A competitividade é um tema
recorrente na maioria das empresas. Normalmente, é ela que garante a alta
produtividade e a motivação, engajando as pessoas na busca por resultados cada
vez melhores. Segundo uma pesquisa recente feita pela Page Personnel, empresa
global de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão,
90,3% dos entrevistados afirmam que ser competitivo faz bem aos profissionais e
às empresas.
Políticas internas que
estimulam a competição costumam ser muito bem vistas por colaboradores que
almejam maiores desafios na carreira. Planos de incentivo com comissionamento,
remuneração meritocrática e fluxos entre áreas, são vistos como boas
oportunidades de crescimento. A pesquisa mostra que 40,3% dos profissionais
acreditam que a competitividade não é apenas importante, mas necessária para um
melhor desenvolvimento profissional e para o sucesso da empresa para a qual
trabalham.
No entanto, apesar de ser
estimulante e extremamente saudável para o clima organizacional, é preciso
muito cuidado com os limites. A linha é bastante tênue. Um ambiente hostil de
trabalho, onde as pessoas são capazes de qualquer coisa para chegarem onde
querem é nocivo em qualquer companhia. Isso sem contar nos danos causados aos
profissionais, de forma individual, que podem inclusive adoecer.
Em casos extremos, a
competitividade pode criar um ambiente sem limites, onde vale praticamente tudo
para se conquistar as metas. Assim, a porta fica aberta para práticas ilícitas
e corrupções de todas as espécies e dimensões. As fofocas ganham espaço e a
famosa “puxação de tapete” também.
Um sinal de alerta de que a
empresa está tendo mais prejuízos do que benefícios com as estratégias de
competitividade é quando os relacionamentos entre as pessoas começa a dar
sinais de deterioramento. Quando já não há clima para almoços prazerosos ou happy
hours ao final do expediente, é sinal de que algo não vai muito bem.
Outro ponto importante é a
rotatividade. Quando muitos profissionais pedem o desligamento da empresa,
normalmente é porque a insatisfação com o clima está elevada. Nesses momentos,
a área de recursos humanos precisa agir. Competitividade não pode ser
confundida com rivalidade. Talvez, as políticas precisem ser revisadas.
Logicamente, há muitas
empresas que adotam a competitividade excessiva como cultura. E, não há nada de
errado nisso. No entanto, os processos seletivos precisam ter atenção a esse
ponto. Pessoas mais colaborativas, tendem a encontrar dificuldades nesse tipo
de ambiente. O recrutamento e seleção precisa estar alinhado ao perfil da
companhia.
Acima de tudo, a empresa
precisa definir suas estratégias e ser coerente com elas. De modo geral, é
importante analisar sempre a sustentabilidade das empresas e das suas relações.
Pressão extrema para superar metas pode corroer o clima organizacional.
Trabalhar apenas a favor do individual pode comprometer os resultados
coletivos.
Fernanda Andrade -
Gerente de Hunting e Outplacement da NVH – Human Intelligence.
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