Tratamentos terapêuticos, como a
ozonioterapia, e cirurgias minimamente invasivas podem ser eficazes para
aliviar os sintomas
Nessa semana, os
cantores Anitta e Péricles foram diagnosticados com hérnia de disco. Péricles
passou por uma cirurgia, e Anitta está tratando a doença em casa. Dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que
aproximadamente 5,4 milhões de pessoas sofrem de hérnia de disco no Brasil e
cerca de 300 mil pacientes recorrem a cirurgia por ano.
Existem
várias causas para a hérnia, que pode ser evolutiva e envolver fatores
genético, mecânico, degenerativo, nervoso, vascular, imunológico, infeccioso e
biológico. Para o ortopedista da Clínica Pró Movimento, Maurício Marteleto
Filho, alguns casos de hérnia discal podem causar adormecimento e perda de
função motora do membro e, em situações extremas, até a paralisia. “Os sintomas
variam entre dor lombar, cervical e dorsal, além da ciática, da braquialgia e
da dor intercostal, que se transmitem no trajeto da raiz nervosa inflamada na
coluna até a extremidade do membro”, destaca.
Segundo o
especialista, repouso e uso de analgésicos são os tratamentos iniciais para
quem tem hérnia de disco. Exames mais detalhados vão auxiliar no diagnóstico. "Uma
análise cuidadosa e regular da saúde em geral e um tratamento adequado da causa
da hérnia discal podem ajudar bastante a minimizar ou sanar as dores, que
causam inúmeros transtornos para a vida do paciente", afirma o médico.
Tratamentos
para a hérnia de disco:
Desde 2013, para
a Colaboração Cochrane (entidade científica de renome mundial e sem fins
lucrativos, que estuda a medicina baseada em evidências) a ozonioterapia
medicinal oferece vantagens evidenciadas por métodos científicos, quando comparada
com as técnicas habitualmente empregadas para corrigir o problema
(fisioterapia, cirurgia endoscópica, cirurgia aberta e radiofrequência).
Segundo o Dr. Maurício, modernas técnicas vêm sendo desenvolvidas para
tratamento da hérnia discal. Um destes métodos é o procedimento não invasivo,
conhecido por cirurgia minimamente invasiva, conceito de cirurgia no qual, por
meio de pequenas incisões cirúrgicas, são retiradas as hérnias de disco,
aliviando a compressão do nervo. Considerado uma alternativa segura no
tratamento da hérnia de disco, o procedimento oferece diversas vantagens quando
comparado com outros tratamentos. Ele utiliza novas técnicas que permitem uma
abertura menor da pele, proporcionando menor movimentação das estruturas ao
redor da coluna, um tempo de cirurgia mais rápido e menor risco de
complicações, como sangramento e infecção.
De acordo com o
Dr. Maurício, durante a cirurgia minimamente invasiva é realizado um corte
único de no máximo 3 mm na pele do paciente. Em seguida, um cateter guiado por
vídeo, introduzido no espaço entre a vértebra e as meninges, permite a
visualização das raízes e das meninges e uma exaustiva lavagem aspirativa da
área inflamada é realizada com anestesia local e sedação que resulta ao longo
de poucas semanas na cura do processo inflamatório e seus efeitos deletérios
sobre as raízes nervosas, evitando os potenciais riscos à raiz nervosa vistos
nas abordagens diretas realizadas pelas técnicas endoscópicas, além de evitar a
piora da instabilidade mecânica vista nas cirurgias abertas.
O Dr. Maurício
afirma ainda que a remoção do fragmento herniário é tão importante quanto a
correta limpeza local necessária à cura do processo doloroso. O paciente recebe
alta no mesmo dia. Em 15, 20 dias ele pode retornar às suas atividades
normalmente. Já com a cirurgia tradicional, o paciente precisa de anestesia
geral e o tempo de recuperação pode levar dois meses. “Por esse procedimento o
médico abre o músculo, faz uma janela no osso, afasta o nervo e tira a hérnia.
Há maiores riscos de piora da estabilidade por conta da retirada de elementos
de sustentação mecânica da coluna, tem que ficar alguns dias internado e os
riscos de infecção são maiores”, complementa o especialista.
Alguns planos de
saúde já oferecem o procedimento, que dura cerca de 30 minutos para ser
finalizado. Segundo o Dr. Maurício, a operação custa em torno de R$ 20 a 30
mil. Apesar de a técnica englobar quase todos os tipos de hérnias de disco,
cabe ao médico avaliar, individualmente, se o procedimento é indicado para o
paciente.
Dr. Maurício Martelletto Filho -
médico ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia -
SBOT. Há mais de 10 anos atua na área de cirurgia da coluna vertebral, sendo
membro efetivo da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), Sociedade Brasileira de
Patologia da Coluna Vertebral (SBPCV), da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Minimamente Invasiva da Coluna Vertebral e da Sociedade Norte Americana de
Coluna (NASS). www.mauriciomarteleto.com.br
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