Fato ocorre em
função do processo de vacinação, que é associado de forma equivocada
exclusivamente às crianças
O número de casos de caxumba registrado até o dia 8
de novembro no Estado de São Paulo já é o maior desde que 2001, segundo balanço
do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde. A
maior parte dos casos tem sido registrada em adolescentes a adultos até os 30
anos. Mas afinal, porque esse surto está ocorrendo? E sobretudo, porque a
incidência é alta entre os adultos?
“O surto ocorre em função do processo de vacinação,
que é associado como algo necessário apenas às crianças. É equívoco pensar
assim”, afirma Dr. Jessé Reis, infectologista do Alta Excelência Diagnóstica.
Segundo o médico, quando uma criança é vacinada
corretamente, leva, geralmente, a proteção adquirida pela vacinação para a vida
adulta. No entanto, quando há alguma falha de vacinação na infância, temos por
conseguinte adolescentes e adultos desprotegidos, sendo que esses não se dão
conta do perigo porque entendem que ‘vacinação é coisa de criança’. “Ainda, há
vacinas que requerem reforços periódicos durante toda a vida, como é o caso,
por exemplo, da vacina contra a Difteria e Tétano”, ele explica.
Também temos que considerar que os calendários de
vacinação foram se alterando com o passar dos anos. Algumas vacinas foram
introduzidas no calendário ou tiveram o número de doses alteradas, fazendo com
que muitos adultos e adolescentes não tenham sido contemplados com essa
vacinação durante sua infância, chegando à adolescência e fase adulta sem as
devidas proteções.
A vacinação contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola.
Introduzida no calendário de vacinação no início da década de 90, ela era
realizada com apenas uma dose e, somente em 2004, foi introduzida a segunda
dose da vacina. “Hoje, sabemos que para que uma pessoa possa se considerar
efetivamente protegida, são necessárias duas doses dessa vacina a partir de 12
meses de idade”, diz Dr. Jessé.
Sendo assim, é possível entender porque muitos
adolescentes e adultos jovens não estão completamente imunizados contra essas
doenças: ou porque não foram vacinados, ou foram com apenas uma dose. Ou ainda
perderam suas proteções durante o passar dos anos, fato que não é comum com a
vacina tríplice viral. “Desta forma temos um contingente de não protegidos que
se acumulou com o passar dos anos e que não foram expostos aos vírus selvagens,
exatamente por estarem vivendo em ambientes de baixa circulação desses vírus,
em função de altas coberturas vacinais”. Quando esses jovens se expõem a
ambientes onde não há boas coberturas vacinais e esses vírus estão circulando
mais amplamente acontecem os surtos dessas doenças, como vêm ocorrendo
recentemente na Europa e EUA.
No Brasil, o sarampo passou por vários momentos de
controle e recorrência de surtos, antes de ser considerado sob controle, por
organismos internacionais. Se permanecermos assim, até dezembro, receberemos o
certificado de eliminação do sarampo pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Porém, para que isso ocorra, devemos nos manter alertas e com as carteiras de
vacina atualizadas. Tanto o sarampo quanto a caxumba podem ser evitados com a
mesma vacina:
tríplice viral, que contèm partículas dos vírus da caxumba,
rubéola e sarampo.
Sobre a Caxumba: é uma
doença viral de transmissão respiratório através de contato direto ou secreções
da pessoa doente, com período de incubação de 12 a 25 dias e de transmissão de
2 dias antes do aparecimento da Parotidite até 9 dias depois. Suas complicações
são: meningite, surdez, e inflamação nos ovários (ooforite) ou testículos
(orquite).
Como os adolescentes e adultos jovens devem se
comportar?
Todos os adolescentes e adultos devem ter recebido
duas doses da vacina tríplice viral durante a vida, após os 12 meses de idade.
Todos aqueles que não as receberam devem buscar a vacinação, pois são
considerados protegidos aqueles que receberam pelo menos duas doses da vacina
durante a vida. Maiores de 50 anos, por terem passado por períodos de alta
incidência da doença no Brasil, podem se considerar protegidos com apenas uma
dose da vacina.
Fonte: Alta Excelência Diagnóstica
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