De modo muito simples, podemos
dizer que as empresas, ao fazerem o balanço do ano, procuram mostrar a seus
acionistas ou proprietários se houve equilíbrio entre receitas e despesas e se
houve lucro. Em meio às festas de final de ano – um período precioso de
descanso, reflexão e convivência mais intensa em família –, devemos reservar
algum tempo para pensar na vida e fazer um balanço do quanto conseguimos
avançar em nossos projetos e na realização de nossos sonhos – o que fiz, onde
acertei, onde errei, o que conquistei, o que preciso mudar. Também é hora de
olhar com mais atenção para as pessoas que nos cercam, de nos preocupar mais
com os outros, renovando relacionamentos, reconstruindo sonhos.
Em um de seus muitos best
sellers, Think Big, Pense Grande, o autor japonês Ryuho Okawa
recomenda que cada um dê uma boa olhada em si mesmo. “Para que nasci? O que vim
fazer nesta vida? Olhe seus dons, sua personalidade, suas qualidades. Relembre
o que fez e como viveu os anos que se passaram até o presente momento. A partir
daí poderá descobrir a missão e vocação que se encontra nas profundezas de seu
coração”, colocando-as a serviço da família, da comunidade, do país.
“É muito difícil tentar
dedicar a vida ao trabalho se você não sabe qual é sua vocação divina” diz
Okawa em Trabalho e Amor, recém-lançado no Brasil. “Se um
indivíduo sente o desejo de fazer um trabalho que beneficie o mundo, então não
pode se dar ao luxo de ignorar as necessidades e exigências dos outros. O
desejo de satisfazer os outros, o espírito de servir ao próximo são forças
importantes que irão imbuir seu trabalho com a energia do amor. O amor pode ser
encontrado na atenção aos detalhes e também na sabedoria de não perder de vista
as necessidades dos outros.”
Nosso balanço de vida deve
começar pela família, onde nasce e se alimenta a verdadeira felicidade.
Primeiramente, precisamos avaliar como estamos nos relacionando com as pessoas
mais próximas de nós. Se estamos num casamento ou num relacionamento sério, é
fundamental checar o que cada um está fazendo para solidificar esse amor. Há
comportamentos que deveriam ser banidos, por estarem manchando e enfraquecendo
a relação de fidelidade entre os dois. Quando há filhos, daí a responsabilidade
com que se deve fazer esse balanço é ainda maior. Nossa missão como pais está
sendo cumprida? Há acompanhamento, diálogo, convivência? No papel de filhos,
também é importante avaliar como estamos nos relacionando com nossos pais.
Nesta época de aceleradas mudanças, são mais frequentes os desentendimentos e
mais difícil a convivência entre gerações. Por isso, é fundamental sermos mais
compreensivos e tolerantes, sempre abertos ao diálogo. Dezembro é um mês muito
oportuno para refletir sobre a dimensão do amor em nossa família. É hora de
regar essa flor com gestos de carinho e, se for o caso, com pedidos de perdão.
Nunca é tarde para recomeçar.
Por conta dos vestibulares,
também é um bom momento para muitos jovens avaliarem como anda evoluindo sua
formação, como foi a dedicação aos estudos durante o ano. É importante ter a
consciência de que, além de buscar a formação acadêmica e profissional para o
trabalho, é preciso se dedicar à construção do próprio caráter, necessário à
realização da vocação divina que carregamos. Bons livros devem ser companheiros
permanentes nessa caminhada. “Quanto mais a compreensão da pessoa se aprofunda,
mais ela tem o desejo de aprender”, diz Ryuho Okawa, incentivando os jovens a
desenvolverem todo o seu potencial humano. “Os jovens possuem muitas qualidades
louváveis, mas penso que, de todas elas, a melhor é sua capacidade de
idealizar. Essa capacidade permite ver as coisas de maneira mais positiva e faz
com que a pessoa defina suas metas com possibilidades infinitas. Quando um
jovem é incapaz de nutrir ideias, então podemos dizer que é uma pessoa velha,
enquanto uma pessoa de 40, 50, ou mesmo 60 ou 70 anos, cujo espírito é ainda
fresco e não perdeu seus ideais, pode ser considerada alguém que ainda tem a
juventude nas mãos”, diz o autor em Trabalho e Amor.
Que neste final de ano, nos
empenhemos em refletir como anda nossa vida e sobre o que é preciso mudar, seja
na família, nas relações pessoais, na escola ou no trabalho. Que o espírito do
Natal aqueça nossos corações e renove nossas esperanças. Se não aproveitarmos
nossa capacidade de criar ideais, esses ideais irão murchando dentro de nós.
Boas festas!
Kie
Kume - gerente da editora IRH Press
do Brasil, que publica em
português as obras de Ryuho Okawa. Um
dos autores mais prestigiados no Japão, Okawa tem mais de 2.100 livros
publicados, ultrapassando 100 milhões de cópias vendidas, em 28 idiomas. (www.irhpress.com.br)
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