Comum no mercado
de trabalho, "Fenômeno-Ilha" está ligado à estagnação e afeta
crescimento profissional
Você conhece ou já trabalhou em uma empresa com
muitos anos de vida e que mantém seu modelo de gestão engessado? E com um
colega que atua há muito tempo em um mesmo cargo e não consegue se sobressair
em uma nova função? E com aquele gestor que tanto não entende que se as pessoas
não produzem os resultados necessários é sua a responsabilidade quanto não
aceita e desacredita das informações que recebe após solicitá-las?
Pois é, muitas dessas situações refletem o chamado
"Fenômeno Ilha", um dos comportamentos mais comprometedores na área
de gestão de pessoas e que atrapalha o crescimento profissional. Ligado à
estagnação, esse fenômeno é favorecido tanto pela falta de incentivo das
empresas, que muitas vezes não dão oportunidades a sua equipe de acompanhar as
inovações e agregar valores ao negócio, quanto pela má qualificação do
profissional e a limitação do seu pensamento criativo, uma barreira que impede
a originalidade ou até mesmo constrói uma imagem distorcida do que é felicidade
no trabalho.
Para que os profissionais se mantenham
competitivamente ativos, é importante combater essa situação cuja característica
é o isolamento. Muitas vezes ela acontece pela falta de incentivos das
companhias às suas áreas de Recursos Humanos, já que não enxergam a importância
de tratar bem sua equipe para, como consequência, os clientes externos serem
bem tratados. E ter funcionários mal remunerados, por exemplo, traz ainda mais
reflexos: a má qualificação desse profissional que não vê chance de crescer e a
impossibilidade de a empresa fazer muitas exigências em relação a eles.
As pesquisas supervalorizam as pessoas que estão
felizes no trabalho, mas nem sempre é simples mensurar e afirmar isso com
certeza. Você já parou para pensar se está realizado com o que faz hoje
profissionalmente? Para ajudar nessa reflexão, se pergunte: tendo ou não
alcançado as metas da minha função, estou motivado e entusiasmado? Essa
resposta exige pensar além dos objetivos organizacionais e ter uma visão de
mundo mais rica.
Se pretende trilhar novos caminhos,
independentemente se o seu cargo atual é mais estratégico, gerencial ou
operacional, minha dica é: desconstrua-se e destrua pensamentos que impedem
novas ideias! Que tal começar se questionando se a empresa em que trabalha hoje
tem a ver de fato com você? Em vez de continuar desalinhado com o que acredita,
é melhor ter lucidez o quanto antes e montar um plano para mudar de ares.
O propósito do trabalho tem a ver com aquilo que
temos de melhor, que são nossas competências naturais e tudo o que nos encanta
fazer. E disso não podemos abrir mão! No momento em que percebemos que a forma
de trabalhar não faz mais sentido, é preciso tomar as próprias decisões e lutar
para conquistar o que se gosta. É uma saída infinitamente melhor do que se
forçar - ou ser forçado - a gostar do que faz e conquista apenas por costume.
Já dizia Peter Drucker que "Planos não passam
de boas intenções, a menos que se transformem imediatamente em trabalho
duro", então não podemos perder a oportunidade de sermos autênticos e
independentes. Por isso que considero uma cilada ficar sempre a serviço daquilo
que você ainda não alcançou e pensar nas metas como motivação e alcance de alta
performance. Foque em você e trabalhe por um significado, seja ele qual for,
desde que importante para sua vida!
Vale a pena refletir sobre o que realmente importa
no seu trabalho, pensando tanto na empresa em que você está quanto na função
que exerce propriamente. Tendo isso claro, evita-se submeter a verdades
impostas e perder o poder de dizer o que pensa e fazer o que gosta –
independentemente do nome da companhia que consta ou irá constar no seu crachá.
O autoconhecimento é de extrema importância nesse processo, até para evitar
aquela antiga expressão do "trocar seis por meia dúzia". Lembre-se:
"sair da caixa" é importante, mas de nada adianta sair de uma para
entrar em outra!
E para conseguir o que deseja na vida, comece
decidindo o que você quer. Depois disso, analise onde está (estado atual), onde
quer chegar (estado desejado) e o que é preciso fazer para chegar lá
(recursos). Isso não quer dizer que necessariamente você tenha que fazer as malas
e partir rumo a outra empresa, talvez a mudança de departamento, de funções ou
de postura já sejam suficientes para você começar – ou voltar – a crescer e se
tornar um profissional melhor.
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