Tecnologia,
inclusão e gestão são alguns dos desafios a serem enfrentados no segmento
educacional
O
avanço da tecnologia possibilita mais acesso à informação e ao conhecimento.
Diante dessa perspectiva, os professores de hoje se deparam com grandes
desafios. Não é mais função exclusiva da escola educar, afinal, as crianças
estão aprendendo por elas mesmas com os novos recursos. Como perceber esses
desafios e se manter atualizado às tendências pedagógicas? “É fundamental inserir
dentro de sala de aula as ferramentas que esses alunos estão acostumados – e
querem usar. Há diversas possibilidades de agregar a tecnologia ao
conhecimento. A criatividade do professor fará a diferença”, explica Fábio
Vizeu, coordenador da Pós-Graduação de Negócios Escolares da Universidade
Positivo (UP).
Essa
integração da tecnologia na sala de aula não exclui a metodologia off-line, mas
serve como um complemento e até uma maneira de potencializar esses
ensinamentos. “Os cidadãos são formados na escola. Os valores, deveres e
direitos serão sempre trabalhados, tanto no ambiente virtual como no físico”,
enfatiza Vizeu. A diretora pedagógica da Editora Positivo, Acedriana Vicente
Sandi, defende que é preciso considerar o aluno de forma empática e se colocar
no lugar dele para organizar a escola e um projeto pedagógico que converse com
os estudantes atuais e do futuro.
“Precisamos entender como as crianças e
jovens de hoje aprendem. A interação para eles é fundamental. Não temos mais
alunos passivos, que simplesmente absorvem o que o professor tenta passar. E
quando o aluno não se sente levado em consideração, ele não consegue produzir
de forma adequada a partir de todas as suas potencialidades”, explica
Acedriana.
Conscientização e inclusão
Com
uma sociedade preocupada com temas como diversidade, inclusão, direitos humanos
e questões ambientais, é preciso formar alunos que também tenham essa
preocupação e estejam preparados para serem parte dessa conscientização. “Esses
conceitos não devem ser apenas a política da escola, mas devem estar dentro do
projeto pedagógico. A escola não deve seguir os preceitos por causa da
legislação, mas entendê-los como diferenciais de formação”, afirma Vizeu.
A
doutora em Educação e coordenadora da Pós-Graduação em Educação Especial e
Inclusiva da Universidade Positivo, Liliamar Hoça, também destaca as tendências
para a educação inclusiva. “As instituições de ensino recebem alunos com
deficiências, síndromes, transtornos e que legalmente têm direito ao acesso à
educação. Como profissionais da educação, é preciso entender todas as
peculiaridades desses alunos. É preciso discutir o autismo, por exemplo, suas
características biológicas e neurológicas mais a fundo para preparar esses
cidadãos com igual qualidade. Para isso, nessas situações, deve-se privilegiar
a socialização, acessibilidade de tempo-espaço, entender o indivíduo como
único, e só depois disso pensar no currículo escolar”, explica a professora.
Aproximação da família
“É
fundamental trabalhar todas as ideias, tanto com as crianças quanto com os
pais”, conscientiza Vizeu. “A escola do futuro tem que gerar espaços de
diálogos e reflexões com as famílias. Não pode se limitar a reuniões
pedagógicas, é preciso ter canais mais intensivos - e a interação com canais
tecnológicos podem auxiliar nesse processo”, complementa.
Com
a facilidade em criar aplicativos, essa aproximação com os pais pode ser
facilitada e a falta de tempo, tão comentada, não será mais desculpa. “Vejo que
a conversa próxima dos pais também colabora para deixar a expectativa deles
mais próxima da realidade. Com anos de experiência, percebo que, em algumas
situações, os pais deixam grandes responsabilidades para a escola, pensando que
é obrigação dela resolver todas as questões relacionadas aos filhos. Mas não é
assim, é um trabalho conjunto”, explica Liliamar Hoça.
Administração do negócio escolar
Além
das propostas pedagógicas e didáticas, outra questão é muito comentada para a
sustentação da instituição de ensino: a gestão escolar. “As escolas têm que ter
mais cuidado na eficiência da gestão financeira, da mercadológica, dos recursos
humanos. Se o gestor de uma escola tem plena consciência de todas as
implicações das relações trabalhistas, por exemplo, pode reduzir os custos
operacionais. Assim, pode fazer investimentos financeiros em inovação com maior
facilidade”, explica Vizeu.
Em
resumo, as tendências nas questões educacionais se destacam no uso de
tecnologia dentro da sala de aula, na compreensão da singularidade dos alunos,
na participação dos pais na educação e nas questões administrativas da escola
para que os recursos possam ser melhor aproveitados. "Assuntos como esses
devem estar em constante discussão com os profissionais da educação. Essa
abordagem determinará a existência das instituições - e todos os conceitos
devem ser explorados dentro das disciplinas e atividades regulares",
finaliza o coordenador.
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