Hoje o mundo amanheceu
surpreso: Donald Trump será o novo presidente dos EUA. O que isso significa?
Ninguém sabe ainda responder! Entretanto, nesse momento, a pergunta mais
relevante talvez seja: Como ele foi eleito?
Não caia nas explicações
simplicistas de que Trump foi eleito apenas por conta da investigação do FBI
sobre os e-mails de Hilary, ou que ele foi eleito pelo eleitorado branco pouco
instruído. O grande ponto é: o que ele fez para ter conquistado a maioria do
eleitorado americano, independente de quem ele seja?
Se você gosta ou não de Donald
Trump, não importa. O fato inegável é que, apesar das chacotas e toda torcida
contra, a eleição de Trump traz algumas lições interessantes para os
marketeiros e empresários de plantão.
1.
Esqueça o "Vanilla Marketing"
Acredito que a principal
mensagem é que o "vanilla marketing", aquele onde você se abstém de
tomar posições e tenta agradar o maior número de pessoas possíveis, está com
seus dias contados.
Trump claramente demonstrou
isso: expôs sua opinião polêmica em assuntos extremamente polêmicos! A maioria
dos políticos tem horror de tomar partido em determinados assuntos e Trump fez
exatamente o contrário.
Mesmo sem ser questionado, ele
mostrava o tempo todo suas opiniões nada convencionais. Jogada de marketing ou
não o fato é: Trump causou impacto e criou uma legião de apoiadores fervorosos.
A estratégia do "ame ou odeie" venceu o "politicamente
correto".
2.
Desconfie das suas pesquisas
Empresários e marketeiros
adoram tomar "opiniões informadas" e contratar pesquisas para
respaldar decisões. Agora, será que essas pesquisas de mercado, não são apenas uma
forma de proteger suas carreiras caso suas decisões de negócios saiam errado?
Ou ainda, culpar a falta de tempo ou orçamento para realizar pesquisas, pelos
insucessos de suas iniciativas?
Não estou querendo generalizar
e entendo muito bem o valor de pesquisas de mercado. Mas, assim como as
pesquisas que mostravam que o Brexit não ia acontecer e que Trump tinha pequena
possibilidade de ser eleito, será que as pesquisas de mercado que sua empresa
conduz estão lhe dizendo aquilo que o consumidor faz, ou aquilo que ele diz que
faz? Ou pior ainda: afinal, suas pesquisas dizem alguma coisa ou elas só servem
para justificar suas opiniões pré-existentes?
3.
A grande mídia erra o tempo todo
Eu acompanhei de perto todos
os debates e os comentários nos jornais e noticiários americanos. O fato é que
a maioria deles dizia que Trump estava despreparado, agia como se não tivesse
feito a lição de casa e que Hilary tinha sido vencedora em todos os debates.
Na verdade, mais da metade do
povo americano provou ter entendido o contrário. Seu posicionamento mais
original e menos ensaiado, provou-se eficaz. E, mesmo que Trump não seja
referência no assunto, autenticidade importa!
A mídia americana, por outro
lado, estava convencida de sua própria opinião que se auto reforçava a cada
dia. Duvidaram o tempo todo da possibilidade de Trump ser eleito e o pior é
que, por isso, a mídia mainstream não cumpriu sua função, que é entender
todos os ângulos da história e informar seus leitores de quais eram realmente
suas propostas, se eram factíveis ou não e se, caso fossem implementadas, qual
seria seu impacto.
Agora o sujeito está eleito e
ninguém tem pistas do que vai acontecer de fato! Portanto, cuidado ao julgar
que a mídia reflete exatamente o que seu público pensa ou faz. Essa pode ser uma
armadilha perigosa.
Diego Simioni -
administrador de empresas e fundador do FranquiAZ consultoria especializada no
segmento de franquias.
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