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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Segundo cérebro do corpo: mau funcionamento do intestino pode afetar vida social


Problemas no intestino podem provocar mau-humor, depressão e ansiedade e levar, até mesmo, à ataque cardíaco. Conexão cérebro-intestino vai além do esperado


Quem pensa que a única função do intestino é transportar os alimentos, absorver os nutrientes e dispensar o que não é aproveitado está muito enganado. A sua relação com o cérebro e o funcionamento do organismo como um todo é intrínseca e demanda muita atenção para evitar problemas futuros. Uma das áreas afetadas pode ser o humor, mas doenças mais graves, como problemas cardíacos e a Síndrome do Intestino Irritável (SII), também podem ser desencadeadas por conta de algum transtorno desenvolvido no intestino. 

Com mais de 200 milhões de neurônios, o intestino é capaz de abrigar o segundo maior sistema nervoso do corpo e coordenar a liberação das substâncias digestivas e dos movimentos que estimulam o bolo fecal a sair. Segundo o médico nutrólogo Lucas Penchel, por produzir cerca de 90% da serotonina do corpo, ele pode atuar diretamente no bem-estar e na felicidade das pessoas. “Além da função digestiva, o intestino também possui função neurológica, endócrina e imunológica. Com ele funcionando perfeitamente bem, a qualidade de vida melhora consideravelmente", afirma. Chamado de segundo cérebro por conta da sua complexa rede nervosa e neuronal, o intestino comunica-se constantemente com o cérebro e vice-versa. 

Mesmo sem uma causa comprovada, a hipótese levantada para a causa da Síndrome do Intestino Irritável (SII) é que pessoas com sensibilidade elevada no trato digestivo, que ingerem alimentos irritantes e estão inseridas em um meio que causa estresse são acometidas. “Já se sabe que a SII pode propiciar depressão, mau-humor e ansiedade”, aponta Lucas. Ele explica que pessoas com intestino preso podem apresentar quadros de nervosismo e perda de foco, assim como quem passa por um quadro de estresse pode manifestar dificuldade para ir ao banheiro ou problemas no trato digestivo. Além disso, um estudo feito no Hospital Universitário do Centro Médico de Cleveland, nos Estados Unidos, mostrou que dos 17,5 milhões de prontuários de pacientes, 211 mil deles tinham sido diagnosticados com Crohn ou retocoline ulcerativa. Ao comparar com indivíduos saudáveis, as taxas de infarto eram 23% maiores naqueles que possuía algum distúrbio intestinal.

Por ser uma comunicação direta, o ideal é prestar bastante atenção no que é ingerido para que não desenvolva nenhum problema maior. “Alimentos ricos em fibras aliado à ingestão de água e probióticos, são excelentes para manutenção do funcionamento do intestino e devem ser inseridos na dieta. Assim como alimentos industrializados, processados, ricos em sódio ou açúcar devem ser descartados da alimentação, por possuírem fatores que irritam o sistema digestivo”, indica Lucas.







Dr. Lucas Penchel - Diretor técnico da Clínica Penchel
Nutrologia – Faculdade de Medicina da Santa Casa- SP
Medicina Esportiva – Universidade Católica de Petrópolis
Pós-Graduando em Endocrinologia – IPEMED
Mestre em Biotecnologia da saúde
Nutrição – Faculdade Universo


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