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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

América Latina, seus povos e seus agravos



Um ano da manhã terrível que exibiu da selva a destruída aeronave que transportava os chapecoenses.

As investigações começam a dar nome aos responsáveis. Não se tratou, apenas, do aventureiro piloto morto e de seu sócio, que insistiam em erguer uma modesta empresa aeronáutica.

A verdade, como sempre, é mais profunda. Envolve uma rede entre Venezuela e Bolívia, como publicizou, domingo, o jornal boliviano "El derber". Ricardo Albacete Vidal, ex-senador venezuelano, por coisas desta vida atualmente residente em Espanha, e seus familiares, geraram a "Lamia", transformada em laranjal, com suas frutas amadurecendo em solo boliviano.

A importância de conhecer-se responsáveis é criminal e civil. Neste campo, nem mesmo as indenizações securitárias os familiares receberam. Vê-se que o Brasil é apenas um paradigma. Até hoje os enlameados de Mariana nada receberam. Sob o aspecto dos reparos - e nada repara a perda de vidas - integrais, nem mesmo os parentes das vítimas de Congonhas. Falamos em indenizações integrais, porquanto os seguros são cifrados sempre aquém do devido. Em havendo culpa, o dever de indenizar é sempre muito maior. Por isso, os verdadeiros autores do ilícito sempre ficam encobertos, enquanto podem. E contam com a ineficiência de nossas instituições - Ministério Público e Judiciário - em plano continental.

Versão simplicista deu conta, à época, de que o piloto deixou de abastecer corretamente para economizar alguns tostões. O fato é que ele, provavelmente, não tinha esses tostões. A Chapecoense entregou ao Ministério Público brasileiro contrato celebrado com a Lamia, mas o depósito do frete de US$ 130 mil ocorreu na conta de uma "Kite Aiv", em Hong Kong. Com certeza, só depois da tarefa o piloto e auxiliares receberiam o que lhes fora destinado.

Alguns envolvidos serviram a Evo Morales, que nega com veemência o fato.

Seja como for, há muitos podres neste nosso reino da Latino-América. Muito por fazer, a partir de nosso País, através de governos eticamente sustentáveis. Só quem viver verá.






Amadeu Garrido de Paula - Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.





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