Comércio,
com elevação de 10,9% na receita, foi o único setor que acumulou alta nos
primeiros seis meses, revela Sebrae-SP
As
micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas fecharam o primeiro semestre deste
ano com aumento de 4,4% no faturamento em relação a igual período do ano
passado. O comércio apresentou o melhor resultado na mesma comparação, com
crescimento de 10,9% no faturamento. Na contramão, a indústria e os serviços
ficaram no terreno negativo e cada setor registrou queda de 1,2%. A receita
total do universo das MPEs foi de R$ 366 bilhões no semestre. As informações
são da pesquisa Indicadores, do Sebrae-SP, e no cálculo já está descontada a
inflação.
A
alta do faturamento no semestre foi puxada pelo crescimento, ainda que modesto,
da ocupação e da renda da população, o que favoreceu as vendas dos pequenos
negócios.
O
destaque entre as regiões pesquisadas é o Grande ABC, cujo faturamento no semestre
deu um salto de 24,5% sobre os primeiros seis meses de 2017. Além da
recuperação da economia, a explicação para dado tão expressivo está no fato de
a base de comparação ser muito fraca, pois o primeiro semestre de 2017
apresentou o menor faturamento real, em índice, desde janeiro de 1999, início
da série histórica do levantamento no ABC.
A
região metropolitana de São Paulo também encerrou o semestre em situação bem
favorável: aumento de 12,5% na receita, na mesma comparação. Em seguida,
aparece o município de São Paulo, com elevação de 10% no faturamento.
Entretanto, o interior destoou, terminando o semestre em baixa de 3,9%.
Se
por um lado os primeiros seis meses do ano se encerraram com resultado
acumulado no azul, junho não registrou um bom desempenho das MPEs. Houve queda
de 0,5%, no faturamento, no confronto com o mesmo mês de 2017. Mesmo modesta, a
redução na receita interrompeu uma sequência de 15 meses seguidos de aumento no
faturamento real sobre o mesmo mês do ano anterior. A indústria foi o setor com
pior resultado quanto ao faturamento em junho: recuo de 8% ante junho do ano
anterior. O setor de serviços viu a receita cair 2,5%. Só o comércio se salvou
no período, com crescimento de 2,9%.
Quanto
à ocupação e renda, junho mostrou-se um mês fraco. O rendimento dos empregados
das MPEs caiu 0,8% em relação a junho de 2017. No mesmo período, o pessoal
ocupado nos pequenos negócios teve redução de 0,6% e a folha de salários ficou
2,7% menor.
Microempreendedor
Individual
Os
Microempreendedores Individuais (MEIs) do Estado de São Paulo viram seu
faturamento aumentar 17,5% no acumulado dos primeiros seis meses do ano, na
comparação com o mesmo período de 2017. A receita total da categoria foi de R$
26,2 bilhões.
A
pesquisa Indicadores, do Sebrae-SP, mostrou que, diferentemente das MPEs, os
MEIs registraram elevação na receita, também em junho sobre igual mês do ano
passado: 14,1%. Foi a 12ª elevação consecutiva de um mês sobre igual mês do ano
anterior. Os porcentuais positivos podem ser atribuídos ao processo de
recuperação da economia do País, com inflação sob controle e melhora nos
índices de ocupação e renda da população.
No
semestre, o setor com maior aumento de receita foi o do comércio: elevação de
28,6% em relação ao primeiro semestre de 2017. Os serviços apresentaram alta de
15,5% na mesma comparação e os MEIs da indústria registraram crescimento de
3,5% no faturamento.
A
região metropolitana de São Paulo foi a região em que os MEIs conseguiram o
crescimento mais expressivo de faturamento no semestre (+21,7%). Os MEIs do
interior apresentaram expansão de 12,9% no valor das vendas.
Expectativas
As
expectativas dos donos de MPEs quanto ao faturamento do negócio para os
próximos seis meses são mais cautelosas, na comparação com o mesmo período do
ano passado. A maioria acredita em estabilidade ou aumento quanto à evolução do
faturamento da empresa.
Em
julho, 44% dos proprietários de MPEs declararam esperar manutenção no
faturamento da empresa, uma queda diante dos 52% que tinham essa opinião em
julho do ano passado. Também caiu a parcela dos que falam em aumento no
faturamento: eram 32% e agora são 27%. Para 6% a receita deve piorar (5% em
2017) e 23% não sabem como a situação vai ficar, ante 11% há um ano.
Sobre
a economia brasileira, a perspectiva dos donos de MPEs também vai na linha da
estabilidade, apesar de haver um nível de incerteza alto. Em julho, 50% dos
empreendedores disseram crer em manutenção da situação atual para os seis meses
seguintes. Em julho de 2017, 47% tinham essa opinião. 18% esperam melhora,
sobre 27% um ano antes. Uma parcela de 10% fala em piora da economia, ante 13%
em 2017. Outros 23% afirmaram não saber como a economia vai evoluir; eram 12%
em julho do ano passado.
Entre
os MEIs, em julho, 48% declararam acreditar em estabilidade no faturamento nos
próximos seis meses, ante 43% há um ano. Uma parcela de 44% fala em expectativa
de melhora na receita, praticamente sem mudança sobre os 43% há um ano. Outros
5% preveem redução na receita (8% em julho de 2017) e 4% não sabem dizer como
ficará seu faturamento, mesma porcentagem de um ano atrás.
Para
os próximos seis meses a expectativa da maioria dos MEIs para a economia é de
manutenção do atual quadro: essa é a opinião de 52% dos MEIs, um pouco acima
dos 42% há um ano. Esperam melhora 30% dos MEIs (33% em julho de 2017). Catorze
porcento dos MEIs falam em piora ante 17% em julho de 2017. No entanto, chama a
atenção a diferença entre junho e julho deste ano: caiu de 23% para 14% a
parcela dos que acreditam em piora na economia. A princípio, essa queda
expressiva pode ser explicada pela dissipação dos temores sobre as
consequências da greve dos caminhoneiros.
A pesquisa
A
pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram
entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo
durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como
empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria
de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 4,8
milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa
figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados
reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.
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