(1):29-36 .2.
Albuquerque DC, Souza-Neto JD, Bacal F, et al. I
Brazilian Registry of Heart Failure – Clinical Aspects, Care Quaility and
Hospitalizations Outcomes. Arq Bras Cardiol 2015 Jun 104(6):433-442. Acesso em Junho de
2019.
2. Portal Saúde Novartis_https://saude.novartis.com.br/insuficiencia-cardiaca/quais-os-tipos-de-insuficiencia-cardiaca/ Acesso em Junho de
2019.
3.
Folha de S. Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2019/03/estilo-de-vida-e-fator-determinante-para-manter-saude-do-coracao.shtml Acesso em Junho de
2019.
4. McMurray JJV, Packer
M, Desai AS, Angiotensin–neprilysin inhibition versus enalapril in heart
failure. N Engl J Med. 2014 Sep 11;371(11):993-1004.
5. Packer M, McMurray JJ,
Desai AS, et al. Angiotensin receptor neprilysin inhibition compared with enalapril
on the risk of clinical progression in surviving patients with heart failure.
Circulation 2015 Jan 6;131(1):54-61.
6. Lewis EF, Claggett BL,
McMurray JJV, et al. Health-Related Quality of Life Outcomes in PARADIGM-HF.
Circ Heart Fail. 2017 Aug;10(8). pii: e003430.
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