Fisioterapia com neuromodulação
é indolor e não-invasiva
A neuromodulação consiste na aplicação de um campo elétrico ou
magnético que modifica e modula o Sistema Nervoso Central ou Periférico.
Segundo a fisioterapeuta e sócia do Centro de Excelência em Recuperação
Neurológica (CERNE), Mariana Carvalho Krueger, a técnica é utilizada no
tratamento de pacientes com dores crônicas, Doença de Parkinson, Acidente
Vascular Encefálico (AVE), traumatismo raquimedular e traumatismo
cranioencefálico, esclerose múltipla, paralisia cerebral e autismo.
A prática se dá por meio da aplicação de corrente contínua de baixa intensidade
sobre o crânio, a qual é capaz de gerar excitabilidade ou inibição cortical e,
assim interferir no desempenho de diferentes funções neurológicas. Desta forma,
o procedimento pode influenciar as funções motoras, sensoriais e cognitivas. Já
os efeitos dependem principalmente da polaridade de corrente aplicada, da
intensidade, do tempo de aplicação, da área estimulada e da densidade desta
corrente.
A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) consiste na aplicação
de correntes contínuas de baixa intensidade (de 1 a 2 mil ampéres) por meio de
eletrodos colocados sobre o couro cabeludo, para aumentar ou inibir a atividade
elétrica de determinadas áreas do cérebro e, desta forma, modular a
excitabilidade cortical e interferir no desempenho de diferentes funções. O
aparelho é constituído basicamente por quatro componentes principais: eletrodos
(ânodo e cátodo), amperímetro (medidor de amplitude de corrente elétrica),
potenciômetro (componente que permite a manipulação da amplitude da corrente) e
baterias para gerar a corrente aplicada. “A técnica é indolor, o paciente sente
apenas um leve formigamento no local”, destaca a fisioterapeuta.
Já a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) utiliza os princípios da indução
eletromagnética para produzir correntes iônicas focais no cérebro de indivíduos
conscientes. A corrente induzida tem a capacidade de despolarizar neurônios ou
modular a atividade neural.
O estimulador magnético é
composto por duas unidades principais, uma bobina e um gerador de corrente.
Para interferir na atividade neuronal, a bobina deve ser posicionada sobre o
escalpo do indivíduo e direcionada para a área de interesse. A mudança
constante da orientação da corrente elétrica dentro da bobina é capaz de gerar
um campo magnético, induzindo correntes elétricas em áreas corticais, as quais
podem despolarizar neurônios e gerar potenciais de ação que fazem a
neuromodulação.
Segundo a fisioterapeuta, o
procedimento das duas correntes tem sido utilizado com resultados positivos na
recuperação motora e principalmente na instabilidade postural de pacientes que
enfrentam a doença de Parkinson, na espaticidade e aprendizado motor pós
AVC, depressão e para melhora da memória e das habilidades motoras e
cognitivas.
Em nenhum dos casos é preciso raspar o cabelo do paciente. “No caso da EMT,
como é preciso acoplar perfeitamente a bobina na região e mantê-la imóvel
durante a aplicação, poderá ser usada uma toca, que impede a bobina de
escorregar”, explica Mariana.
CERNE - Centro de Excelência em Recuperação Neurológica
Avenida Presidente Getúlio Vargas, 4390 - Vila Izabel
Telefone: 41 3092-6366
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