Além do currículo:
saiba como acompanhar seu índice de empregabilidade pode te manter longe da
fila do desemprego
Segundo dados divulgados na última semana pelo IBGE, falta
trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil. A subutilização da força de
trabalho, que corresponde a taxa de desocupação por insuficiência de horas e a
taxa da força de trabalho potencial (de quem esta disponível para trabalhar,
mas não está em busca de emprego) ficou em 24,6%. Ainda de acordo com o
IBGE, o país alcançou a maior número de pessoas em desalento, que é quando o
desemprego acontece por falta de vaga, de experiência ou porque é muito jovem
ou muito idoso ou ainda porque não há emprego local onde o trabalhador reside.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua)
registrou mais de 4 milhões de brasileiros nessa condição.
Para não fazer parte destas estatísticas, os profissionais
precisam estar cada vez mais alinhados com a demanda de mercado. Ou seja, com o
acirramento das disputas pelas vagas, acompanhar o seu desenvolvimento
profissional pode ser crucial para se manter empregado, ser promovido ou até
mesmo conquistar uma nova oportunidade.
Índice de empregabilidade: esse é o nome dado ao indicador que
faz uma relação entre as habilidades do profissional, seus concorrentes e as
demandas de mercado. Mais do que demonstrar a qualificação técnica (curricular)
do profissional, o índice trabalha com algoritmos capazes de fazer comparações
e mostrar se suas características estão compatíveis com o mercado e como o
candidato está em relação aos demais candidatos.
Empregabilidade não é o mesmo que conhecimento de assunto,
qualificação ou experiência. Alto nível de graduação, um PhD ou uma lista de
artigos publicados em seu currículo podem não ser suficientes para garantir uma
posição, caso a vaga para a qual você esteja aplicando requeira um conhecimento
específico. E é justamente para colaborar na tarefa de se manter ciente ao que
os empregadores estão buscando e como você está em relação aos demais
candidatos que o índice se faz importante.
Ainda que as qualificações acadêmicas sejam de extrema
importância, é preciso enxergar o currículo de forma ampla. Além das
habilidades técnicas o histórico profissional colabora para um alto índice de
empregabilidade, informações tais como: estabilidade profissional, tempo de
experiência na função, histórico de remuneração, promoções entre outros
colaboram para formar o índice. A quantidade de pessoas que avaliaram e
aprovaram o perfil para empregar o profissional, também soma.
Volatilidade
O índice de empregabilidade não é estático e muda de acordo com
a demanda de mercado, qualificações dos demais profissionais que se candidatam
a vagas similares e a própria qualificação. Por isso, acompanhar esse índice
mesmo estando empregado pode ser decisivo para se manter nesta condição no
futuro. Isso porque boa parte das habilidades precisam de tempo para serem
adquiridas, e notar a ausência de uma delas apenas quando se está em busca de
uma nova oportunidade pode significar a ficar para trás e demorar para
conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.
Ferramenta ou Auto-avaliação?
Por ser uma equação que envolve informações dinâmicas de
mercado, as ferramentas - que em muitos casos são gratuitas para os candidatos
- são mais indicadas para apontar uma informação mais real. No entanto, alguns
passos podem ajudar quem deseja iniciar essa análise sozinho. Antes de analisar
seu currículo, coloque-se no lugar de um empregador e pergunte a si mesmo
"eu poderia me empregar?". Procure oportunidades de desenvolvimento
fora do trabalho e sempre analise seus aspectos comportamentais, tanto pelas
impressões das empresas que o avaliaram pessoalmente, quanto por inventários
que tenha realizado.
A atenção ao índice é uma correlação com qualquer produto do
mercado. Para uma empresa, conhecer o produto do concorrente é fundamental para
planejar o seu produto. Para um profissional, conhecer o próprio índice dá a
ele um posicionamento positivo com relação ao concorrente, uma vez que aumentam
as chances de promover mudanças necessárias em seu currículo, chegando mais
perto de conquistar uma vaga tão desejada e isso vale, inclusive, para
profissionais que consideram boas as próprias qualificações e experiência.
Marcelo Braga - CEO e
fundador da Reachr, soluções inovadoras em RH e está à frente da Search desde
2007. Com 18 anos de atuação na área de gestão de pessoas, foi consultor na
International Recruitment Company e vice-presidente da FESA Global Recruiters,
onde realizou projetos de recrutamento de executivos em nível global. É formado
em engenharia química pela Unicamp com pós-graduação em Administração de
Empresas e especialização em Análise e Reorientação de Empresas, ambas pela Fundação
Getúlio Vargas. Fonte gabaritada para falar sobre RH 4.0, RH ágil, HRTech,
recrutamento de pessoas, tecnologias para a seleção, recursos humanos
tecnológico, recrutamento executivo e avaliação de gestão de
pessoas.
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