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segunda-feira, 26 de março de 2018

Especialista analisa esfriamento do mercado de imóveis


Apesar das expectativas de que o ano de 2018 será melhor para o mercado imobiliário, principalmente para Caixa Econômica Federal isso ainda não virou realidade. Segundo dados divulgados pela própria instituição bancária, a concessão de financiamentos vinculados a FGTS caiu 31,7% se comparado ao volume de empréstimos realizados no mesmo período do ano passado. Vários fatores influenciam diretamente nesse tipo de relação e vão muito além do esfriamento do mercado.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, como se sabe, o financiamento habitacional é um contrato que segue o mutuário por um longo período, chegando até 35 anos. “Para se ter condição de honrar com esse tipo de contrato, o mutuário deve ter em mente que sua condição financeira deve ser estável, passando, obrigatoriamente, por um emprego estável”, aponta.

No entanto, com a crescente taxa de desemprego enfrentada nos últimos anos, ele observa que a mentalidade do cidadão tende a mudar, pois não pode mais se programar para assumir uma dívida a prazo tão longo. “Isso porque, como se sabe, hoje os imóveis são tomados facilmente pelos agentes financeiros, e inclusive pode haver cobrança de saldo remanescente. Essa somatória de fatores – ausência de estabilidade de emprego e possibilidade prejuízo – acabam criando uma educação financeira forçada no cidadão”, pontua Vinícius Costa.

Também pesam as condições contratuais que são impostas pelos agentes financeiros, como acrescenta o presidente da ABMH. “Hoje, financiar um imóvel com um banco pode representar, ao final, pagamento equivalente de até duas vezes o valor do próprio imóvel. Como isso se torna praticamente impossível de se recuperar em negócio futuro, muitas pessoas deixam de adquirir imóveis com os bancos que operam no SFH e SFI para procurar outras formas, como consórcio e permuta de imóveis de mesmo valor”, observa.

Mesmo que o mercado imobiliário esteja em ascensão, podemos dizer que ainda não atingimos os tempos áureos vividos anteriormente, portanto, a procura realmente será menor e incomparável com aquela vivida no auge da construção civil. “Com todas as crises enfrentadas recentemente, é de se esperar que o mercado reaja com cautela e que os números tendam a ficar inferiores ao esperado, isso porque o consumidor naturalmente agirá retraído com medo de passar por algo que já passou ou experiência ruim que algum conhecido tenha vivenciado no mercado imobiliário”, finaliza Vinícius Costa.





Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH)
ABMH São Paulo
Americana (atende Grande São Paulo e região de Campinas): (11) 966-643-785 (Oi) /(19) 3013-4643



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