Estatísticas
revelam que mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todo ano, os principais
são adolescentes e jovens
Na nova geração de adolescentes e jovens o
suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano desde filmes, séries e o pior, a
vida dos adolescentes. Como caso recente, no ultimo final de semana fomos
tomados de dor pelo conhecimento de mais um menino de 17 anos que tirou a
própria a vida. De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com isso,
após a trágica notícia e estatística, diversos questionamentos são levantados,
como:
- O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?
- Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?
- O que fazer para ajudar?
- Estamos fazendo algo errado para esta geração?
- A culpa é da tecnologia?
- Seria dos pais?
- Seriam essas relações líquidas?
- Seria a falta de pertencimento?
- É a pressão do vestibular?
- Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?
Segundo a terapeuta e coach familiar e criadora da
Filhosofia, Valéria Ribeiro, “são muitas as perguntas e nenhuma resposta. Os
adolescentes e jovens se veem perdidos em meio há um mundo de mudanças muito
rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real
é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física,
emocional e neuronal”, isto é, em meio a um cenário tecnológico, obrigam os
jovens a serem diferentes do que eles realmente querem.
De acordo com a terapeuta, “os adolescentes tem
muitas opções na vida, mas nessa geração o suicídio passou a ser uma opção
também. É a opção para se curar de uma dor que, nós, adultos não estamos
conseguindo acessar e nem ajudá-los”, a opção do suicídio é uma realidade na
sociedade, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada.
Para a coach familiar, o problema não é somente dos
responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade, “isso se torna uma dor
na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não
passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio
da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa
da avó”.
Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente,
a criadora da Filhosofia, apresenta dicas de como é possível realizar uma
conversa franca e sensata.
- Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois os tempos mudaram.
- Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.
- Não invalidem, nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.
Com isso, a terapeuta alerta para os pais estarem
atentos, pois, “alguns apesar de estarem sofrendo se revestem de uma couraça,
na qual não transpomos e não acessamos, isso piora mais ainda, pois o
tratamento pode não chegar para esse adolescente”, isto é, o jovem não revela o
sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito é
fundamental para ajudar na fase em que esta passando.
Além de estar atento, segundo a terapeuta, outros
fatores devem estar em alerta, “Reconheça a dor, a angustia, a ansiedade, os
medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como
uma pessoa que ele possa confiar e contar, que você o ama, independente de quem
ele seja ou será e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a
família”, não somente ser o pai ou a mãe, mas ser o melhor amigo.
Valeria
Ribeiro - Palestrante, Terapeuta e Coach Familiar, especializada em Terapia
Familiar Sistêmica e Fundadora do Filhosofia
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