Resguardadas
as medidas sanitárias, áreas reservadas aos cachorros em parques e praças
públicas ajudam a promover o bem-estar entre os animais
O aumento populacional, a verticalização das
grandes cidades e nova relação que as pessoas estabeleceram com seus cães são
fatores que demandaram espaços de lazer para serem compartilhados com animais.
Nesse contexto surgiram os chamados "pet parques" ou
"cachorródromos", áreas instaladas em parques e praças públicas nas
quais os peludos podem andar sem guia. Os locais são positivos aos pets, desde
que os tutores adotem medidas de saúde para o bem de todos os frequentadores.
Na opinião da
médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, integrante da Comissão Técnica de Saúde
Pública Veterinária do CRMV-SP e diretora do Instituto Pasteur, referência
nacional e internacional no controle e vigilância da raiva, um dos principais benefícios
desses espaços é a interação entre os cachorros. "Em áreas livres, os cães
podem manifestar o comportamento natural da espécie, o que está ligado ao
bem-estar, que é um item fundamental para a saúde animal."
Todavia, só é possível considerar esse
benefício se o animal não mostrar agressividade ou medo em excesso com a
aproximação de outros cães, uma vez que esses comportamentos podem representar
problemas.
"É
preciso bom-senso dos tutores de animais que tendem a brigar e ferir os demais.
Nesses casos, são indicados passeios com coleira, guia e focinheira",
orienta Luciana. Para os pets assustados, a interação pode significar um fator
de estresse ao peludo, outro ponto a ser observado com cautela pelo dono.
Vacinação em dia
No que diz respeito à saúde, para que as áreas
de lazer para cachorros sejam utilizadas de forma responsável, os tutores dos
animais não podem falhar nos cuidados considerados básicos. Entre eles estão as
doses anuais da vacina anti-rábica, medida que foi fundamental para o controle
da doença letal no Brasil.
Os cães
também precisam receber anualmente a vacina polivalente, que protege contra
doenças como cinomose, hepatite infecciosa canina, parvovirose e leptospirose.
Essas viroses são consideradas graves e podem levar o pet a quadros de difícil
reversão.
Combate aos parasitas deve
ser rotina
"Também é indispensável a prevenção
contra parasitas intestinais, que é feita com a vermifugação periódica",
diz a médica-veterinária Luciana Hardt Gomes, integrante da Comissão Técnica de
Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP, que ainda destaca que os intervalos entre
as doses devem ser feitos, rigorosamente, de acordo com a orientação do
médico-veterinário do animal.
Luciana frisa
que essa medida preventiva é fundamental não só para a saúde dos animais que
frequentam os pet parques, mas também para todos os que possuem contato com os
cães. Isso porque há verminoses que são transmitidas para os humanos.
"Além da vermifugação, os tutores devem
ter disciplina com o recolhimento das fezes de seus animais de estimação, para
evitar contaminações", alerta a médica-veterinária Rosangela Ribeiro
Gebara, que integra a Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP.
Pulgas e carrapatos
representam riscos
De acordo com
as médicas-veterinárias, há ainda outros parasitas cuja prevenção não pode ser
deixada em segundo plano pelos tutores: pulgas e carrapatos. Atualmente, o
mercado possui diferentes opções para prevenção, como coleiras, soluções e
comprimidos. "O dono do animal precisa verificar com o médico-veterinário
do pet qual o mais indicado e, principalmente, manter a periodicidade para que
não ocorram infestações", menciona Rosangela.
A médica-veterinária Luciana Hardt Gomes,
integrante da Comissão Técnica de Saúde Pública Veterinária do CRMV-SP, lembra
que os carrapatos podem veicular protozoários que transmitem doenças graves,
como a erliquiose e a babesiose. Em ambos os casos, o pet tem alterações nas
plaquetas e glóbulos brancos.
Quanto às
pulgas, também há um risco de transmissão de doenças, embora mais raro. ?O
grande problema é que as picadas costumam provocar alergias de pele que
demandam tratamentos nos animais?, explica Luciana.
Higiene e segurança
Por isso, se for percebido que um determinado
local tem alta incidência de pulgas e carrapatos, é indicado que o dono deixe
de frequentar o espaço com seu animal de estimação e que informe a
administração pública responsável pelo pet parque ou "cachorródromo"
sobre o problema para que sejam adotadas providências contra infestações.
Como medida
de segurança, a médica-veterinária Rosangela Ribeiro Gebara, que integra a
Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do CRMV-SP, recomenda que sejam observados
outros fatores. "Esses espaços devem estar limpos, com a grama aparada e
bem zelados, preferencialmente com placas sinalizando as regras de convivências
aos tutores, como a obrigatoriedade do recolhimento das fezes dos
animais."
Rosangela destaca também a preocupação com a proteção contra fugas, ou seja,
que o cercado não tenha pontos que permitam que o animal escape, e, ainda,
alerta para a necessidade dos pets possuírem identificação em suas coleiras
como medida preventiva.
Assessoria de Comunicação do CRMV-SP
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