No estado do Rio de
Janeiro, entre 2013 e 2015, pelo menos 5 mil pessoas foram diagnosticadas com
esporotricose, uma doença que atinge principalmente gatos, causada por um fungo
(Sporothrix shenckii) que vive naturalmente no solo. Nos animais, a
doença se manifesta principalmente com a formação de feridas na pele,
geralmente com pus, sem cicatrização e rápida evolução. E pode leva-los à
morte. Já nos homens, a doença pode ser notada pelo surgimento de pequenos
caroços vermelhos sob a pele, principalmente nas áreas dos braços, pernas ou
até mesmo no rosto. Com o tempo, podem também se transformar em feridas.
“Embora a micose
afete outros animais, é muito mais comum nos gatos, que naturalmente acabam se
transformando também nos principais transmissores do Sporothrix shenckii
aos homens”, diz o Biólogo Luiz Eloy Pereira, vice-presidente do CRBio-01 –
Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). Pereira conta
que o contágio se dá geralmente por meio de escoriações na pele, como
arranhões, provocadas pelas unhas dos felinos. “O fungo pode estar nas garras
do animal, que ao arranhar uma pessoa acaba o transmitindo”, explica o Biólogo.
“Ao notar qualquer possível sinal da doença, o ideal é procurar um médico”,
completa.
Entre os homens,
para evitar o contágio, a principal recomendação é que se faça uma boa
higienização na área em que sofreu o arranhão. E, se houver qualquer suspeita
da doença no gato, leve-o a um veterinário para, se confirmado o diagnóstico,
dar início imediato ao tratamento. Geralmente ele é feito com o antifúngico itraconazol.
Quanto mais rápido for realizado o diagnóstico e começar o tratamento, melhor.
“Mas é importante que seja prescrito por um especialista. Pois há outros
medicamentos que também podem ser indicados, e somente ele poderá apontar qual
é o mais adequado”, alerta o vice-presidente do CRBio-01.
Outro apelo feito
pelo Biólogo é que ao identificar a doença no gato, que o bichano não seja
abandonado. “Existe tratamento e o bicho pode se recuperar. Mas para isso
precisa receber os cuidados necessários. Além de evitar a proliferação da
doença, o abandono também se caracteriza como maus tratos, e pode ser
considerado até como crime”, conclui Pereira.
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